Dia 6 e 7

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Dia 6

Há rumores que mandarão um psicólogo amanhã para falar com todos aqueles que conheciam Isabella, alguns alunos não querem continuar a frequentar a escola, com medo de um suposto assassino.

Estou preocupado com esse psicólogo, maldito diário, todos sabem que Isabella me amava, imaginam que deve ser muito difícil para mim isso tudo, porém penso que ele vá avaliar minha ficha escolar, saberá que alguns dias atrás, Isabella havia me visto empurrando um garoto de um brinquedo e que quase morria.

Ando treinando falsos diálogos comigo mesmo. Tento demonstrar que estou triste e com medo de ser o próximo, mas que a cima de tudo, desejo achem ela com vida. Li hoje alguns livros sobre manipular o comportamento das outras pessoas, li também como parecer que está dizendo a verdade. Se ele realmente vier será minha primeira vez com profissional da mente humana, não vai ser como mentir para os idiotas dos meus pais que acreditam em tudo.

Eu posso até ficar em casa, mas iriam desconfiar que eu estivesse evitando aparecer na escola... Estou um pouco confuso agora, preciso pensar em todas as minhas ações e torcer para que nunca achem o corpo.

Boa noite maldito.

Dia 7

Maldito diário. Os rumores eram verdadeiros, e as coisas realmente estão começando a ficar mais interessantes e ao mesmo tempo tudo pode desmoronar, contudo eu sei que sou inteligente, e ninguém vai desconfiaria nada de mim.

Hoje quando estava saindo para ir para escola, minha mãe segurou em meu braço com olhar de choro, e me disse que acharam os restos mortais de Isabella, eu realmente fiquei surpreso, nunca imaginei que conseguiriam.

Na escola tive uma surpresa maior ainda, havia policias por toda a parte. Durante a aula o diretor entrou acompanhando de um homem vestido de terno, aparentava ser alguém importante. O diretor explicou que aquele homem era um psicólogo e que iria ajudar alguns alunos que eram próximos de Isabella. Alguns policiais também queriam falar os mais próximos dela.

O diretor leu uma lista com alguns nomes, e entre eles o meu estava lá. Todos nós fomos direcionados para falar primeiro com os policiais, estávamos todos no corredor esperando nossa vez. Fiquei pensando que se eu falasse qualquer coisa errada poderiam levantar suspeita sobre mim.

Entrei na sala onde estava um policial com um caderno fazendo algumas anotações. Sentei-me, e fiquei observando, o homem ainda não falava nada, então resolvi demonstrar interesse, perguntei com uma voz de choro onde eles a acharam, ele olhou para mim e disse que eu era muito novo para saber dos detalhes e que poderiam me abalar mais do eu já estava.

Infelizmente isso feriu um pouco meu ego, como eu poderia me abalar com isso? Uma morte tão insignificante. Enfim, o policial me fez algumas perguntas como: quando foi a última vez que a vi, se eramos próximos, alguém que ela não gostava ou alguém que não gostava dela. Eu sabia de todas as respostas, porém tinha que mentir em todas, e foi ai que errei um pouco.

Quando terminei de responder, o policial perguntou por que eu disse que não sabia quando foi a ultima vez que a vi, sendo viram ela me seguindo no final da aula. Me fiz de surpreso, e que realmente não havia visto ela me seguir, tive que falar a verdade a respeito de saber que as vezes ela me seguia, mas menti dizendo que não havia visto ela naquele dia.

Maldito diário. Os problemas que tive respondendo o policial nem se comparam com o que aconteceu quando fui ao psicólogo. Quando cheguei à sala, ele foi bem mais receptivo do que o policial, me deu uma folha com algumas questões para responder sobre perguntas básicas de como eu me sentia. Eu respondi todas essas questões escrevendo o oposto daquilo que eu responderia normalmente.

Ele me mandou responder oralmente algumas perguntas como, por exemplo; por que eu achava que estava ali, e como eu pensava que ele poderia me ajudar, e por fim perguntou se eu precisava de ajuda. Achei as perguntas difíceis de serem respondidas, pois realmente não precisava de ajuda, não sentia nada a respeito à perda de Isabella, porém não podia demonstrar nada disso.

Eu fiquei tentando encontrar as respostas para essas questões, mas não elas viam na minha cabeça, eu estava me sentindo com ódio, foi então que não conseguir controlar meu comportamento, comecei a gritar com ele jogar as coisas no chão, me sacudia forte enquanto ele me segurava, eu estava espumando de ódio. Dei-me conta de que eu estava surtando, ele poderia suspeitar de mim, então forjei um choro falso dizendo que sentia muito por perder Isabella, e que poderia ter evitado isso tudo isso.

Novamente falhei de novo nessa parte, o psicólogo olhou para mim e perguntou, como você poderia ter evitado tudo isso? Não conseguir conciliar o choro e pensar ao mesmo tempo, então parei de chorar muito repentinamente, e lembrei do que policial falou, que disseram que viram ela me seguindo, então expliquei para ele e voltei ao meu choro falso.

Agora em casa me pergunto o que ele irá diagnosticar em mim, será que ele tem alguma suspeita sobre o que fiz. Devo apenas torcer para que nada der errado para mim. Quando essa poeira baixar talvez eu deva procurar outras maneiras de matar, e que pareçam mais causas naturais do que assassinato, por um lado estou gostando de testar o meu limite e fugir um pouco dessa rotina monótona.

Boa noite maldito diário. 

Diário De Um PsicopataWhere stories live. Discover now