Capítulo 25

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Alguns dias se passaram e Taekwoon teve que se enfiar na empresa mais uma vez para tirar fotos do seu álbum e gravar o mv da sua musica, agora ele possuía os cabelos vermelhos escuros, diferente do louro platinado de dias atrás. Era incrível como ele ficava lindo com qualquer cor de cabelo.

Também tivemos que ver Hakyeon se alistando, foi triste, mas ele parecia feliz e confiante, então fiquei com o coração mais aliviado. Esperava que não fosse tão difícil quanto era para os soldados do Brasil.

Naquela tarde, eu estava sozinha ajeitando os últimos detalhes do quartinho da Sarang, em poucas semanas ela estaria finalmente em meus braços. Sentia-me feliz e muito ansiosa para a sua chegada. Estava guardando a última roupa no armário quando a campainha começou a tocar sem parar, não dando tempo de verificar quem era, eu corri ate a porta e ao abri, Jiyeon me empurrou junto com a porta, passando de raspão em minha barriga.

- Cadê ele? - Ela foi entrando sem ser convidada e começou a invadir os cômodos e bagunçando tudo que via pela frente.

- Ele quem? O que está fazendo aqui? - Eu fui atrás dela.

- Hongbin, eu sei que estão escondendo ele aqui, já fui à casa de todos e ele não está em nenhum. Ele deveria ter voltado para casa.

- Ele não está aqui, ok? Agora se pode se retirar da minha casa, eu agradeço.

- Não vou embora até ele aparecer.

- Pois aqui ele não está.

- Você não minta para mim, eu sei que naquele dia da nossa briga ele veio pra cá, eu reconheci as roupas do Taekwoon. E tenho certeza que você o convenceu a fazer aquele exame. Você tem noção do que você causou?

- Eu não falei mais com ele depois desse dia. Se ele sumiu de novo, não posso fazer nada e o exame era apenas para ele sanar as duvidas que tinha com você, não tenho culpa que você mentiu para ele.

- Escuta aqui. - Ela voou em minha direção apontando o seu dedo magro e fino com a unha pontuda e bem pintada em minha direção. - Se você acha que pode roubar o meu marido com esse bebê bastardo, você está enganada.

Eu segurei a mão dela e tirei da minha cara.

- Não sabia que estava em um episódio de Game of Thrones para a minha filha ser bastarda, pena que não é menino, poderia se chamar Jon Snow. – disse sarcástica. – Além do mais, quem disse que eu quero o seu marido? Não preciso roubar o marido de ninguém.

Percebi que ela fingiu uma risada e revirou os olhos.

- Não sei o que esses dois idiotas viram em você.

- Provavelmente algo que não tinha em você.

Foi tão rápido que eu só percebi a sua mão na minha barriga quando a dor me atingiu, ela agarrou os meus cabelos puxando minha cabeça pra trás.

- Se eu não posso ter um filho dele, você também não terá.

Tentei me soltar das garras da venenosa, mas era tarde mais quando ela me empurrou em direção da mesa, minhas costas bateram com tudo na quina da mesma me causando uma dor terrível, eu acabei desabando no chão. Eu vi sangue nos seus olhos, mas terror tomou a sua face, eu tentei me levantar, mas eu acabei escorregando em uma poça de água que estava no chão, e entre a água havia sangue. Eu me apavorei.

- O que você fez? – Minha voz falhou na ultima palavra.

- Eu... eu avisei. - ela gaguejou e saiu voando assim como entrou.

Minha calça estava molhada, a minha bolsa só podia ter estourado, eu quis levantar mais as costas inteira e minha bunda doía por conta do impacto na mesa e no chão.

Ainda era cedo demais, ela não podia nascer agora. Apavorada e com as mãos trêmulas, tentei procurar o meu celular, mas não o encontrava.

"Merda" era o que eu repetia sem parar em minha mente, a voz do médico me alertando para ter o máximo cuidado possível na reta final soava nos meus ouvidos. Tentei segurar as lágrimas, maldita hora que Sra. Kim não estava em casa.

Observei o meu celular no braço do sofá, em com muito custo, ignorei a dor que tomava o meu corpo e com as costas curvadas, prendi as minhas pernas tentando evitar que ela nascesse ali.

Peguei em ligar para Taekwoon, mas poderia ser tarde demais, acionei a ambulância e uma contração forte me fez voltar para o chão.

- Aguenta, filha. – sussurrei entre as dores agarrada em minha barriga. – Eles vão chegar logo.

As contrações pareciam aumentar com o tempo, eu sabia que ia doer, mas não sabia que ia ser tanto.

Quando observei a minha calça de moletom novamente, havia mais vestígios de sangue, eu tive que segurar o grito que estava prestes a sair da minha garganta.

A porta do apartamento já estava aberta, então entraram rapidamente me encontrando em posição fetal no chão da sala, eu tentava manter Sarang dentro de mim de alguma maneira.

O meu coração estava em pedaços.

Em uma maca me levaram para a ambulância e a única coisa que eu conseguia enxergar era as lágrimas que embaçavam os meus olhos e as luzes acima de mim.

Quando tive forças, implorei para que ligassem para Taekwoon, se fizeram eu não sabia.

Aquela cena, aquela sensação, estar ali na ambulância, aqueles toques constantes, a agulha em meu braço, aquela luz, aquela falação de termos médicos que não entendia nada, o meu corpo se movendo enquanto a ambulância corria pelas as ruas, o som da sirene. Eu já havia passado por tudo aquilo antes.

Estava tentando me manter forte, firme, mas estava sendo tão difícil, o meu coração estava apertado e doendo tanto que eu só queria arranca-lo.

No hospital, o meu médico já estava a minha espera, não houve qualquer conversa entre nós, ele apenas ordenou os enfermeiros que me levassem para a sala do parto urgente.

Eu o olhei com lagrimas nos olhos.

- Espere Taekwoon. – Pedi, não queria passar por aquilo sozinha.

- Não temos tempo. – Foi o que ele respondeu e então fui levada. 

Whisper ✩ VIXXOnde histórias criam vida. Descubra agora