Não sei que tipo de história está procurando para ler nesse momento, mas te garanto que talvez essa te faça chorar ou ficar com muita raiva, então se não quiser ler, eu vou entender. Pode ir, eu não vou me incomodar, mas se vai continuar por aqui, não me culpe por suas lágrimas, se elas caírem. Se não chorar, tudo bem também. Não sou o melhor contador de histórias do mundo e empatia é algo foda e raro de se ter hoje em dia.
Meu nome é Sasuke Uchiha, tenho 33 anos e... Como eu vou lhe dizer isso sem que fique chocado? Bom, eu sou um faz-tudo: conserto coisas, construo coisas, cuido de jardins e de animais, faço trabalhos domésticos e ainda sei cozinhar consideravelmente bem se a receita estiver do meu lado. Eu moro num sótão, onde divido o espaço com quinquilharias e com exatos 20789 livros sobre toda classe de tema, de uma cobertura milionária num dos bairros mais caros que existem nessa cidade grande.
Meu dia começa às 4 horas da manhã, quando desço do sótão para preparar o banho, o café da manhã e lavar o carro que vai ser usado naquele dia pelo dono da casa, tudo isso antes das seis horas. Somente depois das sete, tenho permissão para comer e tomar banho no banheiro dos fundos. Então vou cumprir a lista previamente deixada por ele: limpar toda a casa, organizar as compras que os entregadores autorizados virão deixar, dar banho e massagem em Kurama e Kyuubi, os dois Beagles que só existem para me rastrear, arrumar o quarto dos dois cães e esperar.
Meu dia, aliás, é majoritariamente solitário e escondido. Ninguém pode saber que eu estou aqui, por isso não há outros empregados nesse enorme apartamento, apenas eu para cuidar de tudo sozinho. São quase 200 metros quadrados divididos em dois andares de área construída, com uma arquitetura que mistura gótico e moderno, de modo que sempre tem muita coisa para limpar e muitos pontos para eu me esconder dos humanos, já que os cães quase sempre me acham. Depois de tantos anos, eu consigo driblá-los, mas o dono deles tem outras ferramentas para me localizar aqui.
Estou sempre descalço, para evitar barulhos que possam me denunciar, e apenas trajo uma calça jeans preta e camisa de mesma cor, justamente para que eu fique ainda mais invisível nesse lugar. Se alguém saber da minha existência, serei morto, pois o dono da cobertura me vigia 24hrs por dia, sabe de cada passo que eu dou, tem câmeras em quase todos os pontos internos e externos do gigantesco apartamento e me monitora remotamente através da minha coleira. É. Eu uso coleira como um cachorro.
Começo a limpeza da cozinha para adiantar o serviço. O dono deixou-me o aviso de que traria visitas para almoçar e que uma empresa viria para preparar a comida, então eu tinha que desaparecer antes das dez horas, mas deixar tudo impecável. Desisti de comer, apenas tomei banho, para adiantar todo o serviço. Parece impossível, mas é preciso.
Primeiro, faço o polimento de cada panela e de cada utensílio, além dos talheres e da louça, pois seria um almoço de negócios, provavelmente. Deixo cada alimento e cada tempero em locais de fácil acesso e da maneira organizada, como o dono exige de mim. Esfrego bem o piso da cozinha ao ponto de eu ver o meu próprio reflexo na porcelana, limpo o fogão digital, a geladeira, o freezer e alguns armários de aço inoxidável para que fiquem sempre com o aspecto de novos e intocáveis e finalizo com a aplicação de verniz nos móveis de madeira. Por último, deixo algumas flores, retiradas do jardim, num vaso para garantir um perfume ainda mais agradável que o da limpeza e sumi com meus rastros.
Fui tirar o pó de cada objeto, de cada quadro, de cada coisa que poderia valer mais que a minha própria vida daquele ambiente, em seguida cuidei das cortinas e das almofadas, trocando-as por limpas, já que não daria tempo para recolocá-las depois que secassem da minha lavagem, pois o dono exige que sejam lavadas à mão, e aspirar o tapete da sala, para então cuidar do piso feito de cobertura de madeira.
Quando estava levando todos os utensílios para a despensa, ouvi as portas do elevador de acesso se abrirem, indicando que os tais cozinheiros contratados para o almoço haviam chegado. Entrei no modo silencioso e fui dando fim ao meu rastro enquanto seguia para o corredor de acesso ao quarto do dono dessa mansão nas alturas. Com um salto, puxei a portinhola que faz a escada descer para que eu possa subir ao sótão, rapidamente entrei no cômodo e silenciosamente fechei-o.
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Cativo
FanfictionQuais grilhões que te prendem na vida que você leva atualmente? Eu sei quais os meus e confesso que talvez eu nunca me liberte. Porém, acredito ainda mais que tudo tem limite, até as prisões. AVISOS!!! (LEIA) Naruto não me pertence, mas o enredo sim...