Abstinência do que nunca provou

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Uma necessidade me preenche e eu não entendo o porquê. Meu interior clama por algo que eu não sei o que é. Uma leve angústia acompanhada de insatisfação, frustração.
Minha mente se afoga quando eu te olho tão perto de mim. Não compreendo o meu corpo.

Minha mão inquietante divaga tateando coisas banais na tentativa de um alívio. Os dedos ágeis batucam na mesa, acariciam grosseiramente os dedos da outra mão. Eu quero um contato. Você não parece perceber e eu não quero dar a entender.

Seu olhar a frente, alheio. Minha mente em um tic tac incessante. Tenho pouco tempo. Tenho pouco tempo.

Você me olha, meu coração dispara, eu sorrio e mudo a direção do olhar. Não posso correr o risco de deixar meus olhos falarem por mim.

Tic tac
Tic tac

Seria idiotice eu querer tanto um toque teu? Um contato banal qualquer?

Minha mão se levanta indo na tua direção. Você não vê, teu olhar muda para a direção oposta, teu corpo se move para longe de mim. O tempo acabou. Minha mão fica suspensa no ar sentido apenas o vazio e a saudade daquilo que nunca tocou.

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