LALISA MANOBAN
O mês havia corrido, diferente dos anteriores qual reclamaria todos os dias enquanto os mesmos se arrastavam. O tempo parecia voar pelos meus encontros semanais com Jennie. Parece estranho dizer isso tendo em vista que a garota evidentemente me odeia. E bem, não é como se eu não desse todos os motivos necessários pra isso. Descobrir coisas sobre Jennie havia se tornado meu hobby. Sua paixão pela cor azul chegava a ser engraçada, até mesmo a capa de seu celular era vítima dessa obsessão pela cor.
Um mês foi mais do que necessário para que eu chegasse a plena conclusão de que eu e Jennie éramos completamente opostas. Enquanto ela podia beber uma garrafa de refrigerante sozinha em minutos, eu demonstrava minha aversão a qualquer líquido gasoso com sabor artificial. "Você ainda vai se matar de tomar tanta Coca-Cola", eu implicava, apenas para ver seus olhos se revirarem. Ela amava café, e sem açúcar. Enquanto eu só bebia o mesmo doce e com leite. "Vai ficar amarga como o café que bebe, cuidado".
Vez ou outra, Jennie parecia ser indecifrável. Outrora, completamente tímida, e eu precisava assumir que quando isso acontecia, ela se tornava um ser doce e completamente indefeso visualmente. Apenas visualmente, senhorita Kim não era realmente fácil de lidar. Como disse, eu não era o tipo de pessoa que dava uma trégua para a garota. Jennie tinha realmente seus motivos. E sinceramente, eu amava a irritar e ver ela contar até dez para não jogar seu sapato em mim.
Durante todo o tempo que Jennie tentava organizar as coisas de meu casamento, eu mudava o assunto. Queria sempre conversar mais com a garota, e o assunto casamento não era algo que me agradava. Via os olhos puxados de Jennie me encararem com frustração por nunca conseguir realizar seu trabalho. Nas vezes que isso acontecia, minha vontade era dar um soco em meu próprio nariz, vê-la desapontada me deixava estranhamente chateada também. Eu estava uma bagunça.
Felizmente e finalmente entraria de férias. Seria mais do que o suficiente para que eu colocasse minha cabeça no lugar e relaxasse um pouco, o que era realmente necessário. É claro que, em meio a isso, ainda pretendia continuar me encontrando com Jennie, então resolvi convidá-la para uma almoço em minha casa. A fiz dispensar as roupas sociais e vestir algo simples, de um almoço comum. Pedi comida tailandesa em um de meus restaurantes favoritos. Lembrava-me bem de Jennie ter comentado sobre nunca ter comido. Queria mesmo a apresentar para essa culinária incrível de onde eu tinha vindo.
Eu tinha vestido uma calça preta, e uma blusa quadriculada azul. Tinha vontade de agradar Jennie aquela tarde, mesmo que fosse agradando seus olhos ao usar sua cor favorita. A comida ainda não havia chegado, o que não era um problema já que assim poderíamos conversar antes e fazer com que ela se sentisse mais confortável diante da situação. Um vinho estava posto sobre um balde com gelo no centro da pequena mesinha da sala, em frente ao sofá que fazia curva na mesma. Duas taças e um leve cheirinho de bebê causado pelo aromatizador. Ela sabia que eu tinha uma certa paixão por perfumes e hidratantes com cheiros doces e suaves.
Quando meu celular tocou, me levantei em um pulo ao andar até o telefone, o atendendo rapidamente. Sabia que Jennie havia chegado, a pedi para que me ligasse assim que o fizesse, deixando claro o quanto o barulho da campainha me irritava. Mas uma segunda na voz na ligação chamou a minha atenção assim que disparei o primeiro "alô". Quem eu mais temia estava perto de Jennie.
Chaeyoung.
Merda.
Ela cuspia palavras ríspidas sobre Jennie, enquanto a mesma nada dizia. Se mantinha quieta, vez ou outra tentando se defender, enquanto Chaeyoung não lhe dava um espaço para fala, despejando mais desaforos sobre Jennie.
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LOWKEY
RomanceLalisa Manoban, editora chefe e possível futura proprietária da Vogue Korea iria se casar com uma das modelos mais cobiçadas da atualidade, Rosé Park. Seria um evento e tanto para o mundo dos famosos e das notícias e é claro, nada poderia sair errad...