Demissão

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Droga! Não acredito que fui tão estúpida e deixei as coisas chegarem a esse ponto. Agora eu estou aqui, me preparando psicologicamente para perder o melhor emprego de toda a minha vida. E pra ajudar estou quase duas horas atrasada, meu chefe vai me matar!

Cheguei no escritório e percebi dezenas de olhares sobre mim. Acho que não é muito comum ver uma funcionária de três anos que nunca falta ou se atrasa sem uma boa justificativa, chegar exatas uma hora e quarenta e três minutos atrasada. Sento na minha mesa e assim posso ver meu reflexo na tela do computador. Eu estava horrível, completamente descabelada. Deitei minha cabeça por míseros três segundos e levanto com o maravilhoso cheiro de café.

- Você está um lixo! - Disse Laurel, minha melhor amiga e colega de trabalho, segurando dois copos de cappuccino em suas mãos.- O que aconteceu?

- Aconteceu tudo e mais um pouco.... - Respondi ao pegar um dos copos e dando um gole. - Oliver já chegou? Quer dizer, senhor Oli... Queen, senhor Queen.

- Você está muito estranha. E o senhor Queen chegou sim, bem cedo na verdade. E acredita que... - Sua fala foi interrompida pela voz que mais temia.

- Senhorita Smoak! - Me virei para meu chefe, tentando ajeitar minha aparência. - Na minha sala, agora!

- Sim, senhor! - Sua voz era firme, e pela primeira vez senti medo ao ouvi-la.

Segui em passos lentos para sua sala, na esperança de tardar minha demissão. Não conseguia nem ao menos pensar em como olha-lo face a face depois do que aconteceu. Me arrependia de te-lo feito, porém também iria me arrepender se não fizesse. Ao menos se fosse em outras circunstâncias... Com toda certeza dormir com meu chefe não foi a minha melhor atitude, por mais bêbada que estivesse. Adentrei em sua sala, e diferente do costume deixei a porta aberta, era mais seguro. Mas Oliver não pensava como eu.

- Feche a porta senhorita Smoak. - Pediu firme.

- Acho melhor deixa-la assim, podem pensar mal de nós. - Ele se aproxima perigosamente de mim.

- Reuniões e conversas particulares são feitas de portas fechadas. - Fechou a porta atrás de mim e seguiu para sua mesa. - Sente-se. Precisamos conversar sobre os recentes acontecimentos.

- Sim. Eu entendo que terá que tomar providências quanto a isso. Fomos precipitados e isso não pode ocorrer na empre... - Interrompeu-me ainda de pé.

- Espere, você acha que vou te de... - Agora o interrompido é ele, pelo telefone. - Um momento.

Sentou-se em sua cadeira giratória abrindo um dos botões de seu paletó e atendendo o telefone.

- Oliver Queen, quem fala? - Perguntou, e na espera minha ansiedade apenas aumentava. Minha perna insistia em sacolejar mesmo sabendo que aquela atitude era muito inconveniente. - Mas é necessário que seja agora? - Seu olhar caiu sobre mim por um breve momento. - OK, eu entendo . - Encerrou a ligação e virou-se novamente para mim.

- Perdão a interrupção. Fui chamado para uma reunião de emergência com alguns dos acionistas e não poderemos terminar essa conversa no escritório, pois tenho outros compromissos agendados. - Explicou, falando o óbvio - Que claro, você já sabe por ser minha secretária.

- Sim senhor. Posso me retirar? - Pedi querendo sair dali o mais rápido possível.

- Sim. E por favor, agende uma reserva para duas pessoas no restaurante de sempre. Às oito horas. - Assenti imaginando a mulher escolhida para essa noite, gelei ao descobrir. - É o único momento que poderemos conversar, então não se atrase.

Sai de sua sala sem dizer mais nada, o mesmo saiu logo em seguida. Agendei o jantar como foi me pedido. Fiz algumas anotações sobre o que teria para fazer até o fim do dia. Quando me vi livre de todas as minhas tarefas, todas as lembranças da noite passada invadiram minha mente.

Last Night?Onde histórias criam vida. Descubra agora