Destinados |Taekook Livro 2| ABO

Chapter 1

Todos estavam olhando desconfiados para mim enquanto eu caminhava pela empresa onde Park Jimin trabalha – graças a Deus ele não mudou de emprego –. Talvez eles estejam em dúvida, mas eu estava bem disfarçado com óculos escuros, boné e roupas pretas e grossas para não ter que chamar atenção e ver um bando de paparazzi me rodeando como abutres. Pelo menos não poderia acontecer agora, pois de certo que eu mostraria meu rosto logo, logo...

Respirei fundo e descansei a cabeça na parede do elevador. Essa coisa era mais fácil em Los Angeles, mas Seul me deixa sempre em estado de alerta, como se todos pudessem ver através de mim, não importa quantas camadas de roupas eu usasse para me esconder.

Sai do elevador e logo pude avistar a porta da sala do park. Eu já estava até prevendo o caus que seria me mostrar para ele após tantos meses; o quão difícil seria para todos entenderem meus motivos e acreditarem em mim?
Mas eu não podia voltar atrás agora. Meu primeiro objetivo seria trazer Taehyung de volta para meus braços, me redimir da melhor forma com meu ômega e trazê-lo para meu lar.

Tirei meu boné e o óculos, sabendo que ninguém veria, pois o corredor estava vazio e estava no ponto cego da câmera, bati na porta três vezes antes de virar a maçaneta – as mãos tremendo, devo acrescentar – e abri-la, entrando rápido na sala e a fechando devagar.

Jimin continuava loiro, quase nada mudou nele, o ômega só parecia mais maduro... Mais adulto, e também mais bonito do que quando o conheci. Passei alguns segundos parado na porta, vendo que ele estava ocupado olhando no notebook e escrevendo em documentos acima de sua mesa, e talvez seja por essa razão que ele não me notou de primeira, talvez achando que fosse mesmo um de seus colegas, mas assim que um minuto passou e ele percebeu que eu não iria dizer nada até que ele me olhasse, seus olhos pequenos e franzidos se ergueram rapidamente em minha direção e, assim que ele me viu, derrubou uma caneca com canetas e lápis no chão acidentalmente.
A pele clara ficara ainda mais pálida, seus olhos crescerem de tamanho e sua boca abria e fechava várias vezes... É baixinho, eu entendo.

- i-isso... Não P-pode... Oh, meu Deus! - ele gaguejou tantas vezes que eu até parei de contar. - você está morto!

Eu me aproximei devagar, mas Jimin dava passos para longe com o suor escorrendo pela testa e os olhos arregalados. Fiquei com medo de que ele fosse desmaiar de tão pálido que estava.

- sou eu, Jimin. - ergui as mãos e disse manso, ainda me aproximando. - está tudo bem, eu estou vivo.

- c-como? Você estava...

- morto? - disse em desdém, a sobrancelha erguida para enfatizar ainda mais meu sarcasmo. - não, Park. Eu estou vivo, e bem aqui na sua frente.

Seu peito descia e subia aceleradamente, eu ainda achando que ele fosse desmaiar, fui até perto dele com uma rapidez absurda e o segurei até que Jimin estivesse sentado no sofá ao lado da parede. Eu não sabia se era o susto ou se ele gostava mesmo de mim, mas seus olhos encheram de lágrimas que desceram por suas bochechas, sua pele começando a ter cor novamente e agora ficando corado.

- mas como? Jungkook, eu vi seu avião caído em uma mata, completamente destruído! Você... Você desapareceu e...

- Jimin! - segurei seus ombros, olhando sério pra ele dessa vez, obtendo toda sua atenção e também alguns soluços. - eu te explico tudo do começo ao fim, mas primeiro você precisa se acalmar, hm? - permaneceu imóvel. - precisa se acalmar e acreditar no que eu tenho pra te dizer, Jimin, precisa me ajudar... Você consegue fazer isso?

Ele não me respondeu, apenas se virou para frente e cobriu o rosto com as mãos pequenas, trêmulas. Estava contendo o choro, assim como os soluços que não pararam com tanta facilidade, mas quando conseguiu contê-los, ainda com a face coberta, Jimin assentiu para que eu contasse o que precisava para ele.