O resto do dia passou quase que voando, a última cirurgia foi um sucesso. E agora eu podia descansar alegremente, a começar por tomar um ar bem generoso. Após trocar de roupa e colocar uma blusa de frio bem quentinha por cima da camiseta, vou em direção ao elevador, e quando entro dentro aperto o botão do último andar. Quando a porta se abre, vou até a outra que é fechada para o terraço. Por sorte eu sabia o segredo para abri-la. Inclinei a maçaneta e dei alguns chutes, na parte inferior, o que a abriu. Ao subir os degraus, cheguei à vista periférica de todo o complexo hospitalar.
É a visão mais linda de Seattle, segundo a fonte "Eu". É o lugar mais alto que já fui dado ao meu medo extremo de altura, e a vertigem decorrente dele.
O ar invade meus pulmões e tira toda a carga negativa, aproveito para deixar a cabeça ir para um lado do corpo com grande peso. Isso que é relaxar. Minha cabeça voa, e só quando ouço passos vindo em minha direção, percebo que não estou mais sozinha.
-Pagaria um milhão para saber o que você está pensando. -Pulei ao ouvir uma voz atrás de mim, virei rápido já imaginando quem era.
—Tom. — Afirmo com a cabeça —Não tinha uma cirurgia? -Perguntei confusa. O quadro do hospital mostrava a que hora cada médico estaria em cirurgia, e tinha quase certeza que o nome dele preenchia um bom espaço.
-Já acabou. Vai demorar um pouco até entrar em outra. Estava te procurando e então imaginei que estivesse aqui. — Ele deu um amplo sorriso amarelado para mim. Está bem frio não acha? —Ele chega perto de mim. Se apoia no corrimão, que cerca toda a área do terraço, e que fica na altura de seu tórax quando ele o faz.
—Demais. Seattle como sempre é... — Digo fechando os olhos, e inalando o ar.
Sinto seus olhos sobre mim.
— Como foi seu dia? —Sento-me em um dos bancos atrás de mim, ele dava uma boa visão do entorno do complexo hospitalar. E sem o encarar respondo com uma única palavra.
— Corrido. — Não puxo mais assunto. Só quero descansar, mas quando penso que acabou...
— Aquela cirurgia que fizemos juntos mais cedo foi legal né? Fazia tempo que não operávamos juntos, me fez lembrar de antes.
— Foi bom operar, amo essa adrenalina, já fui bem imprudente com ela algumas vezes. Fico feliz que ficou no passado. —Rio, nostálgica me lembrando.
-Ô se sei. Ainda me lembro quando você pulou na frente de um carro, só para não permitir que ele passasse no sinal verde. -Ele riu com divertimento. Não me contive, algumas lembranças de quando estávamos juntos me dava certo conforto e na maioria das vezes me fazia rir. Minha relação com Tom estava meio incerta, era a nossa primeira conversa desde a um ano atrás, eu ainda tinha um pouco de ressentimento, mas ainda assim antes de sermos um casal fomos amigos e esperava que pudéssemos ser novamente.
—Sim eu concordo —Diz ele que permanece em pé. —Sempre fomos uma boa dupla. Por isso acho que...devemos tentar novamente.
— Aquelas palavras me deixaram irritada e no mínimo chocada pelo atrevimento — Que merda você disse Thomas!? — o corto bruscamente, me virando para ele — Me fala logo o que você quer e para de jogar meu tempo fora.
O encaro.
— Anda, cospe fora de uma vez.
— Eu quero você Peyton. Quero nós de novo. Eu já disse que me arrependo do que fiz, e você não me dá uma chance. Eu sou louco por você, será que não entende isso? — Ele respira profundamente. O que só o faz aumentar ainda mais seu tom de voz — Te liguei durante todos esses meses. Pensei que tinha acontecido algo com você, já que não respondeu nenhuma das minhas chamadas. Sabe como eu surtei quando você foi viajar, e eu só fui saber quando você já tinha ido?!
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Despicable and Lovely #1 Benjamin Parker
RomanceO que significa ser uma boa garota? Ter os melhores resultados, entrar na melhor universidade ou se estabelecer em todas as áreas da sua vida? Helena sempre se questionou sobre isso, há quem diga que ela é fantasiosa mas a verdade é que o simples fa...