Os Obeliscos

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Como se já não bastassem os dinossauros andando por aí e a minha falta da necessidade de sono, tem mais coisa estranha acontecendo.
Dois dias atrás comecei a reparar que, de períodos em períodos, pousam umas espécies de prismas de metal nos arredores. Eles aterrissam em um lugar e ficar por ali... Sei lá, umas cinco horas eu acho, depois desaparecem.
Talvez eu esteja sonhando. Algo aqui fez sentido desde que acordei? Se é que de fato eu acordei, né? Acho que explicaria o por quê de eu não ter memórias, mas saber das coisas, ou o por quê de eu não precisar dormir. É um sonho, não preciso de nada disso, só preciso me manter vivo até eu acordar. Eu sou um gênio.
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De novo pousou um prisma nos arredores, eu o vi descendo. Peguei uma lança improvisada com madeira e pedra e subi o morro, rumo ao prisma. Dylan e Dalila estavam comigo.
Quem é Dalila?
Minha dilofossaurA. Domei ela hoje cedo. Nem tem muito o que contar sobre isso. Porrada, dino desmaiado, carne e PUF ela estava comigo.
Caminhei em silêncio e sem pressa, não queria chamar atenção de ninguém, claro. Quando cheguei no topo, o prisma estava na ponta do outro lado. O campo do era aberto, sem muitas árvores ou pedras, só alguns parassauros pastando. Corri até o prisma.
Ele brilhava na cor verde. Quando me aproximei senti um vento quente vindo dele, tinha umas quatro estruturas flutuando ao se redor, estavam girando, mas não muito rápido e nem muito devagar.
Olhando de perto, o prisma é muito parecido com meu implante no pulso, só que com uns dois metros de altura. Quando notei a semelhança eu olhei para o mesmo, sentia ele um pouco quente na minha pele, e agora brilhava na mesma cor do prisma.
Fiquei sem entender o que estava acontecendo, até que uma luz saiu do prisma e apontou diretamente para meu implante. Não fiz nada, mas parecia que o prisma tentava reconhecer meu implante. Meu coração acelerou, mas nada aconteceu, simplesmente esse "scanner" se apagou e meu implante parou de brilhar em verde, agora já tinha voltado ao normal, mas o prisma continuava ali.
Fiquei meio decepcionado, mas não tinha muito que fazer àquela altura do campeonato, só me restava voltar pra casa e procurar algo novo pra fazer.
Antes de voltar, dei uma rápida olhada no horizonte. Vi outras regiões montanhosas, muita vegetação e alguns outros dinossauros, mas o que chamou minha atenção foram três obeliscos gigantescos. Dava pra saber que eram de fato gigantescos porque estavam longe pra caralho um do outro e de mim, deviam ter tipo 60 andares cada um. Tinham um design bem tecnológico, bem semelhantes ao prisma ao meu lado e ao meu implante no pulso. Cada um tinha detalhes que brilhavam em cores diferentes, um era azul, outro verde e outro vermelho, e cada um emitia um raio de energia em direção ao céu, os raios também brilhavam com suas respectivas cores.
Caralho.
OK, descartando a ideia de que isso é um sonho. Isso é... Organizado demais pra ser um sonho. Toda essa "tecnologia" é esquisita... Alienígenas? Talvez, seria uma teoria coerente [eu acho]. Fui abduzido? Talvez também. Fui jogado no meio de uma simulação experimental? Talvez de novo.
O que? Acha que isso é loucura? Tem dinossauros andando pra lá e pra cá e uma tecnologia muito louca que domina esse lugar, quer mais loucura do que isso?
Enquanto pensava nisso tudo, fui surpreendido com garras machucando minha pele, algum bicho estava tentando me devorar [ou só me matar, não sei o que dinossauros pensam]. Era um Raptor, meio esverdeado.
Dylan e Dalila atiraram veneno na cara dele pra tentar me salvar, mas só atraíram a atenção do predador para eles. Os três começaram a lutar, mas era uma disputa ridícula, o raptor ia matar meus dois dinos. Raptors são maiores do que imaginei, e vê-lo contra dois pequenos dilofossauros me deixou preocupado. Os dois estavam sendo massacrados. ELES VÃO MORRER, FAZ ALGUMA COISA, DESGRAÇA!!!
Impunhei minha lança e atirei contra nosso inimigo, logo depois ela se quebrou sozinha [merda de material vagabundo], acho que machucou, mas não foi o suficiente, e se eu partisse pra porrada como de costume, seria bem capaz de ele arrancar minha mão, um risco que não valia a pena correr diante de todo o contexto. Só me bastava confiar nos meus dinos.
Não demorou muito e Dylan ficou com a pata quebrada. Que merda, Dalila não ia durar cinco segundos sozinha. Tive que pensar rápido. Peguei uns pedaços de pau e fibra de plantas, improvisei um estilingue pra atirar pedras no raptor. Funcionou. Três tiros e ele demonstrou estar debilitado ou contundido. Eis então que Dalila deu a dentada final, e o raptor caiu morto.
A coitada também estava toda machucada, e Dylan nem saiu do lugar, soltava ruídos como se estivesse com dor [o que era óbvio] e pedindo ajuda. Óbvio que não fiquei parado. Arranquei o couro do raptor morto e, junto de mais fibra, enfaixei a perna dele, depois improvisei umas ataduras pra Dalila. Depois disso, calmaria.
Que merda.
Estava ficando com fome. Definitivamente era hora de ir embora. Ia pegar Dylan no colo e carregá-lo, mas decidi comer umas frutinhas pra forrar o estômago antes de sair. Peguei umas dez, eram pretas. Jabuticabas? Talvez. Comi todas, e eram azedas.
Caminhei na direção de Dylan, mas me sentia zonzo, corpo mole. Sono? Agora? Sério? Do nada comecei a cambalear, senti que tropecei no meu próprio pé.
Chão.

ARK: Sobrevivente 374Onde histórias criam vida. Descubra agora