Um pouco de paz? Lógico que não

577 42 1
                                    

Saya estava tentando se acalmar de mais uma crise de desespero, ela nunca admitiria isso em voz alta mas tinha medo, muito medo daquela mulher, o motivo de todo esse medo não foi a tortura física que passou, foi a psicológica. Se hoje ela era tão fácil de se destruir é por culpa dessa mulher.

Escuta passos no corredor, a albina tenta enxugar as lágrimas teimosas que insistiam em cair, outra coisa que nunca admitiria em voz alta é que estava triste, pelo menos não para estranhos, mas seus irmãos sempre sabiam ler seus gestos e saber o que ocorriam

- Saya-chan – A voz que ecoou pelo quarto após a leve batida foi a de Laito, Saya sabia que querendo ou não ele sentia o que estava acontecendo em seu psicológico completamente bagunçado – Posso entrar?

- Sim – Sua voz saiu fraca e um pouco rouca, quando a porta se abriu ela apenas ficou de costas para a mesma, com a intenção de impedir Laito de ver suas lágrimas e seus olhos inchados e  que provavelmente estavam sem qualquer tipo de brilho – O que faz aqui?

- Senti uma sensação estranha em relação a você, então vim ver o que era – Diz caminhando em direção a cama – Sei que não está bem com a notícia que acabou de receber, eu sinto isso, assim como a sensação de te conhecer a anos

Essas palavras pareciam não vir da boca de Laito, palavras doces sem um pingo de perversão, quem olhasse a cena não acreditaria no que escutava. Saya tem mesmo o dom de mudar as pessoas sem nenhum dos lados perceber

- Eu estou bem – Aquelas palavras saiam no automático, sempre dizia que estava bem, mas a verdade mesmo é que só queria alguém para abraçar e chorar como uma verdadeira criança, algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto algo que não passou despercebido por Laito

- Então me diga, por que chora? – Essa pergunta assustou a albina que apenas olhou para o vampiro vendo seu rosto sério de preocupação – Seus olhos não brilham mais como o de costume, aquele brilho que encanta a todos.

- Não precisa se preocupar, já estou acostumada com tudo isso – Saya diz virando o rosto novamente

- Me permita te ajudar desta vez – Laito diz soltando o cabelo de Saya – Sei que tem medo mesmo não nos conhecendo a tanto tempo assim, com nossas personalidades atuais, você não imagina o brilho que trouxe para todos

Saya não aguentou ouvir aquelas palavras e abraçou o acastanhado chorando como uma criança, ela não era acostumada a chorar longe de sua família, um hábito que adquiriu de seu pai, agora ela sabia que teria outros pontos seguros para poder desabafar

Ela passou minutos chorando enquanto Laito apenas fazia carinho em sua cabeça ou costas para que se acalmasse, quando a mesma se acalmou deu um pequeno sorriso em direção ao vampiro.

- Adorei o seu vestido – Laito diz vendo Saya sorrir um pouco mais, pois ela tinha feito esse vestido a mão – Vai lá tomar um banho que eu trago seu café aqui

- Obrigada – Saya se levanta, vai no seu guarda-roupa e pega uma troca simples, vai até o banheiro e liga o chuveiro, já que não estava a fim de tomar banho de banheira.

De banho tomado Saya coloca uma camiseta curta branca escrito Girl, um shorts jeans, seu inseparável colar e um tênis. Um look um tanto quanto infantil e que nada condiz com sua personalidade normal mas ela não ligava nem um pouco pra isso

Ao sair do banheiro viu em cima de sua cama uma bandeja com uma xícara de achocolatado, um pote com vários pães de queijo e um pedaço de bolo, ao lado de tudo tinha 6 rosas, uma vermelha, uma branca, uma azul, uma roxa, uma negra e uma dourada, Saya sorriu pois amava rosas coloridas. Após colocar as rosas em um vaso fez o favor de comer, pois estava faminta.

Depois de tudo ela desceu com a bandeja e lavou a louça e foi para o jardim onde Kira estava deitado na sombra de uma macieira

- O que faz aqui Kira, não lhe disse que aqui é perigoso para você? – Saya diz se sentando ao seu lado vendo o cachorro levantar e se deitar sobre suas pernas

Seus pais estão preocupados com seu estado emocional – Kira diz por telepatia afinal era seu único jeito de comunicação no momento – Não só eles Gabi e seus irmãos também, você princesa é o nosso bem mais precioso, nosso motivo de continuar sorrindo então por isso seja forte, não apenas por você mas por todos aqueles em quem tu confias

- Eu sei Kira, eu só tenho medo das pessoas se machucarem por minha culpa, tenho medo de nunca conseguir ser uma rainha boa o suficiente como minha mãe – Diz a albina fazendo carinho no cachorro

Você terá que acreditar em seus poderes demoníacos, terá que mostrar a todos que você sabe se controlar – Mais uma vez, aquelas palavras ficariam presas na mente de Saya – Você terá que contar com a ajuda da serpente, mesmo não gostando ela ainda é você

- Acho que é mal de gêmeo pois o Raiden não aceita que é o Orgulho – Saya diz rindo – Falando em Raiden eu preciso de novas tatuagens

Como assim Saya? Seu corpo já tem demais – O cachorro diz irritado fazendo Saya rir mais ainda

- A Hana precisa fazer sua marca em mim e quero tatuar nas costas o símbolo da família Sakamaki – Diz ela sonhadora vendo o cachorro tomar um susto

Tu és louca? Tatuar o símbolo de uma família que nem sua é? -O cachorro em uma lição de moral vendi Saya rir mais uma vez

- Não agora né seu idiota, quando tudo voltar ao normal e essa promessa de cumprir de verdade – Diz tocando em seu colar sorrindo da lembrança

Entendi, preciso ir, estão me chamando com certa urgência – O cachorro diz sumindo em fogo, Saya sentia uma sensação ruim no peito, algo estava muito errado.

Saya entra na mansão com essa estranha sensação no peito, na sala todos os Sakamakis estavam reunidos sem qualquer motivo, cada um fazia o que lhes agradava, até a porta da mansão ser aberta com grande violência por Raiden que parecia completamente desesperado

- Saya, a mansão pegou fogo e o Yami e o Toya estão lá dentro e não conseguem sair – Saya se assusta e sem perceber assume a forma demoníaca

- Eu estou indo lá – Saya diz saindo voando em uma alta velocidade, teria começado o seu inferno pessoal.

Seus irmãos assim como ela são demônios, com isso fogo não os machucaria na teoria, mas ela viu as queimaduras nos braços de Raiden, isso significava que tinha Fogo Divino envolvido.

Fogo Divino ou como alguns demônios chamam, almas de anjos, o único fogo capaz de matar demônios. E os únicos capazes de controlar tal fogo são os pecados ou ex-pecados que aceitavam suas condições e seus títulos.

Saya estava furiosa, poderiam fazer qualquer coisa com ela, mas jamais deveriam tocar em seus irmãos, seus bens mais preciosos, aqueles em que ela daria sua vida sem problemas só para vê-los sorrir.

Ela chegou em sua mansão, seus outros irmãos estavam desesperados do lado de fora, Saya quando chegou pousou.

- Eu irei entrar, quero que fiquem aqui para quando eu sair vocês curarem eles – Saya apenas diz isso e entra na mansão com um dos pares de asas a protegendo do fogo, queimava, queimava muito mas ela iria salvar seus irmãos nem que pra isso ela morresse lá dentro

She's DifferentOnde histórias criam vida. Descubra agora