Capítulo 1: Survivor

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Capítulo 1: Survivor

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Capítulo 1: Survivor

O trajeto até Londres era longo, e Bella odiava voar.

Precisou agarrar-se ao pensamento de que em oito horas estaria de volta à sua pequena casa esmagando seus gatos, Mr. Darcy e Heathcliff, mesmo sabendo que eles não dariam a mínima para seu retorno.

Hoje, especialmente, seu estômago estava um nó. Atrasos não faziam parte de sua rotina, já tinha se acostumado à pontualidade britânica após seis anos como cidadã londrina. Porém desde a manhã de hoje, uma série de infortúnios contribuiu para que fosse a última passageira a entrar no avião.

Tinha saído com amigos que encontrou na Bienal Internacional do Livro de Alexandria, no Egito, e acordou tarde demais. Quase não achou o passaporte, o táxi atrasou e por pouco não perdeu o voo.

Seu corpo tenso ainda não tinha aceitado que mais nada de extraordinário aconteceria hoje – ao menos, era isso que ela esperava.

Pedira ao Universo um descanso. Aguardava o milagre.

Aproveitou as cadeiras vazias ao lado para se esparramar. Fechou os olhos para meditar com o aplicativo do celular, recostando no travesseiro de pescoço que ganhou da mãe.

Tinha aroma de lavanda, para acalmar. Renee acreditava em aromaterapia – uma bobagem, Bella achava. Mas apesar do ceticismo, aceitava qualquer coisa que desacelerasse seu coração na hora da decolagem, que para ela era uma das piores partes.

Bem, talvez a pior mesmo devia ser uma pane seguida de uma queda, mas isso ela tentava nem pronunciar em pensamento.

O relaxamento veio aos poucos. Não sabia se dava créditos à meditação ou à dose de uísque que pediu. Talvez ambos.

Estava quase pegando no sono quando uma gargalhada alta ecoou no espaço, lhe acordando de sobressalto. Viu que vinha lá da frente, a risada masculina que se estendeu por segundos.

Num impulso, ela bufou, berrando um sonoro "shh!" como uma velhinha irritada no cinema. O cara imediatamente parou.

– Que sem noção. – resmungou para si antes de fechar novamente os olhos e voltar à concentração.

Mas dessa vez se assustou por outro motivo.

De repente, totalmente sem convite, uma imagem surgiu no escuro por trás de suas pálpebras.

O sorriso mais encantador que já conhecera, os dentes misteriosamente claros apesar dos vícios. A cabeça tombada para trás em abandono, como se não houvesse problemas no mundo. O riso forte, tão cheio de vida, movendo o corpo todo.

Via seu ex-namorado gargalhando nitidamente.

De alguma forma, sua cabeça relacionou a risada do homem rude no voo com aquela memória. Achava que só Edward seria incapaz de rir discretamente em lugares formais, mas parece que estava errada.

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