Capítulo 20 Uma visita inesperada.

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Na manhã seguinte, abri todas as janelas da casa e decidi ser vista. Não existia razão para me esconder, eu não era mandada por ninguém e, também, não existia mais nada que me prendesse ali. Se quisessem me matar, que matassem.

Escutei bruscas batidas na porta da frente e desci para verificar. Um guarda local dizia que os vizinhos ouviram barulho na casa e não existia razão de ser, pois a casa estava abandonada há mais de um ano.

Expliquei a ele que a casa era dos meus pais, foi quando ele me reconheceu.

– Ei, você não é a modelo que desapareceu? – ele me perguntou.

– Como eu estaria aqui se estivesse desaparecida? – perguntei com um sorriso irônico estampado no rosto.

O policial torceu os lábios em desaprovação e então prosseguiu:

– O que faz aqui?

– Como eu disse, moro aqui. – revirei os olhos.

– Ei, a menina voltou, está viva. – ele gritou ao outro guarda que estava na viatura.

Não demorou muito a aparecerem câmeras e agentes da TV na minha porta. Filmavam e fotografavam loucamente a casa e gritavam, no maior alvoroço, quando eu ousava passar próximo à janela.

Naquela tarde, decidi conceder uma entrevista. Tomei um bom banho, vesti uma camisa de seda com a gola bordada trabalhada em renda, uma saia envelope coral que deixava parte das minhas pernas à mostra, arrumei o cabelo solto, com leves cachos nas pontas, e abri a porta.

Aquela multidão de gente pulou ao meu encontro, enfiando microfones no meu rosto e, vez ou outra, meus olhos eram cegados por flashes. Naquele momento, eu havia decidido que não me esconderia mais.

– Boa tarde a todos. – falei alto e de cabeça erguida. – Sei que muitos de vocês devem estar se perguntando o que fiz durante este longo ano que passou... – prossegui, correndo meus olhos pela multidão com firmeza. – Não acho que ainda seja o momento de falar abertamente sobre isso... – as pessoas soltaram um "Ahhh" em um coro, como se tivessem desapontadas pelo fato de que eu não daria explicações detalhadas. – Então devo dizer apenas que eu estou de volta, e não vou mais me esconder. Essa... – apontei para minha casa. – É a minha casa e tanto rebeldes quanto realeza serão bem-vindos a bater na minha porta. Obrigada. – sorri sarcasticamente, virei-me e entrei em casa.

A partir daquele momento, o mundo saberia que eu, em nome da minha família, não lutaria mais, de nenhum dos lados, e, portanto, se quisessem me matar, seriam bem-vindos a me fazer esse imenso favor.

Algumas horas depois, recebi uma série de ligações. As deixava cair na caixa postal para ouvir a mensagem e atendia as que me eram convenientes.

Obviamente, minha conta bancária voltou a ser recheada com o dinheiro que meus pais deixaram no banco e eu usei parte dele para agradecer aqueles que me ajudaram.

Dois dias depois do meu retorno público, estava sentada no sofá olhando para o nada e pensando na vida quando recebi uma ligação que foi para a caixa postal.

– Senhorita Laura? Que ótimo, não prestou nem para atender o telefone essa fedelha. Ah, o quê? Recado? Ah sim.


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Laura Sophia Heyes (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora