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Margarida

Saí agora do infantário da Maria, onde deixei a própria.
Ao entrar no meu carro, ouço o som de notificações do meu telemóvel e pego nele, vendo uma notícia sobre o André.

André Silva visto a sair da casa da sua ex-namorada, Sara Rodrigues. Será que o famoso jogador do Futebol Clube do Porto voltou para a mãe do seu filho?

O meu coração começou a palpitar automaticamente.
Ultimamente, o André estava muitas vezes na casa da Sara. A única razão para tal era por causa do Tiago. Mas, infelizmente ser figura pública tinha destas coisas, não se podia fazer nada que os jornalistas estavam logo em cima deles. Na noite passada, o moreno mandou-me uma mensagem a dizer que, por capricho do filho, iria dormir na casa da Sara.
Não nego o facto de me ter incomodado. Já estava habituada a acordar todos os dias e vê-lo. Mas o que me incomodava mais era saber que ele iria dormir debaixo do mesmo teto que a outra. No entanto, confiava plenamente no André e sabia que ele me amava.

Voltei a pôr o meu aparelho eletrónico na mala e meti a chave do automóvel na ignição.

Estava um trânsito caótico. Era hora de ponta. Já estava habituada mas mesmo assim, era algo que não conseguia suportar. Estávamos sempre no pára e arranca.

De repente, sinto o meu corpo a embater no volante da viatura e assusto-me pondo o pé no travão.
Com uma mão no volante, levo a outra à minha cara retirando alguns cabelos que me estavam a chatear. Volto a ter as duas mãos no volante e tento concentrar-me na estrada. Sentia as minhas mãos a suar.
Estava a levar com o som das buzinas dos outros carros e só assim reparo que já não tinha ninguém à minha frente. Coloco o pé no acelerador e, admito que excedi os limites.

Desta vez, a última coisa que consegui sentir foi o meu carro ter uma colisão frontal com o automóvel da frente.
O meu corpo bate fortemente contra o volante, de novo. Mas agora, perdi todos os sentidos.



Abri os olhos e olhei em meu redor. Não estava a reconhecer aquele lugar. Ao olhar mais para a direita, vi várias máquinas e tubos ligados a mim. Percebi de imediato onde estava: hospital.

Tentei pronunciar alguma palavra mas parecia que tinha perdido o dom que todos temos em falar.

- Ela já acordou! - ouço vagamente gritarem.

Estava a entrar em desespero e comecei a chorar desalmadamente.

- Meu amor, finalmente acordaste! - o moreno acariciou os meus cabelos e beijou a minha testa.

- O que se está a passar aqui? - perguntei desesperadamente porque necessitava de ouvir a resposta.

- Margarida... - suspirou e retirou o seu olhar da minha face, encarando outro ponto qualquer daquele quarto. - Tu tiveste um acidente. E... - pausou.

- E? - incentivei-o a continuar.

- E perdeste o bebé. - falou baixo e pude perceber o sofrimento que estava a sentir.

- O quê? - falei mais alto que antes.

Não obtive resposta porque fomos interrompidos por um médico e pela minha mãe acompanhada pela minha filha.

UM AMOR INESPERADO ; andré silvaOnde histórias criam vida. Descubra agora