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Prólogo

Narração de Jungkook

Um ano depois e dois meses depois.

25/11/2019

Um ano havia se passado e eu sentia como se tivesse me despedido dele no dia anterior. Um ano em que eu estive dentro de um avião cujo fora sabotado pelo meu próprio pai, o homem que deveria me amar e me proteger, e não tentar me matar. E tudo a troco de que? Poder... Dinheiro? Eu não entendia o que o tinha levado a esse ponto, mas depois de que todo esse tempo se passou, eu só tinha certeza de uma coisa.

Dongyul iria me pagar.

Naquele dia em que o avião caiu, somente eu e um dos acionistas havia sobrevivido a queda. Nós conseguimos sair debaixo dos restos do avião e passamos pela mata com todas as forças que nos restava. Estávamos muito machucados, cheguei a pensar que toda nossa busca por ajuda seria em vão, pois eu sabia tanto quanto o outro rapaz que não passaríamos daquela noite com tantos machucados em nossos corpos, mas um milagre aconteceu quando, no começo da noite, um grupo de escaladores nos encontraram perto de um riacho, pareciam estar indo embora da mata, mas mesmo assim se ofereceram para cuidar de nossos machucados e nos ajudar a ir para uma cabana cujo eles ficavam sempre que íam para aquele local. O alfa que estava comigo morreu ao fim da noite, não suportando a gravidade de suas feridas, e eu quase não resistia também.

Passei dias com febre e tendo calafrios, náuseas que pareciam não acabar mais, além das dores que sentia pelos meus machucados, alguns que foram costurados sem usar nenhum anestésico antes, ou morfina para aliviar a dor. Duas semanas de cuidados e eu, aos poucos, me recuperava.

Quando fiquei completamente recuperado, pedi ajuda para as mesmas pessoas que cuidaram de mim para que me levassem até Los Angeles. Eu não tinha mais nada, perdi tudo no avião que aquela altura já deveria ter sido retirado do local pela perícia, pois sei que de alguma dia tudo foi passado na televisão para todos verem a tragédia, além da confirmação de que eu estaria morto ou desaparecido para meu pai. Por isso, todos os meus documentos havia se evaporado e eu não teria mais nem um passaporte para ir sozinho pegar outro transporte, e nem poderia deixar que me descobrissem, isso sairia em todo tipo possível de noticiários, rádios e jornais.

Se eu me vingaria de Dongyul, deveria continuar no anonimato.

Quando cheguei em L.A fui direto ao encontro de Adachi, em seu apartamento cujo eu sabia o endereço pela nossa sociedade. Eu confiava nele e o alfa não me decepcionou ao ter me ajudado a conseguir novamente todos os meus documentos de forma discreta e com pessoas que se tornavam muda ao receber certa quantia. Ele me abrigou em sua casa e me ajudou a conseguir construir minha própria fonte de renda, a qual eu também precisaria para derrubar meu pai.

Consegui arrecadar dinheiro com uma das empresas de Dongyul que também ficava aqui, pois nossos sócios mais confiáveis estavam, na maioria, em Los Angeles. Adachi era um deles e ele me ajudou a administrar as escondidas, com a ajuda dele que me alertavam quando meu pai vinha até a cidade para verificar como tudo estava andando e deixava passar alguns de seus passos em falso, como – algo que eu jamais imaginei em toda minha vida – trair minha mãe com várias ômegas e até betas, mulheres que vendiam seus corpos ou qualquer uma que ele encontrava e que aceitavam seu dinheiro.

Podia parecer estranho sim, mas eu não pensei que, além de ambicioso e um assassino, meu pai também traísse minha mãe por sabe-se lá quanto tempo. Achei que ao menos isso ele poderia manter integridade, mas eu só confirmava durante o decorrer do ano o quão podre aquele homem podia ser. Isso só era algo a mais que eu acrescentaria para acabar com ele e suas certezas de que nada entraria em seu caminho.