Capítulo 4.1 - Yatakta

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CHAPTER 4.1

"I had it all

But I let it slip away

Couldn't see that I treated you wrong

Now I wander around

Feeling down and cold

Trying to believe that you're gone..."

Não foi um beijo igual a qualquer outro que eles já tenham trocado. O cérebro de Sanem se desconectou do corpo completamente e o coração tomou as rédeas do vagão do sentimento. Ao primeiro toque da boca dele, Sanem só entreabriu os lábios num engasgo silencioso e se derramou em seus braços mais facilmente que sorvete derretendo em um dia quente.

Can não conseguia mais bancar o bom menino. Ele era um homem faminto e alguém tinha acabado de colocar uma fruta suculenta na frente dele. No momento que a boca dela se abriu ele simplesmente mergulhou. A língua deslizou sobre a dela e seu gosto explodiu na boca dele; doce e afiado, direto pro coração dele, seus pulmões, embutido na sua medula óssea.

Uma mão a segurou pela parte de trás da cabeça e a outra bem baixo na coluna para puxá-la mais perto, mais junto; se ele pudesse, dentro dele. Ela colocou suas mãos pequeninas no peito dele e quando ele lambeu seu palato, os dedos dela se crisparam e a mordida afiada das unhas dela podem tê-lo deixado meio louco.

A pele de Sanem se arrepiou quando Can gemeu alto em sua boca. Era um som que ela nunca tinha ouvido antes; algo primitivo e feminino surgiu dentro dela e ela só queria ouvi-lo emitir o mesmo som de novo e de novo e de novo.

Ela ficou na ponta dos pés para enrolar os braços ao redor do pescoço dele e sua vontade era escalar ele como uma árvore. Can embolou os dedos no cabelo dela e correu uma mão ousada para sua bunda, pressionando a parte de baixo de seu corpo na dela para aliviar a pressão quando ela soltou um miado suave.

O corpo dele era uma massa de pele queimando. Can deu um passo para trás e meio que empurrou Sanem para longe dele, respirando em grandes golfadas de ar, tentando desacelerar seu coração antes que ele simplesmente explodisse. Precisava tomar as rédeas do seu autocontrole antes que a arrastasse de volta para a cama e trepasse com ela até ela não conseguir andar.

A batalha terminou antes de começar quando ele levantou os olhos para dizer a ela que precisavam conversar e viu o estado em que ela se encontrava. Cabelos despenteados, lábios inchados, bochechas coradas. O que acabou com ele foram os olhos, entretanto. Pupilas dilatadas até eclipsar as íris de modo que não houvesse nada além de um pequeno círculo marrom rodeando o negro. O peito dela subia e descia com rapidez.

"Sanem, acho que realmente precisamos conversar."

Toda sua vida, Sanem teve limites muito bem delimitados. Como um cavalo de fazenda, ela vivia cercada por suas tradições, a imagem da boa menina. Ela sentia tudo profundamente, mas nem sempre podia dar voz a esses sentimentos.

Ela pensou em todas as noites que ficara acordada, pensando nele, sobre os momentos que os dois haviam passados juntos. Pensou em como ela desejou, tantas vezes por mais momentos, mais beijos. Em como havia almejado mais dele; havia imaginado como eles seriam juntos, como a pele dele ia sentir na sua, como ele era sob as roupas e a maneira como o toque dele queimava lugares que ela nem sabia que existiam antes dele aparecer.

Naquele momento, Sanem percebeu que mesmo que as coisas nunca melhorassem entre eles, ela sempre levaria isso com ela até o fim. Ela teria memórias para se apegar e conservar. Sentiria os beijos dele e seu toque na calada da noite e saberia que por uma noite, mesmo que só por uma noite, ele a amara e ansiara por ela tanto quanto ela por ele.

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