capítulo 57

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Júlia 💫

Ryan: Porra, Júlia. Faz força caraí...- Falou apertando minha mão e eu tentava pra caralho.

Tudo em mim doía, minha mão, minha pepeca, meu corpo todo.

Mas o que fortalecia era saber que o Henrique iria vir ao mundo, agora.

- Só mais um pouco...- O médico falou.

Ryan me olhou e eu olhei pra ele, que já tinha um meio sorriso no rosto. Fechei meus olhos e fiz o máximo de força possível, cheguei ao meu limite, mas qualquer dor foi recompensada, quando eu vi o Henrique nos braços do médico.

Ryan: Por que ele não tá chorando? - Falou preocupado e eu olhei assustada.

Júlia: O que ele tem? - Perguntei já querendo chorar.

- Calma, pais....- Falou pegando o bebê no colo.- Leva ele pro banho.

Ryan: Por que ele não está chorando? - Perguntou mais firme dessa vez.

- Nem todos os bebês choram quando nasce, alguns demoram um pouco. Ele está bem, podem se acalmar!

Respirei fundo e sorrir, comecei a sorrir, eu era a pessoa mais boba do mundo naquele momento.

Júlia: Meu Deus a gente se fudeu...- Falei rindo o Ryan me deu um selinho.- Mano...

Ryan: Se acalma, maluca...- Falou passando um pano no meu rosto.- A gente tem um filho, cara.

Júlia: Não tô sabendo lidar.- Falei vendo ele sorrir com os olhos brilhando, com lágrimas.

Eu já tava me acabando em lágrimas, enquanto ele se segurava me olhando.

Sorrir nervosa e levantei a mão, levando ela até o rosto dele, onde fiz carinho.

Júlia: Eu te amo! - Falei baixo, quase sem voz por causa das lágrimas.

Ryan: Tá bom, Júlia...- Falou rindo e baixando a cabeça, no meu pescoço.- Eu também te amo.

Fiz carinho na cabeça dele, onde comecei a sentir algo me molhando.

Júlia: Isso não é catarro não né? - Brinquei e ele riu, levantando a cabeça.

Ryan: Vou tomar água.- Falou passando a mão no rosto.

Ele me deu uns selinhos e saiu da sala. Eu virei o rosto pra outro lado e sorri, limpando meu rosto e fechando os olhos.

Como estava cansada, não demorei muito pra capotar.

Ryan ⚠️

Acho que eu nunca tinha sentido coisas iguais ali, namoral!

Foi várias paradas que refletiu na minha mente, de tudo que eu já vivi com a Júlia, pra gente chegar até aqui.

Tomei água e olhei no espelho, olho já tava vermelhão e eu nem tinha chorado tanto.

Meu pai apareceu do meu lado e eu sorri fraco.

Zoio: Como ele é?

Ryan: Tá tomando banho, não vi ele ainda...- Falei todo bobo e meu pai sorriu.

Zoio: Tô orgulhoso de tu, caraí! - Falou me abraçando e eu sorri.- Eu era a única pessoa que botava fé em tu com a Júlia, tu tá ligado! Pode me agradecer.

Ryan: Engraçado demais, eu e ela botava fé também.- Ele riu.

Meu celular tocou e eu olhei, número desconhecido.

Levantei a sobrancelha e atendi, escutando um choro.

Ligação on

- Filho, eu preciso falar com você... Eu tô aqui no hospital, tô na porta, vem cá.

Ligação off

Zoio: Quem é? - Ele me olhou.

Ryan: Brota aqui...- Fiz sinal pra ele que me seguiu.

Passamos pela sala de espera, onde Carol, Grego, Maria, Fernanda, Cauê, Larissa e Augusto estavam, eles falaram comigo mas eu nem dei atenção, abrindo a porta de vidro e vendo a Tatiana sentada ali no chão.

Zoio: Ta...Tatiana? - Falou baixo e ela olhou pra ele, ele olhou pra mim e eu mexi a cabeça, estalando ela.

Tati: Eu preciso que você venha comigo, Ryan...- Me olhou, se levantando.- Eu fiz algo errado e preciso de ajuda.

Ryan: O que tu fez? Tá achando que aqui é guarda costas é, maluca? - Eu ri sem graça.

Quando ela ir falar, só escutei a rajada. Meu pai agachou, me trazendo junto e eu olhei pra frente, vendo ela caindo no chão.

Zoio: Que porra é essa, caralho?! - Falou alto, olhando pros lados

Vi três homens correndo e olhei pra ela, tiro na cabeça.

Eu não sabia o que fazer, mas eu não tava sentindo nada. Era como se qualquer pessoa desconhecida, tivesse morrendo.

Não mudava em nada pra mim.

Zoio; Bora, mete o pé...- Falou me puxando.- Vai pro morro, polícia vai brotar aqui.

Ryan: Mas o meu filho...- Tentei entrar no hospital.

Zoio: Vai caraí, vai pra casa. Teu filho vai ficar bem, mete o pé.- Bufei e corri pra moto.

Ele entrou no hospital, pra chamar os outros moleques e antes de sair, olhei pela última vez pra Tatiane, ali no chão.

Eu não tava entendendo o motivo de nada e se pá, nem queria entender.

Meu Segundo Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora