#3 - O festival

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O festival artístico era como uma feira, haviam várias tendas aonde as pessoas faziam exposição de suas artes, exceto os músicos. Uma semana antes entregavam panfletos com a programação das exposições. Por exemplo Jeon iria expor suas peças de madeira às 8 P.M. de todos os dias do festival, e após a exposição de Jeon, as pessoas se dirigiriam para o coreto, onde haveria um concerto de música.

Era tudo muito organizado. Dois dias antes do festival ajudei Jeon a montar sua tenda. Eu estava muito feliz por ele, finalmente ele seria mais reconhecido.

Às 8 P.M, Jeon mostrou seus trabalhos para as pessoas e foi bem aplaudido, então as pessoas foram para o coreto assistir ao concerto, eu fui até a tenda parabenizar Jeon.

-Você foi bem aplaudido.
-Eu sei. Isso é fantástico. Nunca tive uma experiência dessas.
-E vão haver mais experiências como essa. Todo mundo te adorou.
-Eu devo muito a você, Jimin, você abriu as portas para mim, muito obrigado.
-Por favor, eu só dei a oportunidade, todo o trabalho foi você quem fez.
-Eu não teria feito nem a metade sem sua ajuda.

Nos olhamos fixamente, suas pupilas dilatadas, me aproximo devagar de seu rosto e o beijo. Eu nem percebi que havia algumas pessoas ali perto nos olhando.

-Jimin? Cadê você? Jimin! -era a voz de meu pai.

Paro de beijar Jeon, olho para o lado, merda! Meu pai me encarava com olhos frios e desgosto.

-MAS QUE P***A É ESSA?
-Pai, e-eu posso explicar...
-ACABOU AGORA MESMO!!! VAMOS EMBORA JIMIN!!!

Meu pai me puxou pelo braço e me levou até em casa, depois até o meu quarto. Ele trancou a porta e começou a brigar comigo, eu já estava quase chorando.

-O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTAVA FAZENDO?
-E-eu...
-AGORA EU TENHO UM FILHO... VIADINHO? DEVE SER POR CAUSA DAQUELES SEUS POEMAS. MAS QUE MERDA JIMIN!! EU NÃO TE CRIEI ASSIM!! -Nessa hora, não me segurei, chorei como nunca- E PARE DE CHORAR!!! VOCÊ É UM HOMEM!!!
-Mas pai...
-VOCÊ NÃO VERÁ AQUELE CARPINTEIRO NOVAMENTE!!!! O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR QUANDO SOUBEREM QUE O FILHO DO PREFEITO É UM VIADINHO?

Ele sai do quarto e bate a porta com força. Eu chorava muito, estava desesperado. Eu não veria Jeon novamente, e teria que esconder o que sinto por ele.

Meus dias passavam tão devagar, pareciam um inferno, ou talvez era mesmo. Já havia passado um tempo sem nenhum contato com Jeon, e cada dia isso me destruía mais. Digamos que eu estava de castigo por gostar de Jeon, mas eu precisava vê-lo.

Naquela noite, enquanto todos dormiam, fugi pela janela de meu quarto -que era no segundo andar- e fui em direção a carpintaria, espero que Jeon atenda. Ao chegar, bato na porta que estava trancada, eu não poderia ter vindo aqui atoa. Jeon atende.

-Jimin? -Ele diz sonolento- Já é madrugada.
-Jeon, eu tinha que ver você.
-Entre, está frio aí fora. -Entro e me sento em um banquinho de madeira- O que você está fazendo aqui, Jimin? Sabe que isso vai nos dar problema.
-Jeon, eu precisava te ver, não consigo, eu penso em ti o tempo inteiro.
-Eu também penso, Jimin, mas precisamos concordar que é perigoso para nós.
-Não me importo... E-eu... Eu te amo, Jeon.
-Jimin, eu também te amo, e é por isso que não quero que se machuque.
-Não vou me machucar, -levanto e me aproximo dele- eu prometo -o beijo.

Naquela noite infelizmente não aconteceu nada além de beijos. Aproximadamente 4 horas da manhã eu volto para casa como se nada tivesse acontecido, aquele momento foi fantástico.

E assim se passaram alguns dias em que eu fazia a mesma coisa, era muito bom ver Jeon, mas eu ficava muito cansado durante o dia, e acho que meu pai percebia.

Algumas semanas se passaram e eu continuei fazendo a mesma coisa. Certa noite fui até a casa de Jeon novamente, mas ao o ver, ele parecia desesperado.

-Jimin, hoje durante o dia, um dos empregados de seu pai veio aqui, não disse o que queria, apenas revistou o lugar, temo que ele tenha descoberto.
-Não se preocupe, Kookie, está tudo correndo muito bem. Apenas relaxe, eles não vão nos descobrir.

Beijo Jeon. Aqueles momentos que eu passava com ele, eram os momentos mais felizes do meu dia, os momentos aonde eu era eu mesmo, aonde eu não tinha medo de nada, ele me confortava. Fomos para o quarto de Jeon, vocês já devem imaginar o que aconteceu, sim, foi a melhor noite que eu já tive, e eu tinha certeza de que amava Jungkook, e que nós ainda ficaríamos juntos. As 4 da manhã volto para casa, com um sorriso no rosto.

Durante o dia meu pai notou minha felicidade.
-O que aconteceu, Jimin? Você está tão feliz.
-Não foi nada, pai, apenas tive um bom sono.

A noite, me levanto para ir de novo a casa de Jeon, pulo a janela como todas as vezes, mas algo imprevisto aconteceu. Quando cheguei ao chão, um dos empregados de meu pai estava lá, me carregaram até o quarto de meu pai.

-Achamos seu filho pulando a janela, senhor.
-Pai, eu não estava -Ele me interrompe.
-Você ia vê-lo. Não ia, Jimin?
-Não, senhor. Eu apenas... Ia...
-Já chega Jimin. Eu disse que você não o veria novamente, e não irá! A partir de agora, vai ser constantemente vigiado, e nem ouse me enganar novamente!

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