038 |💼| Sra. Yoon

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Jeonghan's Point Of View

Saímos do colégio juntos.

Os dois de mão dadas me causava certo incômodo, mas não por vergonha ou asco e sim por inveja.

Era irritante sentir aquilo, mas eu não sabia como parar a corrente de pensamentos que vinha com esse sentimento.

DK e sua irmã, Yoonsun, caminhavam atrás de mim conversando sobre o jantar que preparariam para a folga da irmã deles.

Ele nos falou que Woozi chegaria no mesmo vôo que ela, ainda hoje, só que só bem tarde da noite.

Mingyu nos seguia um pouco mais afastado, usava fontes de ouvido e parecia disperso da conversa dos dois irmãos. Quando Seokmin perguntava a opinião dele, ele só respondia com "sim" ou "não".

Uma buzina de carro soou perto de nós e todos nos viramos naquela direção.

Um carro antigo se aproximava devagar de nós que estávamos na calçada.

Quando o carro parou, a pessoa que o conduzia abaixou o vidro e eu não pude evitar que um pequeno sorriso escapasse dos meus lábios.

Era o meu pai.

- Vai sair com os seus amigos? - Ele perguntou, olhando para cada um deles.

Era a primeira vez que ele me via acompanhado de outras pessoas da minha idade e aquilo parecia fazê-lo feliz.

- Não, só estávamos indo para casa. - respondi, sentindo os olhares de todos sobre mim. - Esse é o meu pai, Yoon Junghee.

Meus amigos se curvaram e se apresentaram e depois do meu pai pedir para que eles tivessem paciência comigo, ele se dirigiu somente a mim para me convidar para passar um tempo com ele.

- Claro. - respondi.

- Até amanhã. - S.Coups falou, com um sorriso simpático.

- Tudo vai dar certo. - Natsume garantiu, mas vi que ela apertou mais ainda a mão do Choi. - Ela vai voltar logo.

Assenti e contornei o carro para entrar no outro lado, acenei para eles, antes de me sentar e fechar a porta.

- O que houve com o seu cabelo? Você tentou cortar sozinho? - Meu pai perguntou me encarando de um jeito estranho.

Depois de tudo o que aconteceu, eu acabei me esquecendo que Aliza tinha passado a tesoura nos meus cabelos.

- Foi isso. - respondi, passando a mão por eles. - Mas não deu muito certo.

Meu pai riu e disse que me levaria no barbeiro e depois iríamos procurar algo para comer.

. . .

- Tem certeza que ela não vai ficar brava por você estar comigo?

- Eu sinto muito pelo jeito como ela te trata, filho. Eu já falei com ela, mas ela não muda.

- Tudo bem. - Dei de ombros. - Como estão meus irmãos?

- Mais barulhentos a cada dia, são o seu oposto... - Ele fez uma pausa para encher mais o seu copo com a bebida que estava tomando. - Eles são legais?

- Quem? - perguntei.

- Seus amigos.

- Ah, sim são. - pensei um pouco no que falar sobre eles. - São meio diferentes e fazem umas coisas estranhas, mas são legais sim.

- Que bom. - sorriu. - Eu temia que você acabasse trancado em casa como a sua mãe.

Tirei meus olhos da tijela à minha frente para olhá-lo nos olhos.

- Qual foi o motivo?

- Como assim? - Ele indagou, confuso ao ouvir minha pergunta.

- Qual foi o motivo para você ter saído de casa? - esclareci, mexendo no meu lámen com os hashis.

- Bom... não é uma história muito boa.

- Não me importo. Quero saber mesmo assim.

- Certo. - Ele pensou por um tempo, antes de voltar a falar. - No colégio sua mãe sempre foi reservada, mas acabamos nos aproximando porque nós dois ficávamos na biblioteca depois das aulas. Namoramos e nos casamos. Apesar de distraída, ela sorria bastante e eu a amava do jeito que ela era, mas havia algo que sempre me incomodava, ela repetia que eu nunca podia deixar ninguém entrar na nossa casa sem questioná-la antes, pensei que ela tivesse ciúme da casa ou algo assim, mas quando você nasceu ela ficou pior. Os momentos em que ela sorria eram quase inexistentes e sua paranóia de que alguém mais estava dentro na nossa casa crescia. Eu decidi que já não dava mais em um dia específico: Era verão e eu precisei ficar no trabalho até tarde por causa do movimento. Quando cheguei em casa, as luzes estavam apagadas, chamei por vocês, mas ninguém me respondeu e ao procurá-los ouvi uma voz vinda do seu quarto. Era a voz dela, mas eu não entendia nada do que ela falava. Foi quando espiei pela porta entreaberta, você estava sentado no berço olhando fixamente para ela. Sua mãe estava em pé ao lado do berço, com as mãos fechadas na frente do peito e rezando em uma língua que eu não conhecia. Quando terminou, abriu as mãos e vi que ela segurava um rosário. Ela colocou em volta do seu pescoço e depois começou a cantar uma canção de ninar, você adormeceu no berço aos poucos. Decidi que eu iria entrar e perguntar que oração era aquela, já que nunca tinha ouvido, mas sua mãe começou a falar sozinha. Ela olhava para o a parede e esbravejava com raiva. Foi quando eu percebi que ela não estava bem. Eu planejava me divorciar e ficar com a sua guarda, mas ela foi tão bem em convencer todos de que estava sã que acabei ficando só com algumas visitas semanais.

Pensei por um tempo em tudo o que ele contou e no que tudo aquilo significava.

- O que ela disse? - perguntei.

- O que? - Meu pai resmungou, depois de dar um gole na sua bebida.

- O que ela estava falando para a parede?

- Eu não lembro de tudo que ela falou, só de alguma frases. Ela falava "Ele não vai ser como eu", "Você não vai atormenta-lo como faz comigo".

"Ele não vai ser como eu"

Essa frase rodou pela minha cabeça, me lembrando do jeito evasivo dela comigo, da sua preocupação excessiva sobre não deixar pessoas entrarem na casa e também do seu olhar focado em Aliza, quando ela foi lá em casa.

Quando eu entrei na enfermaria dias atrás, Jun confirmou a hipótese de S.Coups de que eu era um sensitivo. Agora, ao ouvir essa história de meu pai, eu tinha certeza de que minha mãe também era uma.

- Céus. - Meu pai olhou o relógio, aflito. - Está tarde, termine a sua tigela que eu vou te levar para casa. Se eu demorar muito, minha esposa vai se estressar.

- Me dê três minutos. - pedi, começando a comer meu lámen.













💛🙆

Agora é um por dia zenti
Meu cabeção deu a luz a diversos capítulosinhos
É nozes
Xau

Mystery Club ● SVTOnde histórias criam vida. Descubra agora