Capítulo XII: Ryan

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Ele não hesitou nem por um segundo para refletir sobre qual seria a melhor atitude para se tomar, ou se era necessário tomar alguma de fato.

Após escutar do Tom que Alyssa e Max foram em direção à floresta, sozinhos, o único pensamento que se apossou da sua cabeça foi o de encontrar ambos.

E Max que não se dignasse a dizer uma palavra quando fosse encontrado.

Ryan prometeu a si mesmo que não deixaria Alyssa fora da vista dele ou de algum outro guarda que fosse digno da sua confiança. Pelo menos, não enquanto o príncipe estivesse no reino. 

Saindo apressado e correndo pelo castelo, a armadura leve que usava mal produzia algum som, ecoando apenas um leve barulho pelos corredores. Cego pela raiva como estava, ele seria capaz de andar até a floresta se fosse preciso.

Ao sair pela porta principal do castelo, que em pouco tempo estaria trancada, ele foi em direção ao estábulo real, que ficava mais a direita. Não respondia a nenhum dos cumprimentos que recebia; o seu semblante fechado já dizia tudo: o rosto estava duro como o de uma estátua, e coitado de quem atravesse interromper o seu caminho.

O seu pensamento pertencia somente à Alyssa, e imagens do que ela poderia estar fazendo durante esse tempo que ficou fora rodavam em sua mente. Seu coração queimava só de imaginar a possibilidade de Max estar fazendo algo escandaloso com ela.

Se fosse o caso, Ryan o mataria.

Ao passar pela entrada do estábulo real, ele avistou o Max cuidando do seu cavalo negro. O príncipe já havia retirado a sela e estava escovando o pelo do animal.

Sem pensar duas vezes, Ryan foi até ele a passos largos:

— O que você fez com ela? — vociferou.

Max apenas olhou de relance para o amigo enfurecido, sem esboçar qualquer reação, e voltou a se concentrar no que estava fazendo.

— Me responda.

O príncipe suspirou.

Deixando a escova de lado e apoiando-se em seu cavalo, Max ficou de frente para o amigo encarando-o firmemente.

— Por que você se importa?

Pela primeira vez desde a sua descoberta do encontro dos dois, Ryan hesitou.

— Eu sou o guarda-costas dela — a voz não apresentava mais a firmeza de antes, como se tentasse convencer a si mesmo e não ao príncipe.

— O que não significa que você deva saber sobre cada passo que ela dá e muito menos com quem ela está se relacionando — Max rebateu.

— O meu dever é protegê-la — Ryan cerrou os punhos.

— Deveria começar protegendo-a de si mesmo.

E dando um sorriso debochado, Max começou a virar as costas para o amigo.

— Onde ela está? — Ryan perguntou, com os dentes cerrados.

Olhando-o pelo canto do olho, o príncipe respondeu:

— Claramente ela não está aqui.

Ryan percebeu que não iria conseguir arrancar mais nada do amigo e decidiu voltar ao castelo, mas antes de se retirar do estábulo ele deu meia volta e questionou:

— Por que você está molhado?

— Porque eu resolvi nadar — foi a única resposta que Ryan recebeu.

E depois dessa resposta, ele retornou ao castelo.





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