|quem é vivo aparece, ou não|

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ㅡ Hoseok-ah? ㅡ O francês o chamou, sentando-se no sofá, ao lado do ruivo que resolvia alguns assuntos no computador em seu colo. ㅡ Eu preciso falar contigo, sobre uma coisinha... ㅡ Sussurrou, utilizando seu idioma nativo, o francês que havia aprendido na infância e usara durante grande parte de sua vida enquanto vivia com sua avó.

Petite chose? ㅡ Repetiu sua última palavra, deixando de digitar no mesmo instante, antes de encarar o namorado e seguir falando no idioma que dedicou-se a aprender em poucos meses. ㅡ Você mandou o bolo pra ele, não é? ㅡ Encarou-o nos olhos, encontrando uma certa culpa na expressão alheia que assentia com a cabeça.

ㅡ Não está bravo? Você disse que eu não deveria...

ㅡ Não sou dono dos seus atos, Tae. ㅡ Sussurrou, sorrindo sincero, voltando a partilhar sua atenção tanto no garoto quanto no e-mail que escrevia. ㅡ Minha ideia seria esperar mais um pouco, e se ele não aceitar? Se ele ficar com raiva da gente? Sabe o que fizemos de errado, sumimos da vida dele sem mais nem menos...

ㅡ Diz isso como se não o conhecesse, Hoseok! Par Dieu! Yoongi foi uma das pessoas mais sentimentais e abertas que eu já conheci, sem dúvidas ele vai se preocupar mais com nossa presença do que com nossos feitos do passado! ㅡ exclamou com revolta, sentindo o peito doer. ㅡ Eu sinto falta dele, Hope, quero nosso Yoongi de volta... ㅡ O ruivo apenas suspirou, salvando aquele rascunho no computador e finalmente deixando o aparelho de lado.

Umedeceu os lábios e segurou as mãos do pardo, percebendo seus olhos avermelhados e pré-marejados.

ㅡ Vai ficar tudo bem, hm? E... Você tem razão, eu não conheço Yoongi tão bem quanto você, afinal, sabe da nossa história, sabe que, enquanto eu preferia dormir, ele ficava acordado, enquanto eu comia, ele trabalhava, nunca fui tão compatível com ele quanto vocês dois, mas eu também o amo, amo você, sendo ele meu total oposto e você o nosso intermediário. ㅡ Engoliu em seco, enxugando as primeiras lágrimas silenciosas que escorreram pela bochecha de Taehyung. ㅡ Eu errei em escolher um de vocês, eu magoei Yoongi ao deixá-lo, eu fui um idiota e ele deve pensar o mesmo de mim. O fiz pensar que não era amado, e é horrível sentir isso, Tae, é horrível sentir que está sozinho, saber que ninguém sente nada por você. ㅡ Respirou fundo e assim abraçou o francês pelos ombros. ㅡ Eu amo você, amo Yoongi, mas não sei se ele ainda sente tanto afeto por mim...

ㅡ Ele sente! Eu sei disso, tenho certeza que ele também te ama!

ㅡ Ah, Taehyung, Je t'aime, mon amour...

Moi aussi je t'aime...

Naquele instante, ouviram a maçaneta da porta se abrir, e ambos se afastaram para prestar atenção em quem entrava.

Jimin, ao tirar os sapatos de forma desleixada, deixou as chaves em cima da prateleira e só então notou as cartas que havia deixado para depois, no dia anterior.

Respirou fundo, tirando umas de cima das outras, e pegou apenas as que lhe interessavam, sendo uma delas a azulada, que o tinha deixado curioso.

Depois de alguns passos pelo breve corredor de entrada, encontrou os seus dois amigos em seu sofá.

Taehyung tinha a expressão chorosa, entretanto esperançosa, em cima de si. Hoseok também o encarava, mas curioso.

ㅡ O que ele achou do bolo? Ele disse alguma coisa? ㅡ O ruivo perguntou, demonstrando ansiedade na voz. ㅡ Yoongi comeu, não é? ㅡ Park assentiu, sorrindo levemente para eles.

ㅡ Ele não comentou comigo, fingi que não sabia do bolo, mas eu vi que ele jogou a embalagem vazia no lixo, comeu tudo. ㅡ Respondeu, alegre pelos rapazes. –Passou o resto do dia sorrindo, ele deve ter ficado feliz em saber de Taehyung. ㅡ Prosseguiu, umedecendo os lábios enquanto batucava os dedos nos papéis.

ㅡ Saber de mim? O que disse pra ele?

ㅡ Nada, sério. ㅡ Percebeu então que os ombros do francês abaixaram em alívio. ㅡ Mas seu bilhete deve ter dito muito, não? Ele deve suspeitar que está aqui, não na minha casa, mas pela cidade... ㅡ Deu de ombros, olhando ao redor e encontrando a cozinha totalmente organizada.

Quando voltou-se para os amigos, recebeu um abraço inesperado do mais alto, hesitando em retribuir. Logo o confortou com breves tapinhas nas costas.

Merci, mon ami... ㅡ Jimin apenas riu sem graça, separando-se dele para então conferir que seus papéis não estavam amassados.

ㅡ Bom, eu vou para o meu quarto, preciso abrir isso daqui, qualquer coisa me chamem. ㅡ O ruivo assentiu ao que disse, logo chamando o Kim para sentar-se consigo no sofá. ㅡ Vão ficar por aí mesmo? ㅡ Perguntou, tirando o distintivo do pescoço. ㅡ Podiam sair juntos, não?

ㅡ Hm... Sabe de algum lugar onde passe filmes de época? Estávamos afim de ver uns filmes em preto e branco, mas não em casa... ㅡ Disse Hoseok, olhando em expectativa para Park.

ㅡ Uh, tem aquela galeria no centro, não sei se está aberto, se abre hoje... Mas pesquisem, pode ser interessante! ㅡ Sorriu, logo se retirando para chegar em seu quarto, que estava sendo ocupado pelos hóspedes.

Sorriu ao ver algumas roupas emboladas em cima da cama, mas apenas lá, e sorriu ao ver que tudo em sua mesa de trabalho estava intacto.

Olhou pela janela, esticando um pouco para ver o final do pôr-do-sol no horizonte bloqueado por mais prédios, e depois se voltou para as cartas.

Abriu as correspondências sobre as contas mensais e sobre uma revista de assinatura, que sempre recebia no fim do mês. Depois de arrumar aqueles, deixou seu espaço vazio para a última carta.

As manchinhas roxas de tinta estavam perto de descascar, mas continuavam ali. A frente estava lisa, sem letras, mas a parte de trás tinha algumas palavras.

"Para minha rosa vermelha, Park Jimin."

Era à caneta.

A caligrafia, as linhas e espaçamentos entre as palavras, o jeito que foi chamado...

Seus olhos ficaram presos ali por alguns instantes, até perceber o tempo que perdia ao apenas encarar. Engoliu em seco, olhando o resto do verso e encontrando apenas o endereço do destinatário.

Nada sobre o remetente, nenhum selo.

Aquilo não foi entregue pelo correio, foi deixado, possivelmente, por um entregador pessoal, ou até mesmo pela própria pessoa, mas essa segunda alternativa era improvável para Jimin, e confundia seus pensamentos, seu raciocínio.

Limpou o rosto seco com uma das mãos, virando novamente para a frente da carta e abrindo-a com delicadeza, encontrou um papel mais que perfeitamente dobrado.

Ah, céus, quem deixou isso aqui? ㅡ Sussurrou sozinho, visto que uma pétala, já seca, havia caído em sua mão. ㅡ Só podem estar brincando..!Engoliu em seco, hesitando em abrir o papel, mas assim o fazendo depois de contar até três.

Seus olhos estavam fechados, e o papel aberto em suas mãos.

Aos poucos, perdeu o medo e deixou a incerteza de lado, abrindo um dos olhos para ter visão do que estava escrito, ou melhor, desenhado. De cenho franzido em confusão e angústia, encarou seu retrato no papel, feito apenas com lápis.

Ao canto, a assinatura artística de Jungkook, seguida da data.

Seu peito não pôde evitar o aperto que sentiu, e seu coração acelerou, mesmo que inadequado para a situação de pânico.

Não conseguiu conter os soluços, tampouco as lágrimas, tendo certeza de que algo estava errado, de que a morte de Jeon Jungkook não foi cem por cento desvendada.

Em sua cabeça, apenas em sua consciência, Park Jimin sabia que toda aquela história de Seo Jinwoo não havia sido nada mais que um engano, um truque.

Ele conhecia parte da verdade, apenas faltava o resto, pois não era possível ter em mãos um retrato seu, finalizado no mês passado por seu amor declarado morto há doze.

×××

ah como demorou pra eu recobrar a coragem...
vai ser assim então, já estou tentando admitir que nunca vou ter paz quando se trata dessa fanfic
nem o naruto teve que enfrentar uma batalha tão dura quanto essa...
é isso,
prometi e vou cumprir
💦

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2021 ⏰

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