Núpcias

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N/A: Oi! Bom, esse é o final da short fic. Boa leitura e obrigada a todos que acompanharam, mesmo não votando ou comentando. Agradeço por pelo menos lerem.

Essa história é, na verdade uma saga e tem uma terceira e última parte. Não sei se vou postar, mas vou pensar com carinho sobre.

Vamo lá!



Camila


Meus pais foram conosco pelo caminho da floresta que levaria Lauren e eu de volta ao castelo, onde passaríamos a noite de núpcias.

Lauren teria me levado a qualquer lugar do mundo – Roma, Paris ou alguma ilha particular no meio de lugar nenhum, se eu quisesse – mas eu queria ir para casa com ela. Na nossa primeira noite juntas, queria estar na cama enorme onde esperava que passássemos muitas noites e onde algum dia de algum modo começaríamos uma família.

– Vocês precisam mesmo voltar logo? – perguntei a minha mãe e papai. – Podem ficar mais uns dias com o tio Dorin.

Mas os dois balançaram a cabeça.

– Não – disse mamãe. – Vocês duas estão em lua de mel. E nosso avião parte amanhã cedinho.

– Tudo bem – concordei. Eu sabia que eles não iriam ficar, mas parte de mim continuava agarrada aos dois. – Eu entendo.

Mesmo assim, todos nos demoramos à margem do caminho escuro que Lauren e eu íamos pegar. A maioria dos convidados seguiria por uma trilha mais estreita até uma estrada de terra, onde o transporte esperava para levá-los pelo resto do caminho montanha abaixo. Mas Lauren e eu tínhamos decidido andar sozinhas até o castelo, pegando um atalho pela floresta. A presença de qualquer pessoa a mais, mesmo um motorista, seria dispensável. Estávamos prontas para simplesmente ficarmos juntas.

– Tem certeza de que vocês vão ficar bem? – perguntou papai, olhando para as árvores. – Isso aí parece bem desolado.

Lauren, que estava ao meu lado, passou o braço à minha volta de modo protetor.

– Eu vou mantê-la em segurança, Alejandro – disse, tentando tranquilizar papai.– Ando por esses caminhos desde a infância.

Tive a sensação de que ela não se referia apenas à trilha que iríamos pegar. Minha mulher, que adorava metáforas, estava falando de tudo o que havia à nossa frente.

– Vocês sabem que eu a protegerei com minha vida – acrescentou.

Meus pais, que um dia tinham temido que a minha vampira fizesse o oposto, não falaram imediatamente. Então mamãe disse:

– Sabemos que sim, Lauren.

Nós os abraçamos de novo e de repente já era hora de irmos. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, de modo que tive que me agarrar à mão de Lauren. E no instante em que nos viramos para o caminho, ela parou e se virou de novo, chamando:

– Alejandro... Sinueh?

Meus pais pararam de andar também e se viraram.

– Sim...? – respondeu mamãe, parecendo insegura na escuridão.

Lauren pareceu insegura também – outra situação rara para ela – enquanto perguntava:

– Será que eu poderia... considera-los como uma espécie de pais pra mim?

Houve um silêncio gigantesco e por um segundo – enquanto eu processava minha surpresa – fiquei com medo de que os dois dissessem não. Talvez procurando alguma alternativa que não parecesse tanto uma aceitação.

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