Capítulo 3

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O resto do dia passou quase que voando, a última cirurgia foi um sucesso. E agora eu podia descansar alegremente, a começar por tomar um ar bem generoso. Após trocar de roupa e colocar uma blusa de frio bem quentinha por cima da camiseta, vou em direção ao elevador, e quando entro dentro aperto o botão do último andar. Quando a porta se abre, vou até a outra que é fechada para o terraço. Por sorte eu sabia o segredo para abri-la. Inclinei a maçaneta e dei alguns chutes, na parte inferior, o que a abriu. Ao subir os degraus, cheguei à vista periférica de todo o complexo hospitalar.

É a visão mais linda de Seattle, segundo a fonte "Eu". É o lugar mais alto que já fui dado ao meu medo extremo de altura, e a vertigem decorrente dele.

O ar invade meus pulmões e tira toda a carga negativa, aproveito para deixar a cabeça ir para um lado do corpo com grande peso. Isso que é relaxar. Minha cabeça voa, e só quando ouço passos vindo em minha direção, percebo que não estou mais sozinha.

-Pagaria um milhão para saber o que você está pensando. -Pulei ao ouvir uma voz atrás de mim, virei rápido já imaginando quem era.

—Tom. — Afirmo com a cabeça —Não tinha uma cirurgia? -Perguntei confusa. O quadro do hospital mostrava a que hora cada médico estaria em cirurgia, e tinha quase certeza que o nome dele preenchia um bom espaço.

-Já acabou. Vai demorar um pouco até entrar em outra. Estava te procurando e então imaginei que estivesse aqui. — Ele deu um amplo sorriso amarelado para mim. Está bem frio não acha? —Ele chega perto de mim. Se apoia no corrimão, que cerca toda a área do terraço, e que fica na altura de seu tórax quando ele o faz.

—Demais. Seattle como sempre é... — Digo fechando os olhos, e inalando o ar.

Sinto seus olhos sobre mim.

— Como foi seu dia? —Sento-me em um dos bancos atrás de mim, ele dava uma boa visão do entorno do complexo hospitalar. E sem o encarar respondo com uma única palavra.

— Corrido. — Não puxo mais assunto. Só quero descansar, mas quando penso que acabou...

— Aquela cirurgia que fizemos juntos mais cedo foi legal né? Fazia tempo que não operávamos juntos, me fez lembrar de antes.

— Foi bom operar, amo essa adrenalina, já fui bem imprudente com ela algumas vezes. Fico feliz que ficou no passado. —Rio, nostálgica me lembrando.

-Ô se sei. Ainda me lembro quando você pulou na frente de um carro, só para não permitir que ele passasse no sinal verde. -Ele riu com divertimento. Não me contive, algumas lembranças de quando estávamos juntos me dava certo conforto e na maioria das vezes me fazia rir. Minha relação com Tom estava meio incerta, era a nossa primeira conversa desde a um ano atrás, eu ainda tinha um pouco de ressentimento, mas ainda assim antes de sermos um casal fomos amigos e esperava que pudéssemos ser novamente.

—Sim eu concordo —Diz ele que permanece em pé. —Sempre fomos uma boa dupla. Por isso acho que...devemos tentar novamente.

— Aquelas palavras me deixaram irritada e no mínimo chocada pelo atrevimento — Que merda você disse Thomas!? — o corto bruscamente, me virando para ele — Me fala logo o que você quer e para de jogar meu tempo fora.

O encaro.

— Anda, cospe fora de uma vez.

— Eu quero você Peyton. Quero nós de novo. Eu já disse que me arrependo do que fiz, e você não me dá uma chance. Eu sou louco por você, será que não entende isso? — Ele respira profundamente. O que só o faz aumentar ainda mais seu tom de voz — Te liguei durante todos esses meses. Pensei que tinha acontecido algo com você, já que não respondeu nenhuma das minhas chamadas. Sabe como eu surtei quando você foi viajar, e eu só fui saber quando você já tinha ido?!

Despicable and Lovely #1  Benjamin ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora