Rhaegar sabia o que aconteceria, sabia que já não havia como se defender do próximo golpe que viria, sua espada deveria ter atravessado a armadura com o brasão da casa Baratheon e acertado o coração dele. Subestimou seu oponente alto e forte demais, jamais teria imaginado que Robert seria ágil o suficiente para desviar de seu golpe, aquela havia sido sua última investida, mas ela não teve êxito, agora não havia para onde ir, seus homens estavam distantes de si em suas próprias batalhas, e mesmo que pudessem intervir não permitiria, o príncipe havia iniciado aquela guerra, ele a terminaria, e se tivesse de morrer, séria com honra.
Não possuía arrependimentos, fugiria com a loba do norte mais uma vez, a coroaria a rainha do amor e da beleza com quantas coroas de rosas do inverno fossem necessárias, não mudaria o seu fim mesmo que soubesse como terminaria. O príncipe dragão naquele momento, enquanto o Baratheon andava em sua direção com o o grande martelo em mãos, só possuía um arrependimento, não ter olhado nos olhos cinzentos, beijado as mãos pálidas, se refugiado uma última vez nos braços calorosos de sua dama de gelo, contemplando o sorriso gentil no rosto selvagem e tão belo, sua amada Lady Lyanna.
" As mãos da amada acariciavam os fios prateados do herdeiro Targaryeon, seus olhos cinzas observavam e sentiam com afeição o gentil carinho feito em sua barriga pela mão grande e áspera dos treinos de espada de seu dragão, Rhaegar. Sorriu quando sentiu os dedos longos deslizarem por sua cintura fazendo leves cócegas em sua pele sensível a cada toque, a cabeça do príncipe antes pousada sob sua barriga inchada se moveu e os fios prateados que antes cobriam o colo da loba deram lugar aos olhos púrpuras que a encaravam com afeto, o sorriso no rosto de seu amado a fazia tão bem quanto o filho que esperava.
Lyanna sabia o que haviam causado aos 7 reinos, a Elia, aos filhos do herdeiro do trono de ferro, ao seu próprio pai, ao seu irmão. Haviam condenado todo o reino por um amor proibido, e embora Rhaegar dissesse que aquilo não era sua culpa, que Aerys havia causado tudo aquilo, a loba se trancara na Torre da Alegria, no quarto mais alto, que eles costumavam dividir, como um casal, como amantes. Durante semanas ela se tornou quase tão fria quanto a neve que cobria o norte, mas sob o fogo dos braços de seu príncipe, a neve derretera.
A cada mês a barriga de Lyanna crescia, e trazia alegria a mulher ao sentir o fruto do amor entre ela e Rhaegar crescer forte em seu ventre. Ainda sentia as dores da perda, a vergonha e desonra que trouxera aos Stark ainda manchavam seus pensamentos, mas ela era uma loba, podia ser coberta de seda, mas seu interior era revestido por uma forte armadura, e ela seria a guerreira que precisava, que sempre foi, para proteger seu filho, para proteger Rhaegar e a si mesma.
- O que houve?- Rhaegar se atentava a qualquer atitude de Lyanna, os olhos púrpuras se tornavam cada vez mais preocupados e atenciosos a ela, a mulher não reclamava, mas queria que seu príncipe voltasse a ser leve como nas noites em que se encontravam escondidos em Harrenhal, ou quando chegaram a Dorne na Torre da Alegria. Sabia que era impossível, mas queria que eles voltassem a ser como antes, quando tomaram a decisão de fugirem de tudo e todos, apenas ele e ela, e que todas as preocupações fossem deixadas de lado quando estavam nos braços um do outro.
- Nada, estou bem...- A loba sorriu e colocou sua mão sob a mão do homem que ainda repousava sobre sua barriga.- Estamos bem.- ela disse e sua fala significava muito mais do que aquilo, e Rhaegar sabia, seu dragão sempre a entenderia. Viu a mão do amado beijar a sua e logo o carinho sob sua barriga voltar, tão suave e gentil quanto antes, Rhaegar olhava para seu ventre com pesar, parecia angustiado, com remorso e até mesmo medo, mas não dizia nada a sua Lady não queria preocupá-la, tinha que ser forte por ela, por seu filho que nem nascera, mas já parecia condenado pela loucura e egoísmo de seus pais.
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He loved Her, and she loved him
Fanfiction"O que é honra comparado ao amor de uma mulher? O que é o dever contra a sensação de um filho recém nascido em seus braços? Ou o sorriso de um irmão? Somos humanos, cumprimos nossas obrigações quando não há um preço a se pagar. Honra vem fácil assim...