2.your eyes are my perdition...

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Choque, susto e combustão espontânea

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Choque, susto e combustão espontânea. Era em tudo que se resumia a expressão facial da pequena Camila.

Olhar aqueles olhos verdes tão de perto lhe causava pura euforia no estômago. O verde e o castanho juntando-se em uma profunda partícula do extraordinário. Uma metadinha de fascínio. Formaram-se juntos um imperscrutável choque de encanto.

E nenhuma das duas saberiam explicar o porquê.

Não era a primeira vez que se viam pelos corredores da escola, mas era sim a primeira vez que se percebiam de fato. Afinal, Camila andava mergulhada em sua própria bolha, preocupada com as horas, com a carga de horário no trabalho, as notas do semestre, a bolsa na Yale, e mal notava o que acontecia em sua volta. Por fim Dinah tinha razão em certos pontos de sua vida, ela mal aproveitava o espaço de tempo que tinha para respirar sem as preocupações da vida lhe apunhalando pelas costas, e acabava que nem reparava nas pessoas para poder reconhece-las em algum momento.

— Me desculpe. — A garota dos lindos olhos verdes murmurou, levantando-se de cima de Camila quando percebera que passou-se tempo suficiente. — É Camila, certo? — Murmurou com um sorriso que faria qualquer pessoa suspirar de alegria.

— Linda... Quer dizer, sim. — Camila gaguejou, enquanto procurava nos olhos profundos que lhe encaravam, algum sinal de maldade. Ela sabia que as pessoas daquela escola poderiam ser muito ruins quando queriam, e quando se travava dela, a nerd estranha que todos ironicamente apelidaram de burra, as coisas eram muito piores.

Quando percebeu que em seus olhos não havia nenhum sinal de maldade, mas sim de diversão, enquanto a mesma direcionava-lhe um sorriso torto, ela suspirou, e desviou os olhos para o chão, onde o material das duas estavam espalhados. Queria se bater pela falha, mas a verdade é que ela não conseguia reagir quando orbes tão bonitas estavam observando todos os seus movimentos. Apressadamente e desengonçadamente, Camila começou a recolher as folhas que lhe pertenciam, enquanto a outra fazia o mesmo.

O silêncio impregnando diante a biblioteca quase vazia. Foi então que Camila se lembrou de Dinah, e virou a cabeça para olha-la, mas não encontrou nenhum sinal da loira.

— Eu acho que isso é seu. — A voz rouca murmurou, quando as duas ficou frente a frente, ainda de joelhos. Camila olhou para a mão que a garota dispunha em sua direção e viu uma pulseira verde neon.

Estreitou os olhos em sua direção, ela não tinha nenhuma pulseira daquela.

— Isso não é meu não.

A garota de olhos verdes sorriu.

— É sim, Dinah mandou entregar a sua... E a dela. — Ela puxou uma outra pulseira e colocou as duas na mão da outra.

Camila ficou encarando os dedos longos tocando a sua palma por alguns segundos que se pareceram eternos, sentindo uma conexão estranha arder em sua pele. Fechou os dedos contra as pulseiras quando a mão da garota se afastou da sua, voltando a olhar para a face bonita da garota que ela não conhecia.

Camila não falava com quase ninguém naquele lugar, Dinah e Normani eram as únicas amigas que ela fez no colégio desde que entrou ali, no primeiro ano. Não procurava se integrar nos grupos de alunos, a não ser os que faziam parte do clube do livro e dos grupos de estudos que participava em finais de semana, quando estava de folga. Não era tão desatenta ao ponto de não saber que aquela garota fazia parte dos populares, pois ela já foi alvo das piadas deles pelos corredores. No entanto, nunca tinha encarado nenhum deles tão de perto, e nem se dava o trabalho de saber quem eram eles. Andar de cabeça baixa pelos corredores era sua arma, ignora-los era o mínimo que podia fazer. As vezes isso também era um problema, pois sempre tinha um ou dois que lhe pregava peças enquanto ela tentava ser invisível ao máximo, Camila já tinha perdido as contas de quantas rasteiras já havia levado somente aquele ano. Ela sempre recolhia os livros, se levantava e andava rapidamente enquanto ignorava as gargalhadas as suas costas. Também tentava esquecer das inúmeras vezes que ficava presa nas cabines do banheiro, tendo que passar pela fenda e tirar a lâmina que eles prendiam na fechadura.

Ela não sabia qual era o limite deles, por isso evitava ao máximo lugares que supunha serem perigosos dentro da escola, e se escondia na biblioteca o máximo de tempo possível.

Camila nunca tinha decorado os detalhes dos rosto das pessoas que fizeram de sua imagem uma chacota, nunca se deu o trabalho de saber seus nomes, e impedia Dinah e Mani de falarem sobre eles durante o pequeno período de tempo que passavam juntas. Porém, ela tinha a sensação de que aquela garota parada ali na sua frente não era como eles.

— Por que ela mandou você entregar? E pra que serve?

— Bom, um amigo meu vai dar uma festa particular e precisa de convites para entrar, as pulseiras são o convite... — A garota passou a mão nos cabelos — Ela pediu pra mim entregar pra você, então... É isso.

Estreitou os olhos em sua direção, sentindo que estava perdendo alguma coisa.

Porém apenas acenou positivamente e anotou em sua lista mental que tinha que matar Dinah quando aparecesse, Camila tinha deixado bem claro que não queria dar atenção a nada que não fosse os seus estudos.

A garota colocou as mãos dentro do bolso do jeans escuro e olhou uma última vez para a pequena Cabello.

— Eu espero vocês por lá. — E sorriu, começando a se afastar.

Algo dentro de Camila estremeceu, e ela sentia que isso não era bom, apesar da sensação alertar o contrário.

— Ei, espere. — A garota dos olhos verdes girou nos calcanhares, erguendo uma das sobrancelhas. Camila engoliu em seco — Não me disse seu nome.

A outra sorriu antes de responder.

— Lauren... Lauren Jauregui, a linda.

Camila corou com a brincadeira e sentiu... Sentiu o coração acelerar enquanto guardava aquele olhar verde na memória, era insano, mas de alguma maneira ela sabia que eles seriam a sua perdição.

 Sentiu o coração acelerar enquanto guardava aquele olhar verde na memória, era insano, mas de alguma maneira ela sabia que eles seriam a sua perdição

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A Party For Camila [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora