Capítulo 2- Coréia do Sul 🇰🇷

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S/N pov's

A viagem foi bem tranquila, teve só um pouquinho de turbulência. Saí do avião e fui pegar minhas malas, caminhando em direção à saída logo depois. Assim que passei pela porta, entrando na plataforma de desembarque, me deparei com uma multidão de pessoas.

Várias delas seguravam plaquinhas com nomes escritos. E agora? Como vou saber quem é a pessoa que veio me buscar? Depois de alguns segundos reparo numa mulher de cabelos castanho-escuros e olhos da mesma cor, um pouco mais alta que eu.

Nas mãos, uma placa com meu nome escrito. Meio insegura, caminhei em sua direção, vendo um sorriso gentil se abrir em seu rosto. Automaticamente devolvi o sorriso, já me sentindo um pouco melhor.

- Annyeonghasayo. - me curvo, repetindo seu gesto. - Seja bem vinda a Coréia do Sul. Você deve ser a S/N não?

- Kamsamnida. Isso mesmo.-confirmo, aliviada por meu coreano estar saindo melhor que o esperado.

- Meu nome é Jeon Sun-ni. Você vai ficar na minha casa durante esse ano todo. - ela sorri amigável, me deixando mais a vontade.

- É um prazer conhecê-la, Senhora Jeon. - cumprimento, enquanto andamos pra fora do aeroporto. - Obrigada por me buscar. Foi muito gentil da sua parte.

- Imagine querida. Meu marido ia vir também, mas ele está sempre tão ocupado na empresa que acabou não dando tempo. Mas vocês vão se conhecer a noite. - ela começa a andar em direção ao estacionamento e eu apenas a sigo automaticamente.

- Eu posso imaginar. Meu pai trabalha muito lá no Brasil também, quase não tem tempo pra nada. - rio, lembrando da minha mãe implicando com isso. - Minha mãe diz que provavelmente ficaria louca sozinha na nossa casa se eu não tivesse nascido.

- Ah eu entendo, acho a mesma coisa. Melhorou depois que tive meus filhos. Eles me faziam companhia. - Senhora Jeon me ajuda a colocar as malas no porta malas, depois entramos no carro. Ela dá partida.

- A Senhora tem filhos? - pergunto, me arrependendo no mesmo segundo. Eu ia morar na casa dela e ainda fico fazendo perguntas idiotas.-Desculpe se pareci indelicada.

- De maneira nenhuma querida. Sinta-se a vontade pra perguntar o que quiser. E pode me chamar de Sun-ni, Senhora Jeon é a minha sogra. - eu rio, acompanhando sua risada. - Mas respondendo sua pergunta, tenho sim. Dois meninos. Mas eles não moram mais comigo, já foram cada um cuidar das suas vidas.

- Entendi. Eles foram estudar fora ou algo assim? - torno a perguntar. Ela entra numa rua cheia de árvores de cerejeira.

- O mais velho é formado em medicina e está trabalhando no Japão. O mais novo saiu de casa pra trabalhar com música, que é o grande sonho dele.-percebo o orgulho que tinha dos filhos nas suas palavras.- Agora não tenho mais a companhia deles em casa.

- Então a Senh...desculpe,você fica sozinha? - ela confirma, parando em frente a uma casa linda.

- Só não me sinto solitária porque trabalho o dia todo, assim como meu marido. Aos fins de semana é quando mais notamos a ausência de nossos filhos. - a mais velha para o carro pra abrir o portão.

- Uau. Sua casa é linda, Senhora Jeon, digo, Sun-ni. - ela sorri com o elogio. - Desculpe, vai levar um tempo até eu acostumar a te chamar pelo nome.

- Não se preocupe com isso. Agradeço o elogio, mas agora também é sua casa a partir de hoje.- eu sorrio, feliz com sua resposta.

Ela estaciona o carro na garagem e me ajuda a tirar as malas do porta-malas. Passamos por um caminho de pedras até a porta cada uma arrastando uma mala por insistência da mais velha, já que eu disse que não precisava. Ela abre a porta, que dava direto para a sala. Era a sala mais aconchegante que eu já tinha visto.

- Pode deixar seus sapatos perto da porta. - retirou os próprios sapatos, a imito fazendo o mesmo. - Vamos, vou te mostrar seu quarto e depois vamos fazer um tour pela casa.

- Tudo bem. - respondo, a seguindo.
Subimos as escadas e damos para um corredor bem longo. Do lado direito tinham três portas, que a mais velha logo explicou se tratarem dos quartos dos filhos e de um banheiro.

Do lado esquerdo, por onde seguimos, haviam mais três portas. Uma era o quarto dela e do marido, que ficava bem no final do corredor e as outras, uma de cada lado do quarto dela eram de hóspedes.

Ela abriu a porta a minha direita e deu espaço para que eu entrasse. Era um quarto bem bonito, simples mas elegante e eu dei graças a Deus quando percebi que era suite.

- Pode decorar se quiser. Só peço sempre pra não colocar nada nas paredes porque todo ano recebo pessoas aqui. - explica.

- Ah não se preocupe. Eu gosto de quadros mas não costumo usar pra decoração, mesmo na minha casa. - rio, vendo-a repetir meu gesto. - Minha mãe não gosta que a gente fure as paredes e nós temos muitas fotos pra enfeitar o ambiente, então não achamos necessário.

- Acho que eu e sua mãe nos daríamos muito bem sabia? - ela ri.- Aqui nós também fazemos isso.

- Acho que iriam sim. - rio, concordando.

Depois de ver o resto da casa, Sun-ni me avisa que diferente da maioria das Host Familys ela sempre fala pra todo mundo que vem ficar na casa dela que as refeições são por conta dela e que a pessoa pode comer na mesa com ela e o marido,porque quer que a pessoa sinta como se estivesse em casa.

Ela ainda me deu a liberdade de usar todos os cômodos da casa sempre que tiver vontade(cozinha, lavanderia e sala principalmente). Já falei que amo essa mulher?

- Agora querida, vá descansar, tome um banho. Quando o almoço estiver pronto eu venho te chamar. - sorrio, agradecida.

- Obrigada Senhora Jeon. - ela me dá um último sorriso ao sair, fechando a porta atrás de si.

Antes de qualquer coisa, resolvo ligar pros meus pais. Eu prometi que ligaria todos os dias. Minha mãe atende no primeiro toque.

- Alô?
- Oi mãe, é a S/N.
- Oi minha filha. E aí? Como foi de viagem?
- Foi tudo bem, pegamos um pouquinho de turbulência, mas o resto do voo foi bem tranquilo.Acabei de chegar na casa dos Jeon's. A Senhora Jeon é um amor, acredito que vamos nos dar muito bem.
- Ai que bom filha, fico feliz e aliviada em ouvir isso.
- Eu falei de você pra ela. Ela disse que vocês duas se dariam bem. Eu concordei.
- É mesmo? Eu gostaria de conhecê-la em algum momento. E o marido dela não está aí? Eles tem filhos?
- O marido dela trabalha numa empresa. Ele ia me buscar junto com ela, mas tava muito ocupado e acabou não dando tempo. Eles têm dois filhos, dois meninos. Só que eles não moram mais aqui.
- Ah, sim. Bom, fica bem tá? Eu e seu pai te amamos muito e estamos com saudades. Seu pai mandou um beijo.
- Também amo muito vocês. Manda outro pra ele. Tenho que desfazer as malas.
- Vai lá filha. Fica com Deus.
- Amém mãe, você também. Te amo, tchau!
- Também te amo.



Mais um capítulo saindo. Espero que tenham gostado, até o próximo.
Beijinhos 💖

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