Capítulo 6

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Harry quase interrompeu o beijo, mesmo antes de começar. O problema era que ele nunca deveria ter começado. Fora de alcance. Ele se recordou das próprias razões que havia ela­borado mentalmente para justificar os motivos de não se en­volver sexualmente com Louis. Contudo, os lábios entreabertos e convidativos o excitavam demais e ele preferiu calar a voz interior que o alertava. Com as palmas das mãos, ele adequou o rosto dele de maneira a conseguir aprofundar o beijo. Em resposta, Louis gemeu e ergueu os braços para enlaçar o pescoço de Harry. Seus corpos se aproximaram até o ponto em que os mamilos fartos e o abdômen proeminente se colaram ao peito amplo e poderoso.

Aquela era uma experiência inédita, Harry tinha de admi­tir. Alguém se interpunha literalmente entre eles, unindo-os. Por um instante, ele afrouxou o abraço, agindo de maneira protetora com o bebê da mesma forma como fazia com Louis. Também havia outra coisa: Harry adorava passar as tar­des com Louis, mas não gostava que as noites sempre terminassem com um beijinho rápido na porta da cabana. Por outro lado, ele o conhecia apenas há alguns meses. Um pou­co mais tempo do que conhecia Nick quando lhe propuse­ra casamento. Será que estaria pensando em cair na mesma tolice? Será que estava se precipitando outra vez? Harry não queria pensar dessa maneira. O problema era que não conse­guia raciocinar direito enquanto beijava Louis e a mantinha em seus braços.

Precisava parar com aquilo e se acalmar, até que tivesse certeza de que não estaria cometendo o mesmo erro outra vez. Ele lhe dissera que pretendia se casar novamente quando o tempo passasse e a homem certa aparecesse. E se Louis significava o homem certa, então só restava aguar­dar pelo tempo. E, até que todos os obstáculos fossem re­movidos, o melhor seria que prosseguissem apenas como amigos. No mesmo instante em que Harry chegou àquela conclusão, Louis se libertou dos braços dele e recuou um passo.

— Oh, meu Deus! — Louis exclamou e depois cobriu a boca com a palma de uma das mãos.

O olhar de horror que Louis exibia arrefeceu o ânimo de Harry, como se ele tivesse recebido um balde de água fria na cabeça.

— Desculpe-me, eu não queria fazer isso. Quero dizer... Eu queria, mas não deveria — ele murmurou confuso.

A resposta de Louis o surpreendeu.

— Acontece que eu correspondi ao seu beijo — Louis con­fessou.

— Está tudo bem.

— Não. Não está.

— Por favor, não quero que fique aborrecido comigo por causa de um beijo — ele pediu em tom de arrependimento.

— Eu... Eu não estou aborrecido por causa do beijo, Harry.

Contudo, ele notou que Louis estava pálida e as mãos trêmulas.

— Então por que está tão assustado?

— Porque eu me dei conta de que gosto muito de você.

— O mesmo acontece comigo, Louis.

Harry imaginou que ele fosse sorrir, porém, Louis sacudiu a cabeça e começou a dizer:

— O problema é que precisamos de tempo...

Ele o interrompeu:

— Eu sei disso, Louis. Ambos temos que avaliar com calma a nossa situação. E também existem prioridades. — Ele concluiu com um olhar significativo na direção do ab­dômen proeminente. — Ainda não estamos preparados para um relacionamento sério, mas podemos continuar amigos.

A última palavra proferida ocasionou um gosto amargo na boca de Harry, porém, se a melhor solução fosse pros­seguir com aquele amor platônico, ele estava disposto a aceitar.

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