Capítulo 14: chuva

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Arthur narrando

Era como se estivéssemos congelando dentro de uma geladeira, São Paulo estava muito frio quando chegamos, tinha trago um cobertor então a gente simplesmente senta em uma cadeira com uma mochila cheia de roupas mau dobradas e uma mala quase vazia. Pego uma coberta que possuía dentro da mala, era uma das únicas coisas que tinha para nos esquentar naquela manhã, cubro Sophia já que a coberta mal cobria apenas ela, quanto mais nós dois então fico tremendo do seu lado abraçado para tentar me esquentar. 

"A plataforma para embarque no metrô abre em cinco minutos"  

Aquela voz ecoava em toda a rodoviária me dando um leve susto por estar tentando ao menos cochilar pois à noite passada tinha sido muito longa para ambos. Passo a mão em seus cabelos e o retiro do seu rosto onde cobria a maior parte daquele "sono angelical", ela acorda com um leve murmuro de quem estava sonhando plenamente mesmo com aquele caos todo em seu coração. 

Levantei, peguei a sua mochila e coloquei sobre meus ombros, pegando também a mala logo depois e a puxo com a mão direita para que levante. Resmungando pega seu prendedor de cabelo e prende em um coque bem alto, com cara de sono, pego em sua mão e caminhamos assim até o metrô que não ficava muito longe da onde estávamos.  

Finalmente chegamos, depois do metrô, pegamos um ônibus e assim já na casa de meus pais, foi o único lugar que eu pensei que haveria sossego, ela chorava muito e a única coisa que queria fazer era dormir, então logo arrumo um colchão inflável para a mesma e deito em seu lado, velando seu sono.

*Telefone tocando*

Minha mãe entra no quarto e pede para que eu atendesse, era o pai dela desesperado parar que a filha voltasse para casa, estava tão apavorado que apenas senti vontade de gritar mas como sempre não me senti forte suficiente para dizer tudo que estava passando na minha cabeça naquele momento. 

- Quero que você traga ela de volta Arthur, como você a levou. - Diz num tom nervoso e parecia prender o choro. 

-Eu vou, me desculpa. - Foram as únicas coisas que eu consegui falar no momento. 

Sophia só chorava enquanto ouvia altas bronca de seu pai pelo telefone, eu odiava vê-la chorar, ela não merecia isso, só queria ver seu sorriso...Não queria deixar-lá ir. Sem nem olhar em meus olhos ela diz: 

-Olha, eu preciso voltar para resolver as coisas... - Diz ela secando as lágrimas com seu agasalho e soluçando, parecendo que iria perder o oxigênio a qualquer momento. 

- É mas a gente decidiu isso juntos, não quero que fique passando por isso, você não merece... - Seguro meu choro, não queria demonstrar fraqueza, não era meu tipo. 

-  Olha, talvez seja melhor deixar ela ir, é o certo à ser feito. - Diz minha mãe extremamente preocupada tentando melhorar a situação. - Vocês dormem, comem algo e vão. Só não pode ela ficar dessa maneira e você nervoso assim Arthur... 

- Certo... - Não consigo olhar na cara dela, eu ia chorar.

Pego então a mala, coloco tudo do pouco que tínhamos trazido novamente na mesma, não dava para entender o que passava na minha cabeça depois de tudo que aconteceu comigo. Novamente voltando a rodoviária e mais seis horas dentro do ônibus. 

Rio de Janeiro

Estávamos no rio, chovia muito, pegamos o VLT, sentando assim em um dos bancos azul cor de mar do lado de uma janela, os pingos de água estavam pesados e quase não dava para observar as ruas, apenas luzes dos faróis de carros e da iluminação. 

Chegando na casa dela, foi tudo um desastre, ouvimos coisas que talvez não merecíamos ter ouvido e acabei sendo expulso da casa de Sophia, todos tinha deixado a mesma sozinha na cozinha chorando enquanto estava lá para abraça-lá não sabia o que fazer já que tinha que ir embora para minha cidade, o abraço enquanto o seu pai ficava perto da porta nos observando com raiva. Então dou um último abraço na mesma e um leve beijo. Seu pai fecha a porta enquanto me perco numa barreira entre nós. Eu já não tinha mais o meu amor...Ele tinha ficado totalmente com ela naquela noite, estava sem sentimentos algum, só tristeza me consumia naquele momento. 

Ele não fala nenhuma palavra, apenas pede para que me retire, estava chovendo muito e precisava ir embora, fico parado em frente ao gramado de sua casa por um bom tempo até o táxi chegar, a chuva molhava meu rosto junto as minhas lágrimas...

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