Parte 3 - Final

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-Eu sinto muito, Naruto, mas Sasuke me pertence. - é o que diz antes de erguer a arma no ar para golpear o homem que eu amo. - Não vou deixar que tirem-no de mim. Ele é meu! - grita, porém antes que consiga atingi-lo, eu golpeio sua perna com a faca e o desequilibro. - Sasuke?! - ele me encara ao mesmo tempo que Naruto. - Por que você...?!

-Socorro!!! - grito a plenos pulmões, jogando a faca para o lado, a fim de que Naruto a pegue, pois no estado que me encontro, não tenho forças nem para me arrastar. - Socorro!!! - grito o mais alto que posso para os policiais, que logo chegam armados e percebem o que aconteceu. - Socorro...!

-É ele! - Naruto aponta para Gaara, que está atônito demais para fazer alguma coisa, e mostra a faca. - Eu me defendi dele! - ergue as mãos em sinal de inocência. - Queria me matar! - talvez ele não queria que a acusação de ataque recaia sobre mim. - Porque encontrei o sequestrado. - apontou.

Pela primeira vez em anos, minha vida passou por uma reviravolta positiva. Eu fui levado pelos bombeiros e médicos numa maca para o hospital mais próximo do prédio. Ainda estava consciente, então pude assistir toda a correria de policiais e jornalistas para entender o que se passara dentro daquela enorme e garbosa mansão. Durante todo o tempo, Naruto estava comigo, dizia ser meu responsável e respondia todas as perguntas que conseguia.

Disseram-me, no dia seguinte quando acordei numa confortável cama, até pensei ter morrido e acordado no céu, que minhas pernas passaram por cirurgia, mas eu ainda as terei e funcionando, por muita sorte não me induziram ao coma, mas eu estava com suprimento de nutrientes e de soro em minha veia, pois estava muito fraco depois da última tortura.

Tinha uma psicóloga conversando comigo sobre como eu deveria me portar, o que aconteceria agora e o que era normal e esperado de uma pessoa que sofreu traumas durante toda a vida. Ela falava, mas eu não ouvia. Meus olhos se voltaram para a paisagem além da janela: meu peito se encheu de uma energia que eu nunca senti antes, fez todo o meu corpo se aquecer. A mulher comentou que era normal chorar por causa das memórias ruins, mas não era por isso que eu chorava.

É a primeira vez que vejo um céu tão azul, com nuvens tão brancas e raios do sol tão brilhantes e fortes. Uma brisa passa pela janela e eu sinto calor agradável da manhã. Deus, eu estou do lado de fora. Minhas lágrimas descem grossas pelo meu rosto, banhando meu corpo, mas são pura felicidade, ao contrário do que diz a mulher, porém não tenho forças para sorrir de volta.

Deve ser essa a sensação da liberdade e da paz depois de tudo o que passei. É como se eu despertasse do pesadelo mais longo da minha vida e descobrisse que há sol logo após a tempestade. Não me importo com a dor, nem com o que perdi, nem com os anos que passaram, nem com os tormentos que vivi, porque tudo isso passou quando a psicóloga abriu mais as janelas e o sol entrou com toda força, não só meu quarto, mas na minha vida, afugentando as minhas sombras.

-Sasuke? - fito a porta. Naruto está ali e seus olhos brilham de emoção por me ver bem. Eu engulo em seco, sentindo minha garganta fechar ao ver o amor da minha vida sorrindo para mim enquanto vem até a cama. Com cuidado, ele se senta ao meu lado e segura a minha mão. É o momento mais feliz da minha vida. - Sasuke... Você está vivo. Você é o homem mais forte que conheço.

-Sou apenas um sobrevivente... - eu acariciei sua mão com timidez, sem saber ao certo se podia fazer isso. - Apenas não perdi a esperança. Eu acho que era esperança. - dei de ombros. Naruto ergueu minha mão e a beijou com delicadeza, como faziam os antigos cavalheiros. Fiquei sem palavras mediante tal atitude.

-Vou cuidar de você. Assim que receber alta, virá para minha casa. - ele abriu seu casaco e retirou dali sua carteira. - Sou médico, vê? - mostrou o documento. - Posso cuidar de tudo! Já entrei com um processo na justiça, não se preocupe. Eu já mobilizei meu advogado, então mesmo que não tenha parentes vivos ou algo do tipo, não vai ficar sob tutela do governo, prometo.

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