Jogo dos 7 Erros

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— Você o quê?

O rosto de Jihu se contorce todo em divertimento, enquanto eu me sento encolhida e completamente envergonhada pela lembrança tão viva de meu encontro com Kim Taehyung ontem à tarde.

— Foi isso mesmo que você ouviu. — Solto desgostosa, vendo-a rir e se aconchegar ainda mais na poltrona do outro lado de minha mesa. O sol passando pelas persianas da janela de meu trabalho e iluminando com excelência minha sala. — Me comportei igual uma idiota, como se voltasse a ter quinze anos. Eu me senti mal de verdade, sufocada.

— Estou feliz que convenci você a pegar a tarde de folga.

Viro meu rosto sério para ela, sua feição cheia de satisfação e orgulho.

— Você ouviu o que eu disse? Eu disse que me comportei igual uma idiota. — Um grunhido sofrido escapa pelos meus lábios e eu sucumbo na cadeira de frustração. — Eu me senti absurda, vulnerável e não eu.

— Não deve ter sido tão ruim assim. — Jihu estala a língua, erguendo os ombros. — Você deve estar exagerando.

— Não estou! — Defendo-me um tanto desesperada. — Eu realmente me senti mal, porque você sabe como eu sou, nunca perco a paciência ou a calma. Tudo eu sempre faço com tranquilidade, eu sempre tenho tudo sob controle, tudo!

— Sim, eu sei.

— Mas então eu me vi tremendo e falando coisas ridículas e... — Paro no ápice do volume de minha voz, apenas para suspirar e continuar: — Não sei o que anda acontecendo comigo nas últimas semanas, eu venho me sentindo assim e não sei como reverter isso.

Apoio meus braços sobre a mesa, não prestando muita atenção nos atos de Jihu.

— Você vai ficar brava, mas isso está acontecendo porque você precisa desfocar um pouco do trabalho, — ela fala — você vem vivendo para ele há tanto tempo, uma hora isso iria acontecer.

Não respondo de imediato, talvez porque agora eu esteja considerando essa ideia realmente possível.

— Jihu, — chamo depois de um tempo — você acha que eu estou surtando?

Ela respira fundo, lançando seu típico olhar de compaixão. Eu odeio ser alvo dele.

— É bem provável.

Volto a me recostar na cadeira, dessa vez deixando minha cabeça tombar para trás no encosto. Com o teto agora tomando boa parte de meu campo de visão, eu tento buscar alguma resposta para todo o caos que sinto dentro do peito.

— Preciso resolver isso logo, está me afetando de verdade. — Confesso sincera. — Eu nem sei porque aceitei me encontrar com ele hoje à noite. Eu tenho tanta coisa para resolver, eu não deveria ter tempo para isso agora.

No meio de um silêncio curto, eu ouço o que não esperava ouvir como resposta: a risada de Jihu.

— O que foi? — Olho para ela, estou intrigada e até um pouco ofendida também. — Do que está rindo?

— De você. Viu Kim Taehyung ontem e ficou toda nervosa. — Ela tem um sorriso esperto na boca enquanto movimenta suas mãos no alto. — Acho que alguém está apaixonada.

— Nem comece. — Giro os olhos, tentando encobrir minha vergonha. — Eu tive um sentimento ruim, não foi esse tipo de nervosismo. Você não pode romantizar uma ânsia de vômito.

— Sentimento ruim, hm.

— O desconforto na boca do estômago, a vulnerabilidade, você sabe do que eu estou falando.

Clair de Lune • TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora