VINTE E UM

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Myrella Siqueira

Amor? Quando eu pensava nessa palavra a quatro meses atrás eu só pensava na minha família, nos meus amigos e nos meus ídolos.

Eu nunca fui do tipo que dava sorte com namoros, não que eu tenha tentado muito, só tive três namoros. Dos três levei chifre em dois e o outro percebemos ser amigos demais pra namorar. Então amor pra mim era só platônico.

Eu nunca tive muitos exemplos de amores românticos que deram certo. Tem o da minha irmã mais velha e do seu marido, apenas esse. Entre tantos casais que eu conheço apenas um eu via amor em cada detalhe.

Amor pra mim era apenas fraterno, platônico, imaginário. Eu sempre me imaginei amando alguém e sendo amada por alguém mas não por esse alguém.

Ok, assumo que já pensei sim e pensei várias e várias vezes. Fortemente. Pensei nos filhos que termos, no casamentos, nos dias de sexo louco, pensamentos era o que eu mais tinha com o grande Xavier.

Mas aí eu vi que Xavier não era lá essas coisas. Mas o Micael... esse sim. Micael é o homem mais perfeito do universo, é o cara mais apaixonante do mundo, o homem que eu definitivamente me casaria sem pensar duas vezes.

Não que o Xavier fosse um homem ruim, não é, mas eu nunca vi verdades nos olhos do Xavier mesmo sendo os mesmos olhos do Micael. Micael era mais completo, mais puro, mais perfeito.

Então quando eu encaro esse mesmo Micael, o homem que me ganhou aos poucos, que não foi paixão a primeira vista, ou amor de fã, foi paixão honesta, primeiro uma amizade e depois um romance como deve ser, eu me sinto completa, sortuda, realmente feliz por ter meus sentimentos recíprocos.

— Vai repetir ou fingir que não disse? - eu pergunto porque vejo seus olhos assustados

— Eu sei que você pode achar que é rápido, mas eu sinto isso a meses, My, eu te amo desde o momento que eu percebi o quão incrível você é e o quão bem nos damos, não quero atropelar nada e por isso não disse, mas eu sinto. Eu realmente sinto.

— Então diz. - eu respiro fundo — Me diz outra vez que você me ama.

— Eu... - ele engole em seco — Eu te amo.

— Eu te amo mais. - eu respondo vendo os olhos dele se encherem de lágrimas felizes

Eu não impeço meu ato de me lançar sobre ele e beijar seus lábios saborosos. É o mesmo gosto dos outros beijos mas com certezas que os outros não tinham.

Pra muita gente dizer eu te amo leva meses ou até anos, ou levam horas, dias, pra mim não me importa. Não importa o tempo que estamos juntos, apenas a certeza do que sentimos.

As buzinas nos despertam e nos afastamos rindo. Poderíamos levar uma multa das grandes agora, mas nada mais importa a não ser nós dois e esse momento.

O resto do caminho passa rapidamente e, em todos os momentos que podemos, trocamos carícias, beijos, juras de amor.

Cael nos leva para um bairro chique de Niterói, entra num condomínio bonito, com ruas arborizadas e casas enormes. Quando ele estaciona o carro em frente a uma das casas mais linda do lugar, eu respiro fundo.

— Baby, vai ficar tudo bem. - ele me diz antes de beijar minha mão

— Se você ficar ao meu lado vai sim. - eu beijo seus lábios carinhosamente e sorrio — Preparado pra ver sua família?

— E você, preparada pra conhecer sua sogra? - ele provoca e eu sinto meu estômago afundar

— Não provoca, amor, eu ainda posso vomitar bem aqui no estofado do seu carrinho preciso.

Xavier - Série Homens Perfeitos #2 Onde histórias criam vida. Descubra agora