Eu era o filho do prefeito, já dá pra imaginar, ele queria que eu seguisse os seus passos. Era o ano de 1520 no Estados Unidos e eu ainda não completei meus 18 anos, mas meu pai já insiste que eu me torne sua cópia, que eu assumisse seu cargo. Meu nome é Park Jimin, e eu na verdade, gostaria de ser um escritor. Na minha cidade não costumam ler muitos livros, acho que sou um dos poucos amantes, a maioria tem trabalhos mais pesados como ferreiros, carpinteiros, pescadores.
Acordei e desci para tomar aquele café farto, era uma das poucas coisas em que eu gostava em ser filho do prefeito, mas ao mesmo tempo, odiava toda aquela mordomia, parecia que não se tinha privacidade naquela casa, que mesmo sendo enorme, nunca esteve vazia.
Meu pai era assim, gostava de mostrar o dinheiro e o poder que tinha, eu sempre fui contra a isso.
Depois do café, subi para meu quarto, e encontro Marie nele, uma das empregadas arrumando-o-Por favor, não precisa disso!
-Bom dia Senhor Park, eu só estava ajeitando-o para o senhor.
-Não precisa, obrigado, eu mesmo o arrumo.
-Como quiser, senhor Park.Eu gostava de ser o mais gentil possível com os empregados, já não eram tão bem pagos, não merecem ofensas.
Eu iria voltar a estudar. Desde sempre estudei em casa, meu pai era o prefeito da cidade há muito tempo, então já entendia o suficiente para me mostrar o que fazia, me disse para ler mais uma vez a história da cidade -eu já havia lido várias vezes-, mas eu continuava lendo.
Essa é a outra coisa que eu gosto em ser o filho do prefeito, ter muitos livros, a minoria eram de histórias, mas ainda assim eu gostava.Enquanto eu lia um de meus livros favoritos, uma empregada entra no quarto trazendo minhas roupas perfeitamente dobradas.
-Esta semana é o aniversário de seu pai, Senhor Park, vai dar algo para ele?
-Hm... -fingi que estava pensando em um presente, mas na verdade nem me lembrava que era seu aniversário- Talvez alguma peça de madeira decorativa?
-É um ótimo presente, Senhor Park! Ele poderá colocar em seu escritório. Não que seja de minha conta, mas irá ao carpinteiro hoje a tarde?
-Provavelmente, ele estará em uma reunião, seria o horário perfeito.Acho que nunca em minha vida eu fui a um carpinteiro, mas me lembro de um aqui na cidade, dizem que ele é muito bom.
A tarde, enquanto meu pai estava em uma reunião, fui até o carpinteiro, não tinha idéia de como iria pedir aquela peça.
Eu ia andando pelas ruas da cidade e cumprimentando algumas pessoas pelo caminho. Continuei andando até que cheguei a frente da casa do carpinteiro. Era bem rústico, e tinham peças decorativas para todos os cantos, mas nada em que se enquadrasse aos gostos de meu pai. Não vi o carpinteito, toquei uma sineta e então o mesmo apareceu. Ele tinha olhos e cabelos castanhos, usava um avental preto que fazia seus olhos parecerem cor de mel, estava suado, seus braços eram musculosos e com alguma marcas de cortes por conta da madeira, ele era inegavelmente bonito.-Bom dia, como posso ajudar? -o rapaz de cabelos castanhos perguntou.
-Esta semana é o aniversário de meu pai, o prefeito, estava pensando em alguma peça de madeira decorada.
-Ah sim claro! -Ele sorri- Algo em mente?
-Não, por que não me surpreende?
-Com certeza
-Preciso para esta semana mesmo, consegue?
-Sim sim, me sinto honrado.
-O pago quando vier buscar.
-Claro, tenha um bom dia senhor!Volto para casa, mas por algum motivo, aquele garoto de cabelos castanhos não saía de minha cabeça, resolvi fazer um desenho dele. Depois de um tempo acabei o desenho, eu não desenhava muito bem, mas aquele desenho tinha ficado fantástico.
Alguns dias se passaram e eu não parava de pensar nele. Resolvi dar uma passada na carpintaria para ver como estavam indo as coisas, levei um de meus livros comigo, não sei ao certo o porquê, apenas levei. Ao chegar lá toco a sineta e o carpinteiro aparece.
-Olá senhor.
-Olá, só vim ver como está o meu pedido.
-Estou na metade, mas até o fim desta semana está pronto.
-Que bom... Eu estava admirando suas peças, são incríveisEu seguro o livro com uma mão e tento pegar uma das peças de madeira que estava em cima de uma mesa -provavelmente também feita por ele- mas uma folha cai de dentro do meu livro. O carpinteiro se abaixa para pegar a folha e me devolver, mas ele vê o desenho, o desenho que eu tinha feito dele. Coloco a peça de volta na mesa e tento não ficar vermelho.
-É... S-Se parece comigo -Ele gagueja
-É-é você... -Eu estava muito envergonhado
-Ficou muito bonito! -Ele me devolve a folha- Também é um artista!
-Obrigado, mas na verdade só sou um amante da arte.
-Eu gosto de me expressar através da madeira e você dos papéis.
-Eu gostaria de ser um escritor, gosto de um bom livro.
-Tem muito talento! A maioria das vezes expresso minhas paixões.
-É, eu também. -Nós dois coramos- Enfim, tenho que ir, mas... Qual seu nome?
-Jeon Jungkook, e o seu?
-Park Jimin. Bom, até mais Jeon!Eu estava muito envergonhado e tremendo, será que...? Não, não pode ser! Apenas ignoro este pensamento.
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Wooden Heart
FanfictionApós descobrir os talentos de um carpinteiro, o prefeito acaba contratando-o para algumas tarefas e seu filho, Jimin, se apaixona por Jungkook, contrariando os preceitos do início do século XVI.