II - Discórdia

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Faz uma semana que meus pais não trocam palavras.Passei a semana completamente entediada pois não ousei a subir em cima de casa pra saber do fumante misterioso do telhado.Não tenho grupo algum no whatsapp além dos poucos contatos.Minhas duas amigas não moram perto e eu não gosto muito de sair de casa.

Eu estava quase pirando.

Depois de um banho qualquer eu secava os cabelos com a minha toalha da barbie e escutava Two Lanes. Quase fui parar no chão quando minha mãe abriu a porta.

-Não precisa se apavorar Laura.Eu só preciso conversar.

Nos sentamos na cama box e logo desliguei a música.Minha mãe finalmente começou a dizer.

-Sei que não é novidade alguma, mas vamos nos separar.

-É..não é novidade.-Sorri.-Não se preocupe.Ja sou velha pra dramas.

-Que bom que entende.-Ela diz apoiando sua mão na minha coxa.-Daqui uns minutos te trago um lanche.

Assenti dando play na música.

Ela deu meio volta e saiu fechando a porta atras de si.

Eu mal sabia oque pensar, estava totalmente confusa.Dei várias voltas pelo quarto pensando oque aconteceria agora.

Alguns minutos passaram e minha mãe realmente voltou com o lanche e me pediu para separar minha coisas em caixas pois dali alguns dias eu iria embora com ela.

Eu assenti.Não seria uma partida dolorosa, pois nada me prende nesse lugar.

Eu terminei o lanche e tentei adormecer.

Me remexi diversas vezes na cama mas o sono não vinha.Ja passava das três da madrugada.

Entrou um cheiro de cigarro pela janela da suíte e eu senti uma vontade absurda de fumar cigarro.Eu tinha mais que certeza que seria Louis.

Eu mal pensei duas vezes e quando me vi eu ja estava me sengurando na borda do telhado enquanto me sentava silenciosamente.

-Eu sabia que viria.-Louis protestou.

-E eu sabia que voltaria.-Respondi.

Louis reparou que meus olhos não parava de fitar a droga do cigarro e eu inalava o máximo de fumaça que passava por mim com prazer.

-Vai pedir um, ou vai ficar na vontade?-Ele perguntou.

-Tanto faz.

Louis retirou um maço do bolso e me entregou com um esqueiro.Era cigarros de menta.

Acendi um sem questionar e me deitei sobres as telhas enquanto tragava.Ele provavelmente comprou na intenção de me entregar.

-Como vai as coisas?-Louis cortou o silêncio.

-Confusas.

- Divórcio e discórdias.Quase todo adolescente ja passou por isso.Não se preocupe.

As palavras dele adentrou minha consciência e me acalmou. Eu ja me sentia um pouco melhor.Mas sabia que tinha que ter uma conversa com meu pai.

Passamos a noite conversando sobre algumas coisas.Quando esfriou ele me entregou o moletom cinza que estava usando, com certeza passou frio pra me agradecer.

Só depois de algumas horas as luzes das casas vizinha começaram a acender, e do lado norte saia o sol.Eu sabia que era hora de voltar.

Me despedi e voltei para o quarto me esquecendo completamente do moletom.

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