Iago Vilella
Observo a Marrentinha, que está quase batendo o queixo no chão ao ouvir minha proposta, e sorrio.
Enquanto seu cérebro não absorve o que ela acabou de aceitar, deixo minha mente vaguear pela inspeção que fiz mais cedo. A garota é bem apresentável, deve ter no máximo 1,65m de altura, curvas no lugar certo, uma bunda bem redondinha, olhos castanhos expressivos e cabelos ondulados quase negros. Gata e gostosa. Embora não faça meu tipo, gosto de loiras.
"Então por que veio atrás dela?", minha consciência é um bicho metido.
Porque a garota parece ter a personalidade como a minha: livre.
Apesar de que, faz algum tempo que não sei o que é ter liberdade... Enfim, voltando ao assunto, eu gosto do jeito dela e quero tê-la enquanto ficar por aqui.
"Só esclarecendo: tê-la por perto, me ajudando com a organização, não na minha cama. Jamais. Em hipótese alguma. Porque, como eu disse, ela não faz meu tipo", reitero em pensamento.
Sobre a informação que tenho da sua demissão, foi mais sorte que empenho. Durante a tentativa inútil de se livrar do meu segurança ontem, a Marrentinha deixou cair seu crachá. Liguei no número que tem atrás e me falaram que ela não trabalha mais no local.
Liguei um mais um e... ponto para mim!
O segundo passo foi descobrir em qual apartamento ela morava, para isso bati na primeira porta que encontrei e perguntei por Natália. Touché! Não foi difícil. Entrar no prédio então foi a parte mais tranquila. Não tem nem porteiro no lugar, meu único trabalho foi esperar algum morador abrir o portão, sorrir para o salvador do meu dia e fim.
Durante a noite fiquei ponderando se tomava essa atitude repentina ou se deixava para lá. Em algum momento entre imaginar a voz da minha agente me repreendendo e a da minha mãe me alertando, resolvi ceder ao apelo insistente da minha parte impulsiva e vir atrás da desconhecida cheia de marra.
— Dez mil... — cochicha para si mesma, me obrigando a voltar para o presente.
Ela começa a andar pela sala, suas mãos inquietas ora mexem nos cabelos ora se esfregam uma na outra.
— Bom, eu preciso do dinheiro e será por apenas trinta dias, certo? — Para e me encara, ela parece bem maluca. — Certo? — insiste.
— Sim — murmuro.
— Só tem um problema, eu faço faculdade no período da manhã e dois dias da semana tenho estágio obrigatório, além dos trabalhos que preciso concluir na biblioteca...
O robe que ela está usando é curto, num tom verde vibrante, e mesmo com o tecido tentando esconder, minha memória não me deixa esquecer que ela está sem sut...
— Você está me ouvindo?
— Claro! Sobre os horários, sem problemas, vou precisar que me acompanhe nos eventos que são geralmente à noite e a maioria é no final de semana — respondo rápido para não perder a lógica.
Seu rosto se ilumina.
— Então tô dentro! Começo quando?
— Hoje. Passo para te pegar às dezenove horas, esteja pronta.
Levanto com calma e caminho para a saída. Algo me diz que esse arranjo será muito divertido.
***
Natália Bonfim
Beleza, Natália, você consegue. Na verdade, você tem que conseguir porque precisa do dinheiro e está desempregada. Foco no principal e esquece os detalhes.
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Doce Tentação (Degustação)
Chick-LitLANÇADO NA AMAZON - VALOR: R$ 5,99 Duas pessoas diferentes. Um encontro do acaso. Uma paixão avassaladora. Às vezes o universo conspira a nosso favor, em outras ele simplesmente... acontece. Qual será o próximo passo depois do reconhecimento? Liv...