My little persian cat

Você era o único entre muitos

Imagine só, gatinho.
Você acreditaria se eu dissesse que sempre ao comer bolo me lembro de você?

Irônico, talvez. Um amigo próximo já me disse que gatos não sentem gostos doces.

Mas você me sentia.

Sentia o ar mais puro da minha alma, sentia o peso dos meus dias difíceis e eu o sentia também.

Por isso, mas que em todos os outros momentos eu sinto a sua falta.

Sinto saudades da sua manha, dos nossos diálogos matinais, sinto o vazio de não procurar você ao acordar pela manhã, e as vezes a tarde.

Meu querido e pequeno persa, mesmo sendo você quem iniciou a troca de cuidados, sinta-se feliz, pois foi a ti que eu mais distribuí outros em troca.

Como citado, eu não amei alguém.

Não como amava você.

Quando eu percebi que realmente era capaz de amar um ser assim, eu o cativei.

Tentei cicatrizar as suas feridas, as da rua, causadas pelos seus pais, Fraqueza e Decepção.

Também, a sua falta de pelo pelas brigas geradas por aqueles que diziam serem seus melhores amigos.

Meu doce pequeno, eu fui responsável por concertar a sua insônia e sarna causada pelas noites que te eram perdidas por choros e desgostos.

Me orgulho disso, sinto orgulho de ser um tolo que viveu meses a mais por te amar. Mesmo que eu não soubesse demonstrar o quanto, eu o amava.

E como eu te amava.

Amava mais que cada grãuzinho de areia por qual a gente corria, mais que todos os perfumes de flores que eu já recebi de você.

Lembra-se, das mais belas flores?

As de esperança e consolo já não são mais as mesmas.

A esperança de que apesar de tudo terminarianos juntos, agora esta morta, porque o destino não nos quis assim.

Pobre de nós, gatinho.

A flor de consolação que cuidavamos, também morreu quando me deixastes e você nem soube.

Não soube que para fertilizar o solo das flores não era preciso só o meu amor.