Paisagens

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Voltamos pro Rio. Não encontrei a Ana depois. Ela pediu que me deixassem dormir até mais tarde no hotel e só voltei perto da hora do almoço.
Agradeci por mensagem.
O Daniel tava bem mal, a irmã dele estava muito mal num hospital do interior e ele era o tempo todo no telefone.

-- Chi, eu tenho que ir lá.. eu preciso muito ver minha irmã, não tô conseguindo ficar aqui sem fazer nada.

-- Eu te endendo, Dani, não se preocupa! Eu me viro aqui, vai cuidar da sua irmã. - falo com o coração partido de ver meu amigo daquele jeito.

Não passou muito tempo e ele saiu. Colocou algumas roupas em uma mala e viajou. Agora eu estou sozinha nesse apartamento imenso, nessa cidade imensa que não conheço.

Não fiz muita coisa no dia. Só dei uma caminhada na praia em frente, que era onde eu poderia ir sem me perder. Voltei e me deitei olhando alguma coisa no celular.

(Notificação: Ana)

-- Atrapalho?

-- Muito pelo contrário. - finalmente alguém pra conversar.

-- Estou diante de uma garrafa de Piemonte, lembrei de você.

-- Que referência! Hahaha. Justo! Um dos meus vinhos preferidos mesmo.

-- Também tenho duas taças. Uma está livre.

Eu já provei o que um vinho fez com a gente depois de algumas taças. Não vou me mascarar de novo.

-- Hoje não estou pro álcool... tô bem quieta o dia todo. Inclusive, tenho que pedir alguma coisa pra comer, o Daniel viajou. A última vez ele usou um aplicativo pra pedir comida aqui, você sabe o nome?

-- Do aplicativo, eu sei, mas você bem que poderia provar do meu risotto. Posso ir preparar aí pra você.

-- Risotto à brasileira?? Essa eu quero ver!

Até hoje eu nunca vi alguém fora da Itália fazer um prato italiano tão bom quanto o de origem.

Alguns minutos se passam e a campainha toca. Abro e é ela com uma sacola de ingredientes pro seu risotto. Deixo ela passar e por as coisas em cima da mesa.

-- Não duvida dos meus dotes culinários!

-- Jamais faria isso! - rio.

Ela começa a fazer, fazendo questão de me explicar cada detalhe da receita, muito confiante do que estava fazendo.

Assisto a tudo e ela termina. Coloca sobre a mesa, sento e ela serve.

-- A cara está boa, vamos ver o gosto...

-- À vontade, italiana!

Dou uma garfada e, para minha surpresa, estava divino.

-- Perfecto!

Ela ri.

-- Te avisei!

Rimos e jantamos o risotto. Conversado, passamos algumas horas ali sem perceber. Ela me fala sobre o Rio e o quanto ama a cidade.

-- A noite aqui é linda, inclusive daquela varanda.

-- Eu já tirei essa prova! É muito lindo.

-- Vem cá, quero te mostrar uma coisa.

Ela vem do meu lado e me puxa pela mão. Pego e a acompanho até a varanda.
Encosto na grade e ela fica atrás de mim. Do alto ela aponta pra mim alguns lugares e me diz nomes bem conhecidos, já vi em canções. O Rio de Janeiro é poético.

-- É tudo muito lindo. - viro para olhar seu rosto e ela sorri.

Me olha por um tempo nos olhos.

-- Você faz as coisas daqui de cima se tornarem bem mais encantadoras.

Logo sorrio. Ela passa a mão pela lateral do meu rosto, fastando meu cabelo que o vento bagunçava.
Não tinha vinho, não tinha êxtase de show e música. Éramos só nos e uma vista ali. Meu coração pulsava forte de novo e era puro.

Viro-me completamente pra ela e pego sua mão. Ela me olha com ternura e me dá mais um de seus beijos. Acompanho o movimentos dos seus lábios e coloco a mão em sua nuca. Sinto sua mão descer pra minha cintura e arrepio com seu toque. Era um cenário perfeito para aquele beijo.

Sorrio ainda com o rosto colado no dela.

-- Você tá me deixando louca. - ela me diz em sussurro.

-- Isso é ruim?

-- Definitivamente, não.

Os beijos foram aumentando com frequência, nossas mãos já não obedeciam e nos arrastamos para a sala.
Seu lábio toca o meu pescoço e me provoca um arrepio intenso. Inclino minha cabeça para trás e ela continua descendo. Suas mãos são rápidas me deixam em estado de total entrega. Ela abre os botões da minha blusa e desliza enquanto beija meu ombro.
Com pouco, já não tenho nenhuma peças de roupa e meu prazer e instantâneo. A cada toque seu eu me anestesio e ela me leva ao auge.
Seus dedos me tocam como se já soubessem o caminho. Deságuo para ela em questão de minutos.
Não demoro e retribuo. Ela é doce em minha boca. Cada detalhe do seu corpo grita por satisfação e eu cumpro. Sua respiração pesada, o som do seu gemido e a compulsão de prazer fazem comunicação com meus nervos e eu me dou para ela. Aquilo era único e intenso.
Estávamos ali postas uma à outra sobre o tapete da sala. Nunca me senti tão bem e confortável. Seus braços me envolviam e foi ali que passamos a noite.
Na sala de estar. Nos seus braços. E com a lua.

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⏰ Última atualização: Jan 23 ⏰

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