CAPÍTULO 11

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- Eu perdoo. - ele pode não ter agido da melhor forma na minha visão, mas foi ele quem me tirou daquele lugar. E é o Dennis, se ele diz que vai concertar as coisas então eu acredito nele. Coloquei a minha mão em cima da dele, e o encarei - Porque ficou irritado com o Herman? - falei rindo.

- Eu não fiquei irritado - ele disse desviando o olhar - só não acho decente ele ficar rodeando você. - Ri da reação de Dennis.

- Você fica muito fofo com ciúmes. - falei me levantando. Já estava a horas sem comer e nesse momento só queria ingerir algo salgado. Segui para a cozinha e Dennis veio atrás perguntando sobre o que eu e Herman estávamos conversando. - Nada demais, eu gosto da companhia do Herman. - falei colocando tudo que eu precisava para fazer uma torta salgada no balcão da cozinha.

- E da minha? - Dennis estava me encarando, dava para ver a ansiedade se manifestando no corpo dele. As mãos dele se torcia tanto que eu quase tive um ataque nervoso só de olhar.

- Dennis, você foi o primeiro guarda na prisão com quem eu fiz uma amizade. O primeiro a não me julgar desde que a minha vida virou esse caos. Eu e você éramos amigos na prisão e somos amigos aqui. - talvez sejamos mais algum dia, porém já estava cansada de mentiras. Dennis mentiu sobre quem ele era, Ithan mentiu sobre tudo. Eu só quero uma vida sem mentiras, é pedir demais? Olho para a minha barriga e a acaricio. As coisas precisam voltar ao normal para mim. Eu preciso resolver tudo antes de ter a minha bebê.

- Quero ser mais que seu amigo Elizabeth. - diz Dennis de aproximando - quero ser um pai para essa criança, quero ser aquele em quem você mais confia, quero ver você acordar todo dia e depois fazer amor com você. Quero ser o seu porto seguro. - ele fala acariciando o meu rosto, Dennis envolve a minha cintura e me puxa para um beijo, os lábios dele eram doce e elétricos. Vocês acreditam em faíscas do amor? Aquelas que todo mundo diz ver quando beija alguém que ama. Deveriam acreditar, eu não amava o Dennis, mas talvez estivesse apaixonada o bastante para ver essa faísca. Estava o suficiente pelo menos. Quando nossos lábios se separaram eu senti como se metade de mim tivesse ido para Marte e eu nunca mais a veria. Mas como era possível sentir isso? Seja lá o que for, não era amor, tenho certeza que não.

- Eu preciso ir. - falei saindo da cozinha. Fui para o lago, peguei a canoa e remei para o centro do lago. Fiquei encarando meu reflexo na água. Seja lá o que tenha acontecido, não iria se repetir. Não poderia. As coisas estavam mais confusas do que nunca nesse momento. Pelo amor de Deus, eu vou ter uma filha, não tenho tempo para fracassar em um novo romance eu realmente preciso ajeitar a minha vida.
É isso, eu preciso dar a volta por cima. E eu vou, só não sei como.

-Elizabeth, volte aqui! - gritou Dennis do deque. O ignorei, era isso que eu devia fazer até o fim. Ignorar qualquer resquício de sentimento que eu pudesse ter por ele. Enquanto eu montava uma estratégia de fuga do amor Dennis pulou na água e começou a nadar em direção a canoa.

- Maluco, o que pensa que está fazendo?

- Eu sou o maluco aqui? Porque você tá aqui? Porque fugiu? - ele entrou na canoa e ficou me encarando. Ele quer respostas?

- Porque eu quis. - Eu queria mesmo? O que eu queria? Numa coisa ele estava certo, ele não era o maluco da história, eu era! A maior prova disso foi o fato de eu ter casado rápido e me mudado para os Estados Unidos. Que estúpida eu fui, quem se apaixona só em ver a pessoa pela primeira vez? Isso não acontece, é apenas mito. - Dennis, eu não posso fazer isso.

- Fazer isso o que meu amor? - falou Dennis angustiado.

- Eu não posso começar um romance sem ter resolvido tudo. Toda essa merda que tá acontecendo. Eu preciso de espaço.

- Está bem. - dava para ver a decepção no olhar dele e dava para ouvir na voz. Ele olhou para o lado e ficou ali, parado refletindo sobre a vida. - seja como você quiser Elizabeth. Mas eu não posso desistir. Quando você estiver pronta, eu vou estar aqui tá bem? - assenti e então ele tomou os remos de mim e nos levou para o deque.

A noite caiu sobre aquela casa no lago, Dennis me evitou durante toda a tarde. Ele realmente me deu o espaço que eu solicitei. Herman me desafiou para um jogo de cartas e quando nos demos conta, estávamos todos naquela sala apostando amendoins na vitória.

- Em momentos como esses eu me lembro de minha filha. – disse Herman pensativo. – Ela gostava muito de apostar, sempre me desafiava. E eu sempre deixava ela ganhar. – uma lagrima de saudade caiu sobre a face cansada de Herman, ele a secou e depois seus olhos ficaram negros e sombrios. Apesar de ter vingado o assassinato da filha, ele ainda guardava ódio. – Uma coisa eu lhe digo senhorita, não tem nada mais lindo do que o amor de uma criança, cuide bem da sua pequena.

- Eu vou cuidar. – falei acariciando minha barriga

Onde Eu Recomeço? (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora