Capítulo 29

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Passo o resto do dia fora, andando, admirando a paisagem e principalmente fazendo o feitiço que evita que encontre minha localização, durante todo o dia eu passo sem fome, rejeito as ligações de Will e de todo o resto, eles ficavam mandando mensagens decido por fim desligar o celular antes que eu toque ele numa árvore, penso em tudo o que aconteceu nesses últimos dias, refaço e refaço a cena do jantar, as palavras de Marcellus a cara de Nathan quando escutou aquela barbaridade, tio James concordando sem olhar nos meus olhos, o choque, a negação ,a raiva da mentira , da farsa. Olha que a única coisa que eu mais odeio é a mentira, a traição também mas o que te machuca muito mais é a mentira, não sei se posso perdoar tio James sobre isso,e não sei se posso fazer isso,é uma mentira grande demais ,dolorosa demais. Paro diante de uma árvore e começo a escalar, quando chego perto da copa me sento em um dos seus galhos grossos e começo a apreciar o fim de tarde, e com isso vem a cena do fim de semana em Marrocos junto de minha suposta família vendo o fim de tarde, era lindo lá claro que tinha alguns contras mas -na minha opinião- ,sempre foi magico e vai continuar sendo. Fico observando o pôr-do-sol e penso no que Jeannine e Lucy devem ta vendo ou fazendo, estou tão perdida em meus pensamento que levo um susto e quase caio do alto da árvore quando algumas brasas começa a aparecer diante de meu rosto deixando um papel chamuscado nas pontas o pego assim que ele deixa de queimar e leio.

Onde você se meteu Clarissa ? Está bem? Estamos preocupados com você! Tio James e Nathan estão quase morrendo aqui de tanta preocupação com você, liga para nós!

J.

Assim que termino de ler o papel murmuro incedia e o mesmo se dissipa em chamas, mas penso em dar alguma noticia para eles, mas não irei ligar ou mandar um mensagem- no caso deles quererem rastrear- e sim irei fazer a mesma coisa que Jeannine assim que voltar para a cabana. Volto meus pensamentos para aquele jantar horrendo, e me veio a mente a ideia de falar com Marcellus, encontrar ele e pedir q ele me conte tudo, Marcellus é a minha única resposta, já que tenho certeza que James não ira me contar e sim me mentir mais ainda e piorar sua situação comigo, desço da árvore com cuidado da mesma, já no chão vou em direção a cabana, já estava noite, devia ser umas 20:30 ou 21:00, paro diante da porta e decido finalmente o que vou fazer daqui para frente, não irei mais chorar eu me recuso e sim irei falar com Marcellus depois de amanhã, se o Will me irritar mais um pouco irei embora amanhã mesmo, abro a porta e entro. Olho em volta e vejo Will parado com cara de poucos amigos e preocupação ao mesmo tempo, ele vem até mim e me abraça assim que ele se separa de mim me olha com raiva nos olhos e fala.

-Onde você tava, saí para procurar você e nada, onde se meteu garota?

Eu não falo nada, só fico olhando ele, não creio que Will está preocupado com alguém além dele mesmo, eu abro um sorriso com esse pensamento e a cara do Will quando me vê sorrindo, melhor quase rindo, saio de sua frente á procura de um papel e caneta enquanto lhe digo.

- Não sei por que está tão preocupado, eu só estava andando, pensando, trocando o ar da mentira e da traição para um ar mais leve .

Olho para Will que me olhava atentamente ainda preocupado.

-E custava atender o celular?

-Qual a parte que tu não entendeu que eu estava pensando e não queria ninguém por perto...

Falo fechando uma gaveta de uma das gavetas da cozinha.

-E o celular já estava me irritando então decidi desligar antes que ele tivesse um encontro muito intimo com uma árvore !

Dou um sorriso fraco para Will que me olhava ainda com preocupação, me sento numa cadeira e lhe digo apontando a caneta.

-Pode tirar essa preocupação da cara tá? To inteira, sem um arranhão... Em partes claro .

Sobrenaturais em New OrleansOnde histórias criam vida. Descubra agora