The explanation.

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Depois de algumas horas, Alan me deixou em casa, a situação estava desconfortável e me incomodava, mas acima de tudo eu queria saber como ficaríamos dali por diante.
Eu não sabia o que pensar, eu me sentia mal por culpar um ou outro, sabia que dificilmente ficaríamos bem depois disso, e provavelmente cada um iria pro teu canto e eu seria obrigada a viver no meio, tentando apaguizar a briga e suportando o xingamentos e reclamações de um contra o outro.
Respirei fundo e subi as escadas, como uma mania, fui até o escritório do meu pai e ele estava lá, concentrado no trabalho como as milhares de noites em que eu tinha um pesadelo e ia procurá-lo para ele me acolher, ele sempre foi gentil, me deu assistência necessária, compreendeu todas as vezes em que cometi um erro por não saber qual era a direção exata em que eu deveria encaminhar minha vida, me pôs para dormir muitas vezes porque eu estava com medo e também dormiu comigo. Eu fiquei ali em silêncio, o olhando e tentado compreendê-lo como ele sempre fez comigo, porque apesar de tudo, ele ainda era o meu pai.
- Venha e sente-se, querida - Ele disse e eu fiquei surpresa por ele ter percebido minha presença sem ao menos olhar. Eu sentei na cadeira a sua frente e continuei em silêncio, ele largou a caneta sobre os milhares de papéis que tinha na sua mesa e me olhou, seu olhar era sereno, calmo e cheio de ternura.
- Pesadelos? - Ele perguntou e eu neguei fazendo sinal com a cabeça.
- Eu cheguei agora, estava na praia.
- Com o Alan, né? Ele passou aqui e eu disse que você provavelmente estava lá.
- É, com o Alan - Eu desviei o olhar pro chão, ficando em silêncio sem saber o que falar, não queria tocar naquele assunto, mas sabia que teria, por mais que doesse.
- Eu não quero que isso soe como uma desculpa, mas eu me senti sozinho. - Rapidamente olhei pro mais velho após ele terminar de falar, e realmente soava como uma desculpa.
- Por mais que se você realmente tivesse sozinho, não era motivo para você ficar com outra.
- Sim, eu sei que não era. Mas não existe mais amor entre mim e sua mãe, ao longo do tempo foi se esgotando e só restou você, você era o único motivo na qual a gente ficou juntos por tanto tempo.
- E em vez de você terminar com ela, você simplesmente a traiu? - Eu mordi os lábios por alguns segundos e o olhei, eu não o entendia, realmente não entendia. Era lógico que deveria doer nele, mas em mim também doía.
- Sim, eu simplesmente a traí, e me arrependo tê-la traído. Eu deveria ter terminado antes e ter explicado que o amor que existia antes, pra mim não existe mais. Mas eu fui fraco, fui covarde Andy. Eu não posso pedir que me perdoe, mas não quero que você se afaste de mim, porque eu te amo roxinha, você é a minha filha preciosa - Após ouvir o "roxinha", inconscientemente eu sorri, lembrando da primeira vez que ele me chamou assim. Nós estávamos no salão de festas, no meu aniversário de dez anos, eu estava emburrada porque minha mãe teria pedido um tema rosa, e eu queria roxo. Na hora de tirar fotos, ninguém conseguia me fazer sorrir, e então meu pai me pegou no colo contra minha vontade, dando um beijo babado na minha bochecha e me dizendo "sorria roxinha, hoje é o seu dia", e eu sorri.
- Não irei, papai - Ele sorriu ao ouvir-me falar e levantou de sua cadeira, vindo até a minha frente e me puxando pelos braços gentilmente, assim fazendo eu ficar em pé e me envolvendo em um abraço carinhoso.

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