4.what to know about a party...

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Sexta-feira, 21:45 PM, a caminho da festa

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Sexta-feira, 21:45 PM, a caminho da festa

Camila cheirava a gordura. Ela conseguia sentir o cheiro da manteiga presa no seu cardigã velho e a oleosidade de seus cabelos presos em um coque. Queria apenas voltar pra casa e tomar um banho, mas durante todo o percurso em que tentava fazer Shawn desistir, ele parecia ficar mais persistente na tarefa de levá-la até aquela maldita festa.

— Shawn, eu estou imunda, e você não está nada longe disso. — Reclamou mais uma vez, enquanto pedalava ao lado do amigo.

Shawn apenas revirou os olhos e se ocupou em dar uma curta resposta.

— A gente dá um um jeito, Mila.

— Um jeito como, Shawn? Eu não trouxe muda de roupa, vai me vestir com um saco de lixo, é?! — Continuou reclamando, enquanto o amigo assobiava uma música e tentava ignorar Camila. — Quer parar com isso?!

Não demorou muito, logo estavam em frente a uma casa branca que Camila bem conhecia, estava reclamando tanto que mal tinha se dado conta que haviam pegado a rota para a casa de Normani. Enfim Shawn parou de assobiar e desceu da bicicleta, estacionando-a em frente a casa branca.

Mendes enfiou as mãos no bolso do moletom cinza e Camila apenas o seguiu, tentando espantar o cansaço.

— O que estamos fazendo na casa da Mani? — Perguntou por puro reflexo, sabendo que isso estava irritando Shawn.

Antes que o amigo pudesse responder, a porta se abriu e uma garota negra colocou metade do corpo para fora.

— Achei que não ia conseguir, Shawn. Sinceramente, você é mesmo um herói. — Ela sorriu para o garoto e percebeu quando Camila revirou os olhos — Shawn, você pode se trocar no banheiro do quarto de hóspedes.

O garoto acenou positivamente e passou por ela e subiu as escadas.

— E você, Mila, anda logo que temos muito o que fazer.

— Mas... — Antes que ela pudesse fazer mais uma reclamação, Normani a puxou para dentro, subindo as escadas e a levando para o seu quarto.

Uma cabeleira loira pode ser vista logo que Camila colocou os pés para dentro do quarto extremamente bagunçado de Mani, estreitando os olhos para a garota de sorriso harmônico.

— Então a bela sumida resolveu aparecer... — Camila cruzou os braços em frente aos seios e fez uma careta irritada — O que foi aquilo de mandar uma popular me entregar aquelas pulseiras, e como se ainda não bastasse me expor a ela, me deu a responsabilidade de ir forçadamente a essa maldita festa só pra que você pudesse entrar?

— Calma ai, Chancho, deixe-me explicar.

— Estou ouvindo, Dinah.

A loira limpou a garganta, como se fosse fazer um longo discurso e deu um sorrisinho para a amiga antes de proferir;

— Na verdade, é simples, se eu apenas te chamasse, como eu fiz hoje mais cedo, você não iria nem parar pra pensar... Então eu pensei em uma maneira que te obrigaria a ir e...

— Usou a popular para me intimidar e usou da minha empatia para entregar a sua pulseira, porque bem sabia que eu me sentiria culpada se você perdesse a festa por minha causa. — Apontou ela, com uma feição irritada para a maior.

— Exatamente. — Dinah não conseguiu segurar uma risadinha divertida.

— Tudo bem, anh, Mila, você vai não é? — A voz de Mani invadiu o quarto e só então Camila a notou parada perto da porta que dava acesso ao seu banheiro pessoal. Ela então suspirou, tentando afastar a irritação que Dinah lhe causou e passou o peso de uma perna para a outra, parando para pensar.

Ela não deveria ir, certo?! Primeiramente, a garota desastrada e estranha que tentava passar despercebida pelos corredores, e na maioria das vezes almoçava na biblioteca para não ser notada odiava festas, odiava multidões, e se sentia extremamente desconfortável em meio a pessoas que não dava a mínima para ela. O deslocamento, o sentimento de vazio e desconforto era quase palpável quando se encontrava nesse tipo de ambiente.

Mas Camila nunca havia tentado de fato se divertir, por que não apenas uma vez na vida fazer o que todas as pessoas na idade dela fazia?! A questão é que ela ao menos poderia começar a imaginar o que poderia acontecer em uma festa.

Antes de voltar a realidade, e passar os olhos sobre suas duas e únicas amigas de verdade, a garota suspirou fundo, tentando imaginar que estava em uma dessas cenas de reflexão de um HQ qualquer, naquelas em que muitas vezes o personagem aborda algum tema que ao menos tinha passado pela cabeça do leitor, e sorriu em saber que é exatamente nesse tipo de cenas que o personagem toma a decisão mais absurda de toda a história.

— Eu... Eu nem sei como é uma festa, gente. Não é um lugar que eu queira estar. — Tentou convencer a si mesma que o melhor a fazer era voltar pra casa e revisar as matérias, mas algo dentro dela estava sussurrando que deveria ir, e aproveitar cada segundo da sua juventude.

— Nós podemos te preparar pra sua primeira festa, nerdisinha, queremos você lá, e eu prometo que vai ser a melhor experiência da sua vida. — Dinah sorriu, enxergando uma brecha na amiga para convencê-la. Normani assentiu positivamente, concordando com a loira e se aconchegou ao lado dela, batendo na cama para que Cabello se aproximasse.

Camila andou até a beira da cama e se sentou, respirando fundo.

— Tudo o que deve saber, Mila, é que... — Dinah fez uma pausa engraçada de suspense, seguida de uma careta, antes de continuar — a vida já é a porra de uma festa, e que estar lá é apenas uma parcela da diversão, então beba, beije pra caralho e curta a música, porque quando você colocar os pés dentro daquela boate, você não será mais Camila, a garota tímida e inteligente, você será o que quiser ser. Eu por exemplo vou me tornar uma depravada insana, e está tudo bem, porque é isso que eu quero ser.

A menor engoliu suas palavras e sorriu, antes de abraçar as duas pessoas mais incríveis do mundo.

— DJ... — Mani disse quando se separaram do abraço grupal, e a loira a olhou — Você só se esqueceu que não precisa de festa pra você ser uma insana depravada, você é assim todos os dias.

As três caíram em gargalhadas e só pararam quando Shawn apareceu na porta, com cheiro de banho recém-tomado, e com sua roupa sagrada no corpo. A camisa azul e o jeans preto que ele tanto gostava de usar. As três se viraram quando ouviram a batida sutil na porta e o observaram encostado na parede.

— Caramba, vocês ainda não estão prontas? — Ele ergueu as sobrancelhas em sinal de descrença e elas apenas deram um sorrisinho sem graça, antes de Camila correr para o banheiro tomar um banho rápido e as meninas voltarem a se maquiar.

Todos com grandes expectativas sobre aquela festa, para alguns, a curiosidade do novo se iluminava, para outros, a renovação do velho ameaçava surpreender. A verdade é que muitas coisas ainda estavam por vir!

 A verdade é que muitas coisas ainda estavam por vir!

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Demorei, mas voltei. Espero que gostem do capítulo, não esqueçam de votar e comentar, pleasee!

A Party For Camila [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora