Devia ser quase quatro da tarde quando eu enfim saí da aula, um pouco sonolento e faminto. Comprei um sorvete de casquinha e comecei a andar em direção ao ponto que levaria-me até em casa, que graças aos céus, ficava perto de onde eu estava.
Eu odiava ter de passar por ruas vazias todos os dias após o curso, porque costumava ter muitos assaltos e valentões por aqui. Bem, eu não me preocupava com os valentões, e sim com os bandidos. Se eu fosse roubado, minha mãe me lascaria um tapa tão forte na fuça que partiria-a ao meio. Ela é o único valentão o qual me deixa amedrontado e covarde. Ô mulher, viu!
Eu havia acabado meu sorvete, então logo limpei meus dedos com o pequeno guardanapo. Procurei por uma lixeira para poder jogar fora, e fui até o beco. Eu me aproximei e joguei o lixo no lixo, me virando para sair e seguir a rotina, como sempre fazia.
Isso claro, antes de um grito choroso e alto tomar totalmente a minha atenção.
O som estridente soara atrás de mim e logo me virei, vendo claramente dois caras gigantes no fundo do beco. Tinha alguém... No chão?!
Roubo?
Peguei meu celular de imediato e a primeira coisa que fiz foi ligar para a polícia. Quando me aproximei, vagamente e me escondendo um pouco por detrás das lixeiras e móveis velhos e quebrados, notei que na verdade, não era um roubo.
Era claramente bullying!
Estalei a língua, irritado.
A polícia atendeu e de imediato falei minha localização e o que estava acontecendo. Aqueles caras estavam pisando violentamente no pobre garoto e isso era inadmissível. Eu não conseguia ver o rosto do menino, pois ele estava totalmente virado para o lado oposto, abraçando seu próprio corpo enquanto tremia um pouco.
Agh, pobrezinho...
— Estaremos aí em breve.
A polícia encerrou a ligação e eu já estava pronto para sair dali. Porque... Não deveria me meter em confusão, certo?
— Ahw! P-por favor, parem- AH! — o outro choramingou, a voz do rapaz estava desafinada e gritante.
Ele estava sofrendo.
Eu corri até as ruas, um pouco afoito e olhei em volta, decepcionado por ainda não ter nenhuma viatura. Quando eles chegariam?!
Ao que voltei para o beco e vi que os trombadinhas não haviam parado com a agressão, comecei a ficar vermelho e suspirando de raiva. Eu simplesmente abomino isso, eu odeio e juro que... É impossível de suportar.
Simplesmente não dá.
Mas eu sabia que eles eram gigantes e que eu sou um tampinha e... Poderia acabar apanhando junto. Isso ajudaria em algo?
Ouvi os choramingos do menino e ajeitei o óculos em meu rosto antes de soltar minha bolsa no chão.
Não posso só ficar olhando. Não devo apenas olhar!
Eu comecei a andar na direção deles e passei a escutar suas risadas e comentários maldosos, assim como o choro do menino estirado no chão, que vez ou outra implorava para os outros pararem.
Olhei para os lados e me deparei... Com um cano de ferro.
E uma garrafa de vinho vazia.
A primeira coisa que fiz foi tirar os óculos, enxergando meio mal, mas ainda sim enxergando, e quando peguei a garrafa de vidro no chão, o mais baixo entre os dois babacas me notou. Eu já estava bem próximo.
— Ei, Seunghyun, tem um anão-
Antes que o outro, de fato, entregasse minha presença, eu joguei com força a garrafa na sua direção e, se ele não tivesse se abaixado naquele momento, eu o acertaria em cheio.
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Um clichê nem um pouco clichê {kookmin}
FanfictionToda vez que eu penso no meu quase-namorado Jeon Jeongguk, eu rio um pouco e confirmo comigo mesmo que, com certeza, nós somos um grande clichê. Porque Jeongguk é o capitão do time, é popular e é bonito, e eu sou um nerd esquisito, quieto e esquecid...