Capítulo 4 - A Escalada da Redenção

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Capítulo 4

A Escalada da Redenção


— Adora! Adora! Eu te amo! — gritou a Felina, despertando assustada.

Uma dor muito forte em seu abdome a impediu de se levantar. Ela olhou em volta e notou que estava em uma espécie de cama de palha coberta por uma pele de algum animal que ela não reconheceu, mas era muito confortável. Felina reparou que estava em dentro do que parecia ser uma cabana. As paredes eram de madeira, feitas com troncos na horizontal, um em cima do outro. O teto do lugar era de madeira também, mas apenas em sua armação, pois ele era coberto por palha. Ainda no teto, bem no meio da cabana, tinha um lustre de ferro pintado de preto, que havia várias velas acessas, o que não adiantava muito para iluminar o lugar, pois já era noite, como constatou a Felina, ao reparar na pequena janela de madeira logo atrás de sua cama. A Felina notou que estava em uma parte alta da cabana. Ela tentou se levantar, quase gritando de dor, só agora reparando que estava com faixas em volta de seu abdome. O piso do lugar era de madeira, composto por planchas largas. Ao conseguir se levantar, a Felina voltou a reparar no lugar em que estava, pois ela queria saber o que tinha acontecido e se aquele lugar era seguro. Ela reparou na estante ao lado da cama. A estante estava cheia de frascos e outras coisas que ela não reconheceu ou achou utilidade. Ainda ao lado da estante, tinha uma bacia de ferro, que estava com um pouco de água. Felina sentiu um cheiro bom de comida, o que deu forças para ela caminhar vagarosamente até o final da parte elevada. Ao chegar no final, Felina ficou surpresa ao ver o resto da cabana, que no lado direito onde ela estava tinha uma escada de madeira, que era um pouco estreita. Na parte baixa, haviam várias janelas menores, que estavam abertas, deixando um pouco da luz lunar entrar. Felina reparou que o lugar era aconchegante, pois haviam peles de animais por vários lugares no chão e logo na sua frente, na parede em paralelo, tinha uma lareira, que estava acessa com a madeira estalando. A lareira era feita por rochas e logo na frente tinha várias peles por cima de uma pilha de palha. Nas paredes também haviam várias estantes com vários utensílios culinários, roupas e ferramentas. Ao continuar a reparar em tudo, Felina finalmente encontrou o que queria, caso o lugar não fosse seguro. Era a porta da cabana, que ficava no meio da parede da esquerda. A porta era baixa e de madeira. Ao descer as escadas com dificuldade, Felina ficou surpresa ao ver que o local onde ela estava, ficava em cima do que parecia ser a cozinha da cabana, que estava muito mais iluminada que o resto, mesmo só tendo uma janela pequena no meio da parede em paralelo a lareira. O chão da cozinha não tinha peles de animais e no meio dela, tinha uma mesa com o topo redondo, que era feito em madeira com pranchas estreitas. Em volta da mesa tinha três cadeiras de madeira, que a Felina pensou em correr até uma delas, por causa de seu ferimento, mas se conteve para continuar sua exploração com os olhos. Ela viu o balcão em L da cozinha, que tinha um fogão a lenha, que era preto e estava com algumas panelas sobre ele. Nas paredes da cozinha também haviam várias estantes menores, logo acima dos balcões. As estantes estavam cheias de frascos com temperos e comida. A Felina estava com muita fome, o que a fez notar um suculento pão caseiro sobre o balcão, mas ela não avançou por causa da pessoa que estava cozinhando.

— Pensei que não acordaria — disse uma mulher, que experimentava um pouco da comida que estava sendo preparada.

A Felina fitou bem a mulher, que tinhas mais de 60 anos, algo notável por suas marcas de idade. A mulher era de baixa estatura e parecia fora de forma. Os cabelos dela eram compridos, mas estavam amarrados em forma de um coque grisalho. Os olhos dela eram azuis e passavam uma sensação de paz, algo que a Felina notou e a fez pensar que talvez aquela mulher não fosse uma ameaça. As roupas da mulher eram um vestido verde-escuro comprido, que tinha um grande bolso bege na frente, mas suas roupas estavam quase todas cobertas por uma pele de um animal, que fez a Felina pensar em como aquela senhora poderia ter matado um animal selvagem para poder usar sua pele. A Felina notou até nos sapatos da mulher, que eram botas de couro preto, que possuíam os canos altos, talvez para evitar bichos ou cobras, pensou ela.

Lágrimas Sobre EtériaOnde histórias criam vida. Descubra agora