|paciência requer leite de amêndoas|

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Com o lápis batucando contra o bloquinho de notas em suas mãos, deixava os olhos varrerem todo o local, desde o chão com estilhaços da vitrine quebrada, até o balcão de atendimento com algumas estantes vazias.

Apenas o dinheiro do caixa e alguns eletrônicos foram levados. As câmeras de segurança estavam pintadas de preto, impossibilitando o trabalho a partir das imagens, mas Park Jimin havia sido mais inteligente do que os suspeitos daquela vez.

Entregou sua caderneta nas mãos de Yoongi e sorriu consigo mesmo, andando até a prateleira com alguns ursinhos de pelúcia e outras bugigangas.

ㅡ Yoongi-ssi, já conhece Bernardo? ㅡ Perguntou, parando na frente do ursinho com um dos olhos brilhando de forma peculiar. Apenas quem prestasse atenção conseguiria ver a pequena luz vermelha do lado esquerdo no rosto da pelúcia. ㅡ Um grande soldado infiltrado, e meu companheiro!

ㅡ Vamos ver se sua ideia valeu a pena. ㅡ Comentou o pálido, ajeitando os óculos de grau em seu rosto para cruzar os braços e observar.

Jimin arrancou a cabeça do boneco sem piedade, tirando de seus miolos feitos de algodão uma pequena câmera, costurada ao olho artificial.

Yoongi comprimiu os lábios, receoso ao ver tanta agressividade sem um pingo de delicadeza. Desculpou-se mentalmente com o ursinho inocente e jogado ao chão, mas logo teve que se voltar para as filmagens.

Seguiu Jimin até o balcão, tendo acesso ao computador para conectá-lo com a memória da câmera. E então as imagens apareceram na tela, certamente três rapazes, todos com máscaras que lhes cobriam do nariz ao queixo.

Aquele que parou na frente do urso, na noite anterior, exclamava irritado algo que eles não poderiam entender, até o momento em que ele tirou a máscara do rosto, revelando sua identidade.

Os policiais se entreolharam, com sorrisos vitoriosos ao descobrirem um dos cúmplices, e então viram o resto da filmagem, até o momento que o quarto homem aparece, gritando com aquele que estava sem o "disfarce".

Jimin sentiu seu corpo gelar, e cada pêlo de sua nuca arrepiar. Yoongi ergueu o olhar para si, após congelar a imagem, e hesitou em perguntar.

ㅡ É ele. ㅡ Sussurrou, cerrando os punhos. ㅡ Seo Jinwoo... ㅡ Voltou-se a devolver o olhar que recebia, sentindo cada gota de seu sangue esquentar em puro ódio. ㅡ Aquele filho da mãe! É ele! ㅡ Praticamente gritou, chamando a atenção de alguns agentes do lado de fora da loja.

ㅡ Jimin, você precisa se acalmar. ㅡ Yoongi sussurrou, segurando-o pelos ombros. ㅡ Eu vou te levar pra sua casa, e lá você pensa um pouco, ok? ㅡ disse, persuasivo, mas o moreno negou de imediato, assustando o pálido. ㅡ Como não?

ㅡ Não posso ir pra casa, esse... Esse projeto de ser humano está solto, Yoongi! E você me pede para relaxar? Minha casa é o pior lugar que existe para que eu relaxe, você não pode-... Não posso! Eu não posso ir! ㅡ Piscou os olhos algumas vezes, respirando fundo para acalmar os nervos.

Jimin precisava manter Yoongi longe de seu apartamento, manter a calma, e muito menos relembrar de Jinwoo naquele momento.

Era uma tarefa enorme para si, mas ele sabia ter controle diante de situações complicadas. É o que pensa.

ㅡ Então ao menos saia daqui, Jimin-ssi. ㅡ Exigiu. ㅡ Deixe esse caso comigo, não se preocupe com ele, não se estresse, é apenas o primeiro sinal depois de meses e voc-

ㅡ Não vou deixar Jinwoo escapar por entre meus dedos outra vez, Yoongi, não vou! ㅡ com convicção na voz, encarou-o no fundo dos olhos, mas logo desviou para o lado de fora da loja, através da vitrine estilhaçada. ㅡ Mas você está certo, preciso sair daqui, preciso de um leite de amêndoas...

criminal | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora