Infinito e Além

Júpiter

O despertador não havia tocado e Maurício já estava desperto encarando o teto branco.  Tudo passava como um turbilhão em sua mente. A conversa com o amigo, o encontro com Lis, o jogo trágico de futebol. Embora ele conhecendo o amigo, ainda tinha uma fagulha de esperança que ele usaria o futebol para aliviar um pouco a tensão. Sim! Ele usou de uma forma um tanto agressiva de mais. Arrumou confusão com todo mundo, no início Maurício tentava apaziguar a situação, depois como um bom amigo acabou tendo que entrar em defesa.

Maurício, aproveitou o tempo para se exercitar, coisa que não vinha fazendo há bastante tempo. Evitou ouvir música como era costumeiro fazer, ultimamente todas as faziam lembrar de Lis, estava preocupado em não conseguir controlar seus pensamentos.
O som do vibrar do celular o causou as mesmas sensações, como se estivesse a todo tempo esperando uma mensagem ou uma ligação.

  O trabalho ficava a uma distância considerável. A pequena e confortável cidade de Senador Canedo ainda não havia estruturas necessárias para empresas de grande porte. Ainda não era o trabalho dos sonhos, mas se sentia grato pela oportunidade que havia recebido. Sua avó não concordava, todo dia durante os dois anos que haviam se passado se dizia ficar com o coração na mão por ele ter que atravessar tão longe. Sua mãe até insistiu uma mudança e como não ouve aprovação, desistiu. Viaja todos os dias para a cidade de Anápolis, trabalha em uma fábrica de veículos. Trancou a faculdade faltando um ano e meio para se formar, sendo assim ainda era auxiliar de engenharia mecânica, isso somente na carteira, na prática a realidade era outra.

Como de costume, sua avó levantava para fazer o café antes de ir. Deu um longo beijo na testa seguido de um forte abraço.
- Não esquece. Disse ela com a voz terna.
- Sim. Vó, vou sair mais cedo. Não vou me atrasar.
- Não venha correndo pelo amor de Deus!

Ainda era madrugada e já se percebia que o sol não iria aparecer e o dia seria cinza.

Ligou o rádio do carro para não se sentir tão só enquanto não buscava suas companhias fez sua oração de cortume e seguiu. A primeira parada a casa do Fernando em Goiânia, ............

O trabalho está indo bem, apensar de sua mente está em outra dimensão.

- Algum programa para sábado? Perguntou Michele. Ele a estava evitando já à algumas semanas.

- Qual a desculpa dessa vez? Perguntou ela antes que ele pensasse.

- Ótimo! Nenhuma desculpa . Ela continuou.

Maurício sorriu sem graça tentado esconder a frustração, não que ele fosse um machista, mas não gostava muito da evolução feminina nesse sentido. 

- Algum lugar em mente? Perguntou para facilitar já que não teria cabeça nenhuma para pensar sobre isso.

- Me surpreenda. Disse ela em um tom sex.

Não que ela fosse feia, ao contrário, seus cabelos louros bem tratados, olhos castanhos claros, corpo bem desenhado, cheirosa. Acontece que ele não se sentia atraído por ela, pior ainda nesses últimos meses ele não se sentia atraído por nenhuma outra mulher. Sabia que precisa disso, era como o universo dando um empurrão. 

- Irei te surpreender. Sussurrou em seu ouvido, se afastando rapidamente.

- Combinamos mais tarde então?

- Te mando mensagem. Respondeu enquanto saia.

Respirou fundo como se acabasse de sair de um fogo cruzado. Não queria nem pensar na quele momento, onde a levaria e como seria o desastre iminente. Pegou o celular do bolso e de repente o incêndio.

Ou

Oi

Pode conversar agora?

Não. Pensou, mas claro que daria um jeito. Andou apressado em direção ao banheiro.