Capítulo 2 - lugar desconhecido

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Acordo, não sei onde estou, meus olhos tem dificuldade em focar, minha cabeça dói, vejo que estou deitada em um sofá olho ao meu redor mas não vejo ninguém, atrás de mim há uma estante com vários livros e ao meu lado há uma mesa de centro com vários coisas em cima ha algunas saquinhos de salgadinhos dois maços de cigarros amassados e uma garrafa de cerveja entre outros itens que a cobrem por completo, ouço alguns passos e em seguida uma homem surge na porta ele é alto, corpo musculoso seus cabelos são escuros como a noite e seus olhos são castanhos está vestindo uma camisa listrada com um blazer preto por cima e segura uma xícara com algum liquido quente dentro, ele olha para mim e diz

—Que bom que acordou, como esta se sentindo? — ele pergunta um pouco preocupado.

— bem eu acho, só estou com um pouco de dor de cabeça.

— Toma beba— ele ordena me entregando a xícara que estava segurando — é um chá vai te ajudar a se sentir melhor —, a pego coloco em cima da mesinha de centro e pergunto um pouco confusa:

— onde estou? E quem é você?

— desculpe, esqueci de me apresentar, me chamo Cole, te trouxe para minha casa ontem depois do seu — ele faz aspas no ar com os dedos e diz — "acidente".

— espera acidente, como assim acidente? — minha cabeça dói, coloco as mãos em minhas têmporas as massageando é me forço a lembrar o que aconteceu e então tudo me vem em mente, o cara que me atacou no beco, o cara da boate, o sangue em suas mãos, estou em choque minhas mãos tremem olho para ele e digo — você é o cara de dentro da boate o mesmo que matou o cara que me atacou — ele assente, olho para a mesinha de centro ao meu lado vejo um cinzeiro em cima dela provavelmente é de ferro, pulo de cima do sofá o mais rápido que consigo pego o cinzeiro e corro para o outro lado da sala me afastando de Cole.

— calma!! Não vou lhe fazer mal — ele diz gesticulando com as mãos e dando alguns passos em minha direção

— Não!! Fique parado onde está ou eu te acerto com isso — digo fazendo menção de jogar o cinzeiro bem no meio de sua testa.

— Calma — ele repete mas sem se mover — me deixa explicar o que aconteceu, sei que vai parecer loucura o que vou dizer mas você não foi atacada por um cara comum — ele faz uma pausa, passa a mão direita atrás da cabeça pensando no que vai dizer e por fim fala— você foi atacada por um vampiro.

Sua resposta me deixa sem reação, o encaro tentando entender se ele está de zoação mas seu semblante é sério, não sei se caio na gargalhada ou se chamo um psiquiatra pro coitado — aham tá! e você é um lobisomen e eu sou a tinker bell — digo com escárnio

Ele revira os olhos e diz —É sério pensa em tudo que aconteceu ontem, como você explica tudo aquilo?

— Não pode ser, tem que haver uma explicação lógica pra tudo — passo a mão pelos meus cabelos os jogando para trás pensando em algo que faça sentido mas simplesmente não consigo nada que aconteceu faz sentido — isso é loucura!! — meus olhos se enchem de água, no fundo eu sei que aquele cara não era humano, passo a mão em meu pescoço e me lembro de sua mordida — AI MEU DEUS!! eu vou virar um vampiro — digo quase chorando — não quero ter que me alimentar de sangue pro resto da vida nem ter que dormir em um caixão.

— Calma...

— Da para parar de repetir essa palavra, calma é a última coisa que estou, eu fui atacada por um louco que pode ter me infectado com um vírus que sei lá pode me fazer virar um vampiro — digo quase gritando

— cal... desculpe, primeiro não tem vírus nenhum, segundo a mordida não vai te transformar em nada e terceiro não dormimos em caixões, não faço ideia de onde vocês inventam essas maluquices — ele diz um pouco nervoso fazendo gestos no ar — dormir em caixões essa é boa, porque diabos alguém dormiria em um caixão?

— Ué sei lá, pelo menos nos filmes os vampiros dormem em caixões — digo dando de ombros.

Ele suspira e diz — tá bom, sente-se aqui, deixe-me explicar o que aconteceu ontem — ele diz dando tapinhas no sofá indicando o assento vago ao seu lado.

— ok — caminho em direção ao sofá que está em sua frente e me sento.

— bom— ele começa— ontem eu estava observando sua... performance — sinto minhas bochechas corarem ao me lembrar disso — é notei que algo havia acontecido quando você parou de dançar e se dirigiu a porta de saída você parecia estar se sentindo mau, tendo um ataque ou algo do tipo, vi que você tinha saído sozinha e fiquei preocupado que você pudesse passar mal sozinha lá fora então alguns minutos depois que você tinha saído decidi ir lá fora ver se estava tudo bem e foi quando vi você sendo atacada por aquele homem não tive escolha tive que impedi-lo antes que ele a matasse ent...

— então você o matou — digo após interrompê-lo, tentando assimilar tudo o que havia acontecido, ele assente.

— não sou um assassino, só fiz isso porquê era o único jeito de pará-lo — ele diz tentando se justificar, ok talvez ele só quisesse me ajudar e na hora entrou em pânico e fez a primeira coisa que lhe veio em mente, talvez eu estivesse morta se ele não tivesse me ajudado mas mesmo assim não posso esquecer que ele matou um cara mesmo que esse cara seja um maluco psicopata mesmo assim isso não anula o fato de que ele matou uma pessoa — além do mais — ele continua — é proibido atacar humanos se a irmandade descobrisse ele estaria morto de qualquer jeito.

— espera irma oque?, quer saber esquece, isso é maluquice — minha cabeça dói muito, não consigo assimilar tudo que está acontecendo —tenho que ir embora, onde está meu celular ?— digo ao passar as mãos em meu bolso e não encontrá-lo.

— Desculpe, seu celular não parava de vibrar recebendo mensagem atrás de mensagem então tomei a liberdade de responder algumas — ele diz me entregando o celular — acho que era uma de suas amigas ela estava muito preocupado então acabei respondendo dizendo que estava tudo bem e que amanhã você explicaria o porquê foi embora.

— ok — digo e me assusto ao ver as horas na tela do celular já são 02:00 da manhã minha mãe vai me matar ela havia pedido para mim não voltar depois das 00:00  — tenho que ir — digo com um olhar desesperado— minha mãe deve estar preocupadíssima, não havia avisado ela que iria passar a noite fora, vou chamar um Uber.

— Ou eu posso te levar até a sua casa — ele oferece.

— Não precisa eu vou de Uber mesmo

— tudo bem, mas o Uber pode demorar e sua mãe pode ficar ainda mais preocupada, enquanto meu carro esta na garagem e eu posso te levar agora mesmo.

Penso bem e acabo aceitando— ok então vamos — tenho que voltar o mais rápido possível, talvez minha mãe ainda esteja dormindo e não tenha percebido que passei a noite toda fora.

— por aqui — ele diz e eu o sigo caminhamos em direção a porta de saída a atravessamos e chegamos a garagem seu carro é um modelo antigo preto mas em perfeito estado acabo perguntando qual o modelo do carro e ele deixa um leve sorriso escapar do canto da boca e diz— é um Impala 67, gostou? — ele pergunta — sim é bonito e parece ser muito bem cuidado — respondo — e é comprei ele antes de vir morar aqui seu antigo dono restaurava carros antigos— ele diz e abre a porta para mim então eu entro, quase não conversamos durante o caminho com exceção de algumas vezes as quais lhe disse em qual rua deveria virar.

Viramos na minha rua uns 20 minutos depois de termos saído de sua casa peço para que ele não pare em frente a minha casa, não quero correr o risco de ter que explicar para minha mãe o motivo de ter pegado carona com um desconhecido, ele apenas assenti e encosta o carro a umas quatro casas antes da minha.

— acho melhor você não contar nada sobre o que realmente aconteceu noite passada— ele diz após desligar o carro — claro, não é muito normal sabe chegar em casa e dizer a sua família que você quase morreu ao ser atacada por um vampiro noite passada — respondo e ele sorri, o sorriso mais lindo que ja vi seus lábios são vermelhos é úmidos, seu dentes são tão brancos quanto neve — é acho que não.

— bom tenho que ir enfrentar a maior fera da terra — digo rindo um pouco nervosa.

— boa sorte então — ele diz sorrindo.

Me despeço e saio do carro caminhado em direção a minha casa pensando na desculpa que darei a minha mãe.

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