Amor.

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Era outono quando eu vi o amor. Eu estava no parapeito da minha janela, escrevendo algumas músicas, e então algo bonito me fez perder a concentração. Esse "algo" tinha nome, sobrenome e dois olhos verdes que mais pra frente, seriam como um lar pra mim.

Eu lembro que depois daqueles curtos vinte segundos em que o vi andando, eu já estava apaixonado. Digo, pode parecer idiota ou clichê, mas foi amor à primeira vista. Pelo menos na minha cabeça oca de dezoito anos havia sido.

Eu consegui o número e o nome dele uma semana depois, com a ajuda de um amigo. O Amor se chamava Harry, tinha dezesseis anos e era novo no bairro. Eu não sei como Niall havia conseguido o telefone dele, mas eu nunca estive tão feliz. Demorei cerca de duas horas para tomar coragem e mandar um "oi :)", e fui respondido dois dias depois, com um "desculpe, quem é?"

Eu estava bebendo água na hora que a notificação chegou, e eu fiquei tão.. nervoso que me engasguei e fiquei por no mínimo dez minutos tossindo. Mas valeu a pena, pois no final daquela noite, eu e Harry já éramos amigos.

A gente ficou se falando por mensagem durante uma semana inteira, todos os dias durante as tardes. Harry ainda estava no colégio, então durante as manhãs eu acabava ficando entediado. Eu deveria arrumar um emprego, qualquer coisa apenas pra me tirar de casa, mas eu não conseguia. Então quando não estava no telefone com o Amor, eu lia, desenhava, escrevia músicas e dormia.

Era inverno quando nos encontramos pela primeira vez. Foi em frente à uma padaria, que eu descobri pouco tempo depois que era justamente onde ele trabalhava nos finais de semana. Quando eu entrei, a primeira coisa que vi foram os olhos verdes, e em seguida o sorriso perfeito, direcionado especialmente para mim. Eu acho que me apaixonei pela segunda vez nesse dia.

Depois de alguns minutos, Harry saiu detrás do balcão e veio até mim. A gente tomou café e apesar de ambos estarem bem tímidos, as conversas fluíram bem. Descobri algumas coisas sobre ele que nunca mais iria esquecer, coisas como o dia do seu aniversário, seu signo, e sua banda favorita (que por acaso do destino, era a mesma que a minha.)

Depois daquele dia, passamos a nos encontrar sempre, em qualquer lugar. Na minha cabeça, eu tinha certeza de que éramos almas gêmeas. Harry e eu gostávamos de comer pizza no domingo a noite, jogar videogame, assistir filmes, ou simplesmente conversar sobre a vida. Falávamos bastante sobre o quanto queríamos sair daquela cidade, ir para Londres. Harry queria fazer faculdade de letras, e um dia ele me disse, deitado de cabeça para baixo no sofá da minha sala, que sua mãe e ele não tinham muito dinheiro, e era por isso que Harry trabalhava desde os treze anos.

Eu sempre pensei muito sobre o quão diferentes éramos. Harry sempre foi esforçado, sorridente, sensível e mesmo assim, nada abalava sua autoconfiança. Já eu, era totalmente o contrário. Ele era como o sol, e eu uma mera partícula invisível no universo.

A gente se beijou pela primeira vez em uma terça-feira. Estávamos a alguns dias sem conversar, por algum motivo, ele estava me ignorando. Mas nesse dia, a campainha tocou perto das onze da noite. E eu sabia que era Harry quando minha mãe gritou meu nome, dizendo que era pra mim. Só Harry vinha me visitar, e sinceramente? Era só dele que eu precisava.

"A gente.. pode conversar?" Foi a primeira coisa que ele disse. Estava frio, então a gente foi pro meu quarto. Eu disse que ele podia continuar, e então ele disse uma frase que obviamente ficou na minha cabeça pra sempre. "Estou te ignorando pois não consigo lidar com o fato de estar apaixonado por você, Louis."

Se eu pudesse, teria essa frase gravada em um cd, que eu tocaria todos os dias antes de dormir, apenas para ter a sensação nostálgica de um dos dias mais felizes da minha vida. Depois que aquilo foi dito, eu agi por impulso, o encostei na parede e acabei com a distância entre nossos lábios, devagar e com um medo fodido de ser negado. Mas isso não aconteceu. A gente se beijou e meu coração batia mais rápido que bateria.

with love, louis. ;; ls. Onde histórias criam vida. Descubra agora