1. Jeon Jungkook e eu

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Foi realmente um alívio ouvir o professor de língua inglesa finalmente encerrar sua longa e cansativa aula de quarta-feira.

Na verdade, aulas e estudos não costumam me deixar muito cansado, para falar a verdade, eu gosto das novas matérias e tarefas. Eu amo mesmo!

Só que hoje eu não curti tanto por um pequeno — porém de grande importância — detalhe: a falta do meu querido moletom. Amanheceu quase congelando essa manhã e meu casaco havia sido esquecido (por mim) no armário dos corredores. Só tive a blusa social de tecido fino para me cobrir a tarde inteira e sentia que, de verdade, iria congelar.

As pessoas a minha volta começaram a se levantar, animadas enquanto se dirigiriam para a saída. Observei elas enquanto permanecia parado, aguardando-os.

Sempre fora assim. Eu preferia permanecer no meu lugar até que os seres com quem eu convivia fossem embora. Com certeza é melhor me atrasar um pouco do que ser empurrado e ridicularizado por aí pelos lixos-humanos-sem-futuro, como sempre acontecia comigo na hora da saída.

Eles esbarravam em mim e pediam desculpas. "Foi sem querer".

Tá, mas, acontece que nunca é sem querer.

Eu já tô super informado de que nada nessa selva bruta acontece por acidente, e que se esbarram em você, é porque estão querendo ser engraçadinhos ou apenas irritantes.

Isso não é engraçado. Não é legal.

Eu sei dessas coisas, é realmente na maior cara de pau, porque é só eu me virar que as risadinhas surgem, acompanhadas de apelidos maldosos. Eles me chamam de passarinho e de beiçudo, cara! Por Deus, isso já é demais. Não que eu dê ouvidos. Não mesmo, nunca dê uma foda para o que dizem! Eu não dou. Apenas sei que é tudo inveja desses meus lábios volumosos. Não fode.

E entre deixar-me ser empurrado, ficar um pouco mais na sala, e arrumar um barraco e arremessar uma mesa em alguém... Eu prefiro mil vezes ficar mais um pouco na sala.

— Jimin oppa! Você furou a orelha. — Minji disse, se aproximando com seus livros nos braços.

Minji, uma gentil colega de classe. Até então, a mais nova é uma das poucas pessoas que continuam a vir puxar papo comigo.

Acabou que ela virou uma rotina. Sim, porque todos os dias era a mesma coisa. A garota vinha até mim no fim das aulas e dizia algo, para depois ficarmos em um silêncio constrangedor. E para fechar, Minji sentia-se constrangida e apenas se despedia, tropeçando e gaguejando um pouco ao decorrer das palavras. Ela apenas era assim.

Ou talvez, eu causasse aquilo nela. Costumo deixar as pessoas encabuladas e desconfortáveis com o meu jeito de ser.

O porquê?

Vejamos... Deve ser porque eu sou assim, afinal.

Um pouco quieto, reservado e muito CDF, quando irritado, minha língua enrola e as palavras saem de maneira engraçada e bizarra. Eu também encurto diálogos com pessoas desconhecidas. Além de que minha mãe vive dizendo que sou antipático e bicudo, o que me dá um ar de menininho mimado e chato.

Isso afasta muita gente.

E eu realmente não me importo com isso, porque passar o ensino médio como um verdadeiro fantasma/cara invisível sempre foi o meu objetivo. Eu apenas não queria treta e confusão para o meu lado, só gostaria de ter minhas notas altas e a mente em paz. É por isso que eu acho que me esguiar de pessoas e relações é uma ótima maneira. Uma ótima maneira de conquistar isso.

Ah e por favor, não pense que sou raso ou triste. Não tive o coração partido para desejar algo como isso.

"Antes eu sofria, agora sou fria."

Um clichê nem um pouco clichê {kookmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora