Capítulo 49

13 1 1
                                    

Assim que saio da sala e fecho a porta sinto uma tontura repentina, não perco o meu tempo desço as escadas  e vou em direção a saída do quartel o mais rápido que posso,assim que estou na frente do quartel,me encosto na parede e solto o ar, a tontura volta e com ela a náusea,viro para o lado e coloco tudo o que eu tinha no estômago pra fora. Levanto, limpo a minha boca e encosto a cabeça na parede,respiro fundo e fico ali parada por um tempo. E se eu for mesmo filha dele? Como que eu posso acreditar nela? Eu sei que ela não iria fazer o que Marcellus quisesse,não sem um acordo,ele pode ter prometido algo que ela quer muito,provavelmente ela cederia. Meu único jeito de tirar a limpo isso é com a Madalena,é o jeito.

Me agacho,fico ali até a minha respiração voltar ao normal,tenho que vê como vou encurralar a Madalena,talvezz se o  James estivesse na mesma sala ou...

-Clarissa?

Ouço Will me chamar,olho pra ele que está agachado na minha frente me olhando.

-Tu ouviu ?

Ele assenti.

-Eu posso confiar nela ?

Ele assenti novamente.

-Acha que eu posso ser filha dele mesmo?

Ele fica em silêncio só me olhando,mas no fim ele assenti.

-Pode me contar o que tu sabe agora ?

Ele assenti,me levanto e ele também,já estava escuro então começamos a caminhar,ele caminha ao lado,ficamos em silêncio até chegarmos em uma lanchonete,nos sentamos e a garçonete nos pergunta o que iriamos comer,eu não falo nada,Will pede um chá,um pedaço de bolo de morango com nata e um pastel com um refri,a mulher vai embora e Will volta a me olhar, eu levanto meu rosto e o olho.

-Me conta .

Ele assenti e começa  a falar.

-Eu não sabia que eles tinham um caso,naquela noite,ele me disse que iria conversar com uma pessoa e talvez iriamos fazer uma pequena mudança e que ele precisava de mim,então eu fui.

A garçonete volta com o nosso pedido,eu tomo um gole do chá e fico segurando a xícara,tanto pra não mostrar para o Will que minhas mãos estavam tremendo, quanto para esquentar elas.

-Quando chegamos lá, a casa estava em chamas,Marcellus queria entrar na casa mas eu o segurei,por que eu sabia o que iria acontecer se ele entrasse,eu ouvi gritos lá de dentro,sabia que era por isso que ele queria entrar.Quando uma parte da casa desmoronou ele se ligou que não poderia fazer mais nada.Ele ficou estático,como se ele nem estivesse ali,então comecei a tirar ele dali,mas enquanto  eu direcionava ele para sair,eu olhei pra trás e vi a Madalena com um bebê nos braços correndo, o James chegou quase que ao mesmo tempo que a gente,a Madalena entregou a criança para ele e começou a falar e a gesticular e quando notei ela estava apontando para mim e para o Marcellus,foi então que eu escutei,ela estava acusando nós dois de começar o incêndio.No dia seguinte estavam todos falado que tinha sido nós,que fizemos isso para atingir o James ,pra que ele saísse da liderança e sobre o contrato que tinha sido assinados anos atrás.Então James  veio atrás do Marcellus mas não conseguiu encontrá-lo,ele já havia sumido,então o James me ameaçou para que eu mandasse um recado a Marcellus,pra que ele não voltasse mais para a cidade,mas eu nem sabia onde ele estava,não sabia nem como me contatar com ele.

Eu fico olhando pra ele com a minha xícara em mãos,eu não sabia o que fazer,processar isso e tudo o mais,como que eu vou lidar com isso. Robert batendo na minha mãe,minha mãe tendo um caso com um homem horrível que mata sem ter piedade,eu sendo filha dele,meu próprio tio me mentindo,a Madalena então,a pessoa que eu achava poder confiar mais e agora descubro que ela sabia de tudo que nem nela eu posso confiar.

-Clarissa,fala alguma coisa.

Largo a xícara e falo.

-Quer que eu fale o que? Que eu posso ser filha de um monstro? Que eu tinha uma imagem de um pai amoroso,que eles eram felizes e agora isso foi destruído. Que a pessoa que eu mais confiava e quebrei a cara de novo. 

-Lissa

Will segura a minha mão por cima da mesa,eu o olho e lá vejo o que eu mais odeio,pena. Isso me faz esquecer toda essa magoa,essa tristeza, puxo a minha mão da dele me levanto e falo.

-Obrigado por ter me contado,eu preciso ir agora,tenho que falar com eles.

-Lissa espera.

Não espero vou até o caixa ,pago o nosso lanche,se bem que mal toquei no bolo,agradeço a atendente e saio pra rua. Will vem atrás de mim,caminhamos lado a lado em direção da minha casa.

-O que tu vai fazer agora?

-Tu não precisa se preocupar.

Ele me para se enfia na minha frente e segura o meu rosto.

-Para ta legal,para com isso, eu to preocupado contigo eu quero te ajudar porra, como eu posso viver assim,vendo a pessoa que eu amo se colocando em risco,não posso te deixar,não sei o que faria se algo acontecesse contigo,então por favor não me pede pra me afastar.

Eu fico sem palavras ao ouvir essas palavras, tento me concentrar,eu não posso deixar que isso me desmorone ,não agora que eu to quase chegando ao fim disso.Sinto meu feitiço se rachar cada vez mais, não posso,não posso,tento me afastar dele mas ele me segura olhando meus olhos eu  falo.

-Por favor,não,não, não agora ,eu tenho que resolver isso primeiro.

Eu empurro ele.

-Tu não pode fazer isso comigo,não pode ficar falando que me ama,não agora,agora que eu to quase conseguindo a verdade,tu não tem o direito de fazer isso,me bagunçar toda depois que eu já resolvi esse assunto.

Ele fica me olhando,ele se aproxima de novo de mim uma de suas mão vai em direção ao meu rosto e então percebo que estou chorando,ele me abraça forte e fica assim,quando me solta ele olha bem em meus olhos e fala.

-Deixa eu te ajudar,pelo menos agora ,nesse passo final,por favor,eu não vou me intrometer,só vou ficar ao seu lado,deixa eu fazer isso.

Eu assenti e vamos em direção a minha casa.



Sobrenaturais em New OrleansOnde histórias criam vida. Descubra agora