The problem.

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Deus, por que a vida é tão dura?
Eu me perguntava várias e várias vezes enquanto chorava, meu coração estava doendo, como se estivesse despedaçando-se. Olhei pro céu e mordi meus lábios, pedindo pra Deus que me ajudasse a esquecer o Thiago, pois era o que eu mais queria.

Flashback on:
- Alessia, você é uma grande pessoa, és linda e maravilhosa - Ele suspirou baixo e continuou. - Não dá mais.. Eu não posso mais viver com esse relacionamento, eu não suporto mais.
Eu fiquei quieta absorvendo tudo, senti como se tivessem me apunhalado pelas costas e a dor era similar como se estivessem me espancando, dando chutes em meu estômago com frequência.
- Me perdoa, de verdade - Thiago continuou a falar, ele me olhava com pena e eu odiava isso.
- Você tem certeza? - Pergunto segurando tudo que eu estava sentindo bem lá dentro.
- Sim, eu tenho - Ele continuou.
Eu logo me levantei e sai rapidamente, ignorando as repetidas vezes que ele gritava meu nome. Entrei no carro, colocando o cinto e dando partida em direção a minha casa.
Off.
A

o ouvir alguns gritos histéricos e barulhos de objetos sendo jogados no chão, levantei-me assustada da calçada, abrindo a porta da entrada e correndo em direção a sala que era de onde o barulho viria. Minha mãe estava sentada no sofá com as mãos cobrindo o rosto e o choro era alto, já meu pai estava em pé, parado, imóvel.
- O que aconteceu? - Perguntei preocupada, essa situação estava me assustando.
- Vá para o seu quarto, Alessia! - Meu pai falou apontando para a direção das escadas.
- Que foi, Alexandrov? - Minha mãe perguntou após levantar, sua expressão era como se estivesse incrédula. - Você não quer que a Alessia saiba que você está me traindo? - O rosto dela estava manchado de preto, provavelmente era o rímel caro em que ela insistia em comprar em cada mês.
- Fica quieta, Elizabeth. Isso é entre mim e você, não meta a Andy nisso - Ele disse irritado e continuou a falar - Já não mandei você ir pro seu quarto? - Agora ele já olhava pra mim. Ele estava irreconhecível, eu estava com medo.
- Isso é verdade, pai? - Perguntei receosa pela resposta do mais velho. Eu nunca achei que meu pai faria isso, ele sempre foi tão amoroso comigo e com minha mãe, sempre fomos tão unidos, como uma família perfeita. Ele desviou o seu olhar e passou suas mãos na calça social para limpar o suor, coisa que ele fazia quando estava nervoso.
- É sim, Alessia - Seu olhar focou em mim e eu pude perceber a sua expressão arrependida, rapidamente olhei pro chão, engolindo o choro e a dor que estaria crescendo no meu coração.
Eu fui covarde. Subi rapidamente pro quarto, abrindo a pesada porta de madeira pintada a branco enquanto sentia algumas lágrimas grossas rolando pela bochecha, eu sabia que naquele momento, o que eu chamava de família perfeita tinha acabado, e como isso doía. Indo até o closet em passos rápidos, tiro a roupa bonitinha que antes eu estaria e jogo pra um lado qualquer, pegando uma calça jeans logo coloco-a, puxando uma blusa de mangas qualquer, logo colocando também e saindo do quarto, após suspirar e pensar por alguns segundos, desci correndo, saindo de casa e andando até a praia que era próxima do condomínio aonde eu morava.
Assim que cheguei retirei meu Vans e me sentei na areia, essa vista incrível me acalmava, eu me sentia em paz aqui. Passado alguns minutos, me senti solitária e com aquele famoso aperto no coração, tentei me livrar dos pensamentos que vinham ao meu encontro como uma avalanche irada, mas era inútil, então eu apenas deitei na areia, usando os braços como apoio debaixo da cabeça e deixei que essa avalanche me atingisse.
- Problemas? - Assim que ouvi aquela voz grossa na medida certa, mas tão carinhosa quanto, eu sorri observando ele se sentar ao meu lado.
- É, muitos problemas.
- Eu passei na sua casa e me falaram que provavelmente você estaria aqui, a situação lá estava meio desconfortável, aconteceu algo com seus pais? - Ele perguntou após se deitar ao meu lado e mexer em algumas mechas do meu cabelo.
- Meu pai traiu minha mãe - Suspirei encostando o rosto no peito dele e fechando os olhos, apenas aproveitando a sensação agradável.
- Ué, como assim? - Eu senti ele parando de mexer em meu cabelo e puxando meu rosto de uma forma gentil, assim fazendo eu abrir os olhos e encará-lo.
Eu suspirei fundo, mordendo os lábios por alguns segundos e sentindo uma segunda avalanche vindo. Meu pai sempre foi gentil com todos, era presente e acolhedor, todos os meus amigos tinham carinho por ele e viam-o como um tio. Já minha mãe era ao contrário, ela sempre foi superficial, fria e distante, sempre tratou as pessoas com indiferença, mas eu sabia que não era por mal, apenas o jeito dela.
- Aconteceu mais alguma coisa? - Alan perguntou um pouco receoso.
- O Thiago terminou comigo ontem. - Falei baixinho encostando o rosto no peito dele novamente e fechando meus olhos. Eu ouvi um suspiro baixo, e logo ele me abraçou, era acolhedor, me fazia sentir confortável, em paz.

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