|• capítulo 2 •|

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Não revisado, desculpem pelos erros!

     Trinta minutos foi o tempo que levou para chegarmos ao destino. Em todo trajeto eu dormi, minha mente cansada enfim se rendeu. Agora me encontrava diante de um enorme edifício, não saberia dizer com exatidão a quantidade de andares, mas se estendia até onde a vista alcançava.

     Seu interior era ainda melhor, a decoração exalava luxo, desde o piso de mármore, as paredes em tons neutros, até o teto envolto por inúmeros lustres adornados em cristais.

       O motorista fez o check- in, depositou uma chave em minhas mãos, me jogou dentro de um elevador e saiu. Em resumo: eu estava a própria sorte.

       Olhei o número desenhado na etiqueta acoplada e me encaminhei direto para a porta onde estava escrito os mesmos. Girei a fechadura e entrei, estava um pouco mais escuro que o saguão e tive dificuldade em adaptar a visão, mas aos poucos fui absorvendo os mínimos detalhes.

      Sabe aquele momento que você sente que está sendo observada? E ironicamente seus olhos sabem de onde provém? Pois então, tomei um belo susto ao ver um homem sentado na cama me observando. A primeira olhada diria se tratar de um garoto, entretanto, focando naqueles olhos escuros você se perde em um abismo de mistério que te leva a desejar desvendar cada segredo.

     Um passo foi dado em minha direção e dois recuaram, estes eram meus. Assustada me encolhi até estar contra a porta. O homem esticou as mãos para tocar em meu rosto e sobressaltou com meu grito.

- NÃO, por favor, por favor não me faça mal, não enconste em mim, eu sou virgem.


    Confusão manchava seu semblante, nem poderia julgar, o meu não estava muito diferente.
    Lentamente ele se virou pescando o celular do bolso.


   — jherry, pode me dizer porque tem uma virgem em meu quarto me olhando como se eu fosse um estuprador em potencial?


— sim, é isso mesmo que ouviu, venha até aqui e me explique isso.

Quando sua atenção voltou para mim senti uma extrema necessidade de barganhar, argumentar, qualquer coisa que me permitisse não ser violentada.


— eu prometo pagar tudo, vou arrumar um emprego

- sério? E como pretende me devolver 1 milhão?

— eu prometo, ou morrerei tentando. Faço qualquer coisa que não envolva me entregar. A minha virgindade é a única coisa que me restou, um lembrete de que ainda tenho orgulho e não sou uma puta como minha madrasta me julgou ser... não posso te entregar isso.

A única coisa que me consola é a auto estima, afinal, não é todo dia que alguém paga um milhão pra te ter. Mas não se engane, alguém que paga para ter outra pessoa e se intitula seu dono, não pode ser coisa boa.

Alguém bate a porta e acredito ser o vulgo Jherry, me desloco para o lado permitindo sua entrada no recinto.

— não sei o que houve, a mulher que fez o acordo comigo deixou claro que a mocinha se tratava de uma praticante em potencial do BDSM, e que a mesma se encontrava a procura de um sugar daddy.

_ então o que raios está acontecendo aqui?

Levantei minha mão como que para pedir permissão para falar, o nervosismo era tamanho de modo que com todas as perguntas que haviam em minha cabeça, a mais imprevisível e desnecessária para o momento foi proferida.

- o que é BDSM?

_ Jesus!

O garoto de olhos intensos falou passando as mãos com força sobre o rosto, frustrado era a emoção que lhe definia.

- Seja o que for isso minha madrasta mentiu. Eu sequer já...ham...beijei alguém...Meu pai foi embora e nos abandonou, me vender foi o último golpe de misericórdia que me deram.

_ o que vou fazer com você? Uma virgem! Só pode ser brincadeira.

- Eu posso trabalhar para você afim de pagar minha dívida, só...por favor não me faça mal.

_ tá louca? Eu jamais tocaria em você sem que quisesse, não sou molestador.

Ele jogou as mãos firmemente ao lado do corpo expressando toda sua indignação.

— ham... O que faremos agora senhor?

_ primeiro de tudo vamos alimentar a garota, consigo ouvir os roncos do seu estômago do outro lado do saguão, amanhã vou ver uma função que lhe adeque.

Me encolhi com a vergonha mas espantei a timidez, afinal, tudo que eu mais queria era uma refeição e um banho.

Exatamente nessa ordem que aconteceu, em duas horas eu já estava deitada em um macio colchão, ao lado, em outra cama estava o homem que agora sabia se chamar Minael.

Mudamos de quarto para que assim não precisassemos dormir juntos, e a partir dessa ação me encontrei acreditando que ele não podia ser tão ruim quanto imaginei. Não me tocará, sequer me tratou mal, pelo contrário.

Mesmo assim minha consciência temerosa se recusava dormir com medo de quê na madrugada, minha inocência fosse arrancada de mim. Fiquei tentando lembrar bons momentos e me manter acordada, todavia, logo minha consciência se rendeu quando notou que não havia nenhuma felicidade a ser relembrada.

Não havia amigos, nem amor, abraços, carinho, não havia nada além de uma enraizada dor...Mas quem sabe a vida não me permite recomeçar?









  

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⏰ Última atualização: Aug 08, 2019 ⏰

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