Crônicas de uma noite de lua cheia

Capítulo 3

-Alguém poderia por gentileza entrar em contato com aquele maldito caçador?- Melissa andava de um lado para o outro dentro da cabana, no local estavam apenas Alex e Alexia.

-Não se desespere Melissa, ele quer nos desestabilizar, mesmo sabendo que seremos a peça chave dessa missão!

-Não me venha com gracinhas Alex, ou você acha que não sentimos o seu nervosismo também?

-Eu sei que sentem, é a minha habilidade afinal.

-Isso não vem ao.....

-Já chega vocês dois – Alexia se levantou abruptamente batendo contra o tampo da pequena mesa a sua frente – Alex tem razão, apesar de estarmos juntos Marcio quer ter a vantagem e isso ele não terá, vale lembrar que este território pertencia a Rafael e agora é meu já que eu o derrotei e apesar de estarmos todos do mesmo lado iremos nos acalmar antes que eu fique realmente irritada.

Alex encostou a mão no próprio peito e respirou fundo, permitindo que sua aura se expandisse pela cabana de madeira, a alfa olhou agradecida ao amigo, a raposa não se acalmou totalmente, mas esse animal é astuto o suficiente e consequentemente difícil de acalmar, quando se mistura uma mulher de característica forte junto do espírito de uma raposa, isso normalmente cria uma pessoa decidida, porém teimosa. Um dos betas de Alexia bateu na porta:

-Entre! – Alexia o convidou.

-Com licença, o caçador chegou, mas quer vê-los lá fora e se certificar que os protocolos estão sendo seguidos.

Os três acenaram positivamente e se dirigiram para fora do aposento, mas aquele lobo ficou no local para terminar de organizar a sala para a pequena reunião, ao lado de fora as quatro facções estavam reunidas, dispostas em um grande semicírculo em torno dos caçadores:

-Daremos então inicio aos protocolos do acordo – a alfa iniciou.

Em cima de uma longa bancada de madeira Alexia pegou um pequeno colar com um pingente contendo pó de acônito, Melissa e Alex colocaram um par de pulseiras finamente esculpidas em ardósia azul, uma pedra raríssima e com grandes propriedades restritivas, assim nenhum dos três poderiam usar seus poderes, Marcio então passou a seguir a sua parte do acordo, ordenou que todas as armas fossem deixadas ao longo da bancada, mas o caçador em si retirou duas pistolas escondidas na parte de trás da calça, retirou os coldres expostos na cintura e por fim depositou as duas adagas de prata escondidas na bota:

-Pelo visto você veio pronto para o combate! – Melissa comentou.

-Imaginei que esse acordo idiota que a ruiva tentou não daria frutos, embora eu ache sua atitude linda de acolher os betas de Rafael, acredito que a fúria carmesim não seja mais tão furiosa assim.

-Vamos entrar Marcio, o assunto não precisa e não será discutido aqui, vamos poupa-los de detalhes desnecessário.

Ao retornarem ao aposento haviam agora quatro cadeiras e mesas individuais, cada uma contendo papel e caneta e uma jarra cheia junto de um copo de vidro, ambos transparentes, Marcio provou d'água e verificou se os moveis eram realmente moveis comuns:

-Essa sua paranoia já deve tê-lo salvo algumas vezes, não?

-Na verdade salvou Empata,mas estou ciente de que se vocês me quisessem morto já teriam o feito, mas essa guerra entre nós quatro não passaria de uma infantilidade.

-É exatamente como você diz – Alexia iniciou retirando uma pequena caixa de madeira e jogando na direção do caçador – A beta selecionada para fazer a ponte entre a minha matilha e a de ômegas falhou, e ela foi atacada, até onde sabemos.