Capitulo 1 - Décimo sexto aniversário

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Aos poucos vou acordando, vejo tudo embaçado mas a luz que entra em meu quarto indica que já é dia, ouço duas batidas na porta e em seguida uma voz pergunta
— serena já acordou?
—não mãe — digo com uma voz fraca de quem ainda esta despertando.
Então a porta se abre e minha mãe caminha em minha direção , ela chega bem perto de min , me abraça e diz:
—parabéns velhinha —deixo um leve sorriso aparecer no canto da minha boca e dou uma longa e gostosa espichada no corpo e bocejo dizendo — obrigado velhinha — minha mãe solta um sorriso e pergunta — vai sair com suas amigas?— faço que sim com a cabeça.


Quando a noite vai chegando meu celular vai se enchendo de novas mensagens de minhas amigas, ja estava tudo combinado iriamos em uma boate nova que abriu no centro da cidade , na verdade e a única boate da cidade, Turnny Hill não é uma cidade muito grande a esquerda do rio turnny fica a parte mais antiga da cidade há alguns museus e as pessoas que moram desse lado da cidade passaram toda a vida ali, as suas casas foram herdadas de seus tataravôs e bisavôs, não gosto muito dessa parte da cidade a algo que me assusta as pessoas que moram desse lado contam varias lendas sobre a origem da cidade lendas sobre vampiros e demônios que supostamente haviam fundado a cidade, historias sobre pessoas que moram ali há séculos e que seriam bruxas e outras inúmeras lendas que foram passadas de geração para geração. Já a direita do rio turnny fica a parte desenvolvida da cidade basicamente todas as fabricas , colégios e tudo que for novo fica desse lado da cidade o lado em que eu moro , meus pais se mudavam muito antes de chegarmos aqui , nos mudamos para Turnny Hill quando eu tinha 10 anos.
                                   

Estou no quarto quando ouço o barulho do carro chegando deduzo que são minha amigas, meu celular começa a vibrar, olho para a tela e vejo que é a anna então atendo.
Anna pergunta
— ja esta pronta?
— sim , já estou descendo — desço as escadas com pressa aviso minha mãe que ja estou saindo dou um beijo em sua bochecha e ela diz
— se divirta e tenha juízo — olho para ela dou uma piscadela e digo — mãe, juízo é o que não me falta — ela me olha com um olhar meio desconfiado e um pouco preocupado e diz — se cuida.
Entro no carro, minha amigas estão todas animadas é a primeira vez que vamos a nova boate , no caminho tenho uma sensação que me é um pouco familiar, uma sensação que algo esta para mudar, que algo novo está se aproximando, é mais como um pressentimento, lembro que desde criança tinha essa sensação quando algo estava prestes a mudar, fico com um pouco de medo não sou uma garota que gosta de mudanças tenho medo de tudo acabar piorando e não melhorando, esse sentimento toma conta de mim percorrendo o meu corpo como se fosse sangue correndo nas veias olho para minhas amigas todas rindo e se divertindo aviamos esperado muito por essa noite, desde da inauguração da boate a alguns meses atrás, combinamos que iriamos todas juntas no meu aniversário aviamos planejado tudo, então digo a mim mesma — pare com isso serena você não pode estragar essa noite, não depois de todo o trabalho que anna, liv e sintia tiveram você esta apenas com medo e isso é perfeitamente normal quando se está fazendo algo pela primeira vez — então sufoco aquela sensação, sendo maior que ela a apertando em meu peito, não sei ao certo de onde tiro forças para controlar essa sensação que há pouco quase me dominava — olho novamente para minhas amigas é me permiti um leve e disfarçado sorriso dizendo a mim mesma — ou melhor sei perfeitamente.

Quando chegamos a boate descemos do carro e vamos em direção a porta da boate quando chegamos lá nos damos de cara com o segurança da boate um cara moreno, alto e enorme que olha fixamente para nós pedindo para ver as identidades éramos todas menores de idade mas Sintia havia arrumado identidades falsas para nós quatro, então entrego a identidade falsa ao segurança que a analisa e em seguida me deixa entrar sintia, anna e liv vêm logo atrás de min, todos nós entramos sem nenhum problema, olho para minhas amigas , seus olhos brilhavam nunca havíamos entrado em uma boate, até porque nunca havia tido uma em Turnny Hill essa era a primeira, olhei ao meu redor pessoas eufóricas pulavam e cantavam, aquilo me encheu de puro êxtase meu coração quase pulava do peito, a musica entrava em meu corpo e tentava me dominar exigindo que eu me deixasse levar pelo ritmo que preenchia o lugar,  peguei na mão das minha amigas e as puxei para o centro da boate chegamos perto do bar e paramos, meus olhos corriam a multidão analisando todos, até que eles pararam ao se colidirem com outro olhar que me analisava, era um cara mais velho aparentava ter uns vinte um ou vinte dois anos tinha os cabelos pretos olhos castanhos e pele clara olhei para ele por alguns segundos enquanto ele me fitava então passei a mão em meus cabelos prendendo o mesmo atrás da orelha e me viro para minhas amigas foi quando anna me disse:
— Está vendo aquele cara sentado na mesa atras de você serena, ele não para de te olhar — solto um sorriso leve e me viro um pouco para trás, do canto do olho posso velo nos observando, não sei ao certo o porque mas eu desejava aquele olhar, enquanto ele fosse direcionado a mim eu me sentia poderosa, provocante, invencível me sentia como se eu pudesse fazer qualquer coisa, qualquer coisa que mantivesse aquele olhar sobre mim, sentia como se não ouve-se limites, olhei de volta para minhas amigas com um sorriso no rosto e disse— até que ele é bonitinho, mas não estou afim de ficar com ninguém, vamos preciso de uma bebida - peguei no braço de anna e a puxei para o bar liv e sintia vieram atrás, sentamos em frente ao balcão, olho para o Barmam e peço um Dry Martini para mim e para minhas amigas, elas me olham com um olhar curioso então digo — o quê? É só uma bebida nos viemos aqui para nos divertir e além do mais a noite só esta começando — olho para elas com um sorrisinho e dou uma piscadela — liv diz — então tá — pego a bebida pago o barmam é pergunto a minhas amigas — prontas para se divertir? — elas fazem que sim — com um gole bebo toda a bebida de uma só vez, o álcool queima minha garganta, e aos poucos queima todo o meu corpo, sinto uma energia me percorrer, meus pulsos queimão, minhas amigas também beberam tudo de uma vez, então puxo elas de volta para o centro da boate para dançarmos percorro a multidão em busca daqueles olhos castanhos, aquele cabelo preto mal arrumado como se estivesse acabado de acordar então os acho ele estava sentado na mesma mesa conversando com outros caras que julgo serem seus amigos olho diretamente para ele que não me vê, ele esta sorrindo o sorriso mais lindo que ja vi então como se o mundo reduzisse a velocidade, como se eu estivesse vendo através de uma câmera lenta o vejo lentamente virar o rosto em minha direção seus olhos piscam lentamente e se encontram com os meus novamente, então fico ali parada olhando diretamente para ele, para aquele olhar provocante, profundo, seu sorriso mudou um pouco agora e mais sensual, há uma multidão entre nós mas somente ele me interessa, não sei quanto tempo fiquei parada ali olhando para ele, mas ouço a voz de sintia ecoando até meus ouvidos me viro e olho para ela que diz
— oi terra para serena está me ouvindo — solto um sorriso um pouco tímido e digo — desculpa não estava ouvindo.
— é pude ver, sua atenção toda dirigida pro bonitão de olhos castanho do outro lado da boate.
— quê? não, nada a ver — digo tentando disfarçar.
— bom pelos menos a atenção dele esta voltada para você— sintia diz com certa curiosidade.
— deixa ele então apreciar a paisagem — digo sorrindo — não quero ficar com ninguém hoje, vim aqui para me divertir com vocês e dançar a noite toda — não quero que sintia veja que estou interessada, por que ela vai acabar me convencendo a ir falar com ele e realmente não estou muito interessada em outro cara no momento, acabei de terminar um relacionamento de 1 ano, não estou afim de homens no momento, só quero curtir a noite.
— uhh então vamos nós acabar na pista de dança — sintia diz com uma animação contagiante e nos puxa para um lugar  com espaço para dançar.
Sinto a musica percorrer meu corpo e me dominar, acho que o efeito do álcool esta se mostrando porque sinto como se tudo fosse possível, olho timidamente para a mesa onde o cara misterioso esta sentado e o vejo me olhando, um olhar profundo, misterioso não sei ao certo o que está acontecendo comigo mais desejo aquele olhar, então o provoco dançando como se eu fosse a única garota ali como se tudo aquilo fosse somente para ele, passo as mãos pelo meu corpo descendo às até a cintura, mexo meus quadris de forma sensual descendo e subindo lentamente, provocando-o me deixando levar por aquela musica contagiante e por aquele olhar sexy e profundo e por alguns minutos me sinto completa como se nada mais importasse, mas sem avisar aquela antiga sensação que me é tão familiar me preenche, aquela aflição a sensação de que algo esta para acontecer e eu não posso fazer nada para mudar isso, sinto meu coração apertar em meu peito, o ar se rarefaz, sinto minha respiração ficar cada vez mais pesada, preciso sair daqui, preciso de ar fresco então me dirijo a porta de saída tentando abrir espaço me espremendo para conseguir passar entre todas aquelas pessoa eufóricas me sinto pequena, frágil, finalmente vejo a porta de saída olho para trás mas não vejo minhas amigas, não posso voltar para procura-las então sigo em frente me espremendo, sendo empurrada sinto uma dor aguda em meu pé alguém deve ter pisado em mim mas essa dor nem se compara a sensação de pânico que aos poucos me domina, finalmente chego a porta desço três degraus e me encontro na calçada em frete a boate o ar frio gela minhas bochechas, respiro fundo tentando me acalmar tentando controlar aquela sensação, havia tempo que não tinha uma crise desse nível a última vez que me senti assim foi minutos antes do acidente de carro que minha família se envolveu quando eu tinha 9 anos, minha mãe sempre achou que isso era apenas um ataque de pânico, fiz ate tratamentos médicos que me ajudaram muito, mas eu sempre soube que não era apenas isso, é como se eu tivesse uma premonição, sei que algo está prestes a acontecer só não sei o que é, ouço um barulho vindo do beco ao lado da boate me viro assustada, não há ninguém na rua então caminho em direção ao beco, não sei exatamente porque faço isso, mas preciso, é como se eu não pudesse evitar, paro em frete ao beco que esta quase todo escuro exceto pela fraca eliminação vinda de uma placa neon dá boate, dou alguns passos à frente entrando ali e digo em voz alta — oi!! Tem alguém ai — ouço um barulho em uma lata de lixo mais a frente, então penso em voltar para dentro da boate mas de repente um cãozinho sai de trás da lata de lixo ele para e fica me encarando, era um cachorrinho pequeno provavelmente um filhote tinha pelos dourados os olhos pretos me encaravam como se pedissem abrigo, carinho, o rabinho balançando de uma lado para o outro, sigo em frente e entro no beco indo em direção ao cachorrinho estico minha mão para frente, chamando fazendo sinal para ele vir até mim mas ele não se meche fica apenas ali me olhando até que ele se vira para trás e começa a correr se distanciando de mim não entendo sua reação me viro para olhar para trás para a entrada do beco e vejo um homem parado me encarando, uma sensação de medo toma conta de mim penso em gritar mas quando vou abrir a boca ouço o barulho de algo cortando o vento e o homem já está em minha frente com a mão tapando minha boca me impedindo de gritar, como ele poderia ter chegado até mim tão rápido? quando o vi pela primeira vez ele estava a pelo menos uns 3 metros de mim e em menos de um segundo ele estava em minha frente com uma das mãos tapando minha boca a outra me segurando pela cintura penso em soca-lo, me remexo na tentativa de me soltar de suas mãos mas ele me segura firme, e lentamente chega o rosto perto do meu pescoço me remexo tento gritar mas perco a voz o pânico tomou conta de mim sinto sua boca em meu pescoço sinto seus caninos perfurarem minha pele macia, pergunto a mim mesma, o que ele esta fazendo? e quando descubro a resposta fico horrorizada, ele esta bebendo meu sangue sinto minhas forças se esgotarem, um frio sobe por meu corpo, tento empurra-lo mas fracasso, e num piscar de olhos sinto o peso de seu corpo sobre o meu, não entendo o que esta acontecendo ele parece estar caindo em cima de mim, sinto suas mãos me soltarem sua boca não esta mais sugando meu pescoço, então ele cai ao meu lado morto atrás dele vejo o cara misterioso da boate segurando algo nas mãos meus olhos tem dificuldade em focar concentro todas as minhas forças nele e vejo que ele segura em suas mãos o coração do homem que me atacava havia sangue escorrendo de suas mãos, sangue em meus sapatos, ele havia arrancado o coração daquele homem apenas com as mãos, olho para seu rosto e vejo duas presas enormes, seu olhar e indecifrável, minha visão se deturpou, meus joelhos lutam em vão tentando me manter em pe, meu corpo perde todas as forças, vou de encontro ao chão mas antes de atingi-lo ele me pega em seus braços impedindo que eu caia e então tudo o que vejo é escuridão...

Quando eu e minhas amigas marcamos de comemorar juntas meu aniversário na nova boate da nossa cidade eu não fazia ideia do quanto isso mudaria minha vida, a vida das pessoas que amo, e a vida de todos os seres da terra, nunca imaginei todas as verdades que eu viria a descobrir, verdades sobre mim que foram mantidas em segredo pela minha família por anos, verdades sobre a cidade em que moro, sobre um mundo que eu nunca sonhei que pudesse existir, nunca imaginei quantas mortes estariam por vir e por fim eu nunca poderia imaginar que esse dia seria o começo do fim.... o primeiro passo para o apocalipse.

Em breve novos capítulos.

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